Ovos continuam caros mais de um mês após a quaresma; quando o preço cairá?
RedaçãoTradicionalmente, o preço dos ovos aumenta na quaresma e, depois desse período, diminui. Mas não é o que o consumidor está notando nas prateleiras do supermercado em 2023. O preço continua em alta. Em um supermercado visitado pela reportagem, a dúzia de ovos brancos estava custando R$ 12,90 nesta semana, isto é, um único ovo passava de R$ 1. E quando eles ficarão mais baratos?
Em 2023, a resposta é uma incerteza, mas há esperança para os próximos meses, explica a analista de mercado de ovos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), Juliana Ferraz. “Acompanhamos o comportamento dos preços há uma década e, neste ano especificamente, ele está bastante atípico. A quaresma acabou e os preços continuaram subindo com bastante força. Quando comparamos a maio do ano passado, os valores chegaram a aumentar 30%”, explica.
Nesta semana, os preços se estabilizaram, detalha a especialista, e agora há espaço para que comecem a cair. “O custo de produção está diminuindo. Provavelmente, teremos reflexo disso nos próximos meses. A depender do comportamento do mercado de carnes, especialmente, é possível que haja um pouco de queda no preço dos ovos. Mas isso dependerá muito da oferta também”, continua.
Dois fatores têm pressionado os preços: o custo de produção, elevado ao longo da pandemia, e a demanda aquecida. Ela lembra que os gastos com soja e milho representam cerca de 70% do custo de produção de ovos. Esses insumos sofreram uma disparada de preços nos últimos anos e, neste momento, a perspectiva de uma boa safra está aliviando os valores. Já a demanda depende do preço das carnes — que apresentou tendência de queda no último mês. Habitualmente, carnes mais caras levam o consumidor a recorrer aos ovos.
Nos EUA e na Europa, o preço dos ovos também disparou neste ano, porém começa a ceder. No Hemisfério Norte, os valores subiram devido a casos de gripe aviária, que levaram ao descarte em massa de criações de galinhas. Já os casos da doença identificados no Brasil neste ano foram em animais silvestres, sem relação com a produção de ovos para consumo.
Fonte: O Tempo
