• Muzambinho.com
  • Muzambinho.com
  • muzambinho.com.br
  • loja.muzambinho.com

Saiba o que é TDPM, transtorno que pode ser confundido com ansiedade e depressão

Redação4 de outubro de 20238min0
mulher-doente-24512
Mais grave que a TPM, o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual pode incluir agressividade e irritação intensas e até mesmo pensamentos depressivos e de autoextermínio

Alterações no humor, fadiga, dores no corpo, irritabilidade, insônia e depressão. Esses são apenas alguns dos sintomas que costumam fazer parte da rotina de 80% das mulheres e pessoas que menstruam no Brasil. A nível mundial, a percentagem de quem sofre com a TPM (Tensão Pré-Menstrual) é ainda maior: 90%, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas se as manifestações da síndrome já parecem complicadas e incômodas o bastante, elas podem ser ainda mais intensas quando o diagnóstico avança para o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual, conhecido também pela sigla TDPM.

Bem mais grave que a TPM, o transtorno provoca alterações de humor tão intensas que pode ser confundido com crises de ansiedade e depressão, como aponta um artigo da Universidade de São Paulo (USP). Mas, diferentemente das doenças, a TDPM tem uma duração mais curta, acontecendo de forma cíclica, com sintomas que se manifestam dias antes da menstruação e que podem desaparecer com o início dela. Provocando também mudanças comportamentais, a TDPM pode estimular sentimentos de tristeza profunda, desânimo, irritabilidade e raiva de forma mais exacerbada.

Foi, inclusive, por causa de um desses sinais que uma paciente decidiu procurar a ajuda da ginecologista Adriana Moreira Sad. “Ela chegou ao consultório e me contou que durante uma crise bateu a mão em uma mesa de vidro, enquanto conversava com o chefe. O episódio fez com que ela quebrasse o braço e tivesse um corte profundo”, conta. Ela lembra ainda que a mulher lhe disse que não conseguia conviver com as pessoas quando apresentava os sintomas e que se sentia completamente fora do controle. “É um tipo de nervosismo realmente diferente do que a mulher tem na TPM”, explica.

Além da agressividade mais intensa – que pode, inclusive, ser direcionada a desconhecidos – e outros sintomas relacionados ao comportamento e ao humor, o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual também pode ser acompanhado de alterações físicas como sensibilidade ou inchaço das mamas, dor articular ou muscular, sensação de inchaço ou ganho de peso.
“Os sintomas da TPM não costumam impedir as pessoas de trabalharem, sair de casa, fazer atividade física, viajar ou conviver com outras pessoas de maneira geral. Já no Transtorno Disfórico, há um impacto mais intenso na rotina e na vida dos pacientes”, explica a ginecologista.

Com efeitos mais intensos, o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual também se torna mais grave do que a Tensão Pré-Menstrual e, por isso, precisa ser diagnosticado por um médico.

Embora seja indispensável o reconhecimento por um especialista, alguns sinais podem indicar a necessidade da busca por ajuda. A percepção de falta de controle ou mesmo a observação de mudanças comportamentais intensas, incluindo agressividade exacerbada ou a depressão profunda – que desaparece logo após o início da menstruação –, podem ser um desses indicativos.

Podendo acontecer em mulheres independentemente da idade, o TDPM precisa ser observado com mais cuidado em algumas faixas etárias. É isso que explica a ginecologista. “Ele pode acontecer em mulheres jovens, como em adolescentes em fase escolar, e precisamos entender que não é frescura. Nem a TPM, nem o Transtorno Disfórico”, ressalta Adriana Moreira Sad.

Em mulheres e pessoas mais velhas, os sintomas também precisam ser avaliados com cuidado, já que podem ser confundidos com o que é experienciado durante a transição menopausal. “Mulheres que estão na faixa dos 40, 45 ou 50 anos, em que ainda não pararam de menstruar, podem apresentar uma TPM quase que constante, se sentirem mais irritadas. Por isso, é preciso haver um diagnóstico diferencial nessa fase”, afirma.

Distúrbio levado a sério

Afetando de 6% a 8% das mulheres e pessoas que menstruam, a TDPM passou a ser classificada a partir de 2022 como uma enfermidade isolada. Isso aconteceu com a inclusão do Transtorno Disfórico Pré-Menstrual no Código Internacional de Doenças (CID).

Como explica a ginecologista Adriana Moreira Sad, a inclusão do transtorno no CID trouxe benefícios para as pacientes, já que permitiu que as mulheres e pessoas afetadas pela condição tivessem o sofrimento reconhecido e revalidado. “Além disso, ela reconheceu a TDPM como uma condição legítima que requer diagnóstico e tratamento adequado”, pontua a ginecologista.

O tratamento do Transtorno Disfórico Pré-Menstrual, inclusive, costuma ter uma abordagem multidisciplinar, já que pode incluir não só terapias com psicólogos, mas também requerer o trabalho conjunto de ginecologistas e psiquiatras. “Nesse tipo de transtorno, podemos pensar em várias abordagens. A gente pode utilizar medicamentos antidepressivos como, por exemplo, os medicamentos inibidores seletivos da recaptação da serotonina, como a sertralina, escitalopram, fluoxetina e paroxetina. Eles vão ajudar muito tanto nos sintomas mentais quanto nos físicos. Além disso, também podemos utilizar terapias hormonais, aí pensando mais na parte da ginecologia, que vai nos ajudar. É mesmo um trabalho feito em conjunto, que pode contar também com a indicação de terapia cognitiva-comportamental, que vai ajudar a mulher a prestar mais atenção no que ela sente, na maneira como ela está se comportando”, explica o psiquiatra Bruno Brandão.

O médico ressalta a importância do tratamento adequado, pontuando que ele é capaz de melhorar os relacionamentos e o próprio funcionamento social dos pacientes, além de diminuir e exterminar o sofrimento associado ao transtorno. “Se ele não for tratado de forma adequada, ele pode se tornar crônico e perdurar por vários anos, afetando a vida não só das pessoas que sofrem dele, mas também de quem convive com os pacientes, seus relacionamentos e o trabalho”.

Fonte: O Tempo

  • Muzambinho.com
  • Muzambinho.com
  • Aki Tem Muzambinho

Deixe um Comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados com *