INSS passa a divulgar juros do crédito consignado; saiba como fazer a consulta
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) passou a divulgar a taxa de juros do empréstimo consignado a aposentados, pensionistas e beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) no aplicativo ou site Meu INSS.
A medida faz parte das novas regras do consignado publicadas em maio e atendem orientações do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) com objetivo de maior transparência e de facilitar a contratação ou portabilidade do empréstimo.
O consignado é um empréstimo com desconto direto no benefício previdenciário. As taxas de juros são controladas pelo CNPS, assim como as normas para contratação. Na última reunião do conselho, realizada na quarta-feira (11), houve nova redução das taxas de juros, de 1,91% para 1,84% ao mês.
Dentre as informações fornecidas aos segurados pelo INSS e pelos bancos estão a taxa mínima e a máxima que está sendo cobrada pela instituição para o empréstimo pessoal consignado, além da taxa média aplicada aos contratos de empréstimos daquele banco.
Ainda não há a divulgação dos juros do cartão de crédito consignado nem do cartão de benefício. Os dois têm a mesma taxa, de 2,73% ao mês. Pelas regras, os bancos podem cobrar menos do que a taxa definida pelo CNPS, nunca mais.
COMO FAZER A CONSULTA AOS JUROS DO CONSIGNADO:
– Acesse o aplicativo ou site Meu INSS
– Na página inicial, onde há uma lupa, escreva “Taxas de Empréstimo Consignado”
– Será aberta uma página com a lista de bancos e os juros praticados em cada um deles
– Para ver mais bancos, basta rolar a página até embaixo e clicar em “Ver mais”
– Também é possível buscar pela instituição que o segurado quer pesquisar no alto da página, em “Pesquise por instituição”
Na consulta feita pela reportagem foi possível encontrar juros a partir de 1,05%. A taxa, porém, depende de fatores como o relacionamento do cliente com a instituição financeira. A consulta dos juros pode ser feita por qualquer cidadão que tem senha do Meu INSS ou conta Gov.br.
Os segurados que já têm empréstimo consignado ou que querem saber a margem consignável, que é o quanto podem contratar, conseguem fazer a consulta em “Extrato de Empréstimo”.
Segundo o INSS, nesta página, foi acrescentado um botão no qual o cidadão clica e vai direto para a página com as taxas de juros de todos os bancos.
Para saber sobre o empréstimo que já tem ou outros dados, o aposentado ou pensionista deve clicar sobre o número do seu benefício. Abrirá então uma página com informações sobre empréstimos ativos ou suspensos, se o benefício é bloqueado para consignado e dados do contrato que houver com algum banco.
OUTRAS INFORMAÇÕES
Em maio, nas decisões tomadas pelo CNPS, o conselho enviou ao Banco Central solicitação para que os bancos fornecessem ainda outras informações.
Dentre o que deve ser implementado está a determinação para que bancos e demais instituições financeiras que operam o consignado divulguem à Dataprev (empresa de tecnologia do governo federal) e ao INSS, a cada operação:
1 – Taxas de juros mensal e anual
2 – Data do primeiro desconto
3 – CET (Custo Efetivo Total) mensal e anual da operação
4 – Valor pago a título de dívida do cliente (saldo devedor original) quando a operação for de portabilidade ou refinanciamento
5 – Valor do IOF da operação
6 – Informação diária das taxas de juros ofertadas para as novas operações de empréstimo pessoal consignado, cartão de crédito consignado e cartão consignado de benefício no Meu INSS
7 – Número de SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) ou CAC (Central de Atendimento) no Meu INSS
ENTENDA O CRÉDITO CONSIGNADO DO INSS
O consignado é um crédito controlado pela Previdência. Pelas regras atuais, o segurado do INSS pode comprometer até 45% do benefício com o crédito consignado. Desse total, 35% são para o empréstimo pessoal, 5% para o cartão de crédito e 5% para o cartão de benefício, criado em 2022.
O empréstimo pode ser pago em até 84 meses (sete anos). Os juros são limitados, o que significa que a instituição financeira pode cobrar menos, mas não mais do que essa taxa.
(CRISTIANE GERCINA/Folhapress)