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Dívida de R$ 2 mil pode chegar a R$ 10 mil no rotativo do cartão em um ano

Redação19 de outubro de 20236min0
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Especialista recomenda pegar um empréstimo para fugir dos juros abusivos; governo federal sancionou lei que limita cobrança pelos bancos

“Todas as modalidades de empréstimo são melhores do que entrar no rotativo”, garante o professor de economia e finanças Cleyton Izidoro. O rotativo é uma linha de crédito que é pré-aprovada para clientes que não conseguem pagar a fatura, de forma integral, até a data de vencimento. Mas o parcelamento da dívida custa caro. Os juros são, em média, de 15% ao mês, chegando a mais de 440% ao ano, atualmente, segundo dados mais recentes do Banco Central. Diante deste cenário, o presidente Lula sancionou há algumas semanas o Projeto de Lei 14.690, do Desenrola Brasil, que prevê a renegociação de dívidas da população. Na prática, segundo o texto, as emissoras de cartão tem 90 dias para apresentarem propostas de regulamentação ao Conselho Monetário Nacional. Caso isso não ocorra no prazo, os juros e encargos não poderão exceder o valor original da dívida. Ela poderá, no máximo, dobrar em 12 meses.

Atualmente, na prática, a realidade é outra, bem mais cruel. Numa simulação na plataforma da Rock the Bank, startup de educação financeira, uma dívida de R$ 2 mil chegaria ao teto de R$ 10.391 ao final de 12 meses, num total de 420% de juros. “Aí é a receita perfeita para a falência”, avisa o matemático Gilcione Nonato Costa. Seriam mais de R$ 8 mil pagos apenas de juros. Em apenas um mês sem pagamento, o consumidor paga cerca de R$ 294 só de juros.

Segundo as contas do matemático, numa simulação de atraso do pagamento desta mesma dívida, em dois anos, o montante chegaria a quase R$ 60 mil e, em três, aumentaria em 161 vezes, chegando ao valor de cerca de R$ 322 mil. Após quatro anos, alcançaria R$ 1.758.914,97. “Ou seja, com essa taxa de juros, uma dívida de R$ 2 mil passaria a ser de 1,7 milhão. Dependendo da pessoa, do salário que recebe, jamais pagaria essa dívida, mesmo entregando mensalmente tudo o que recebe”, observa.

Juros sobre juros

“O problema do rotativo é que uma dívida de R$ 2 mil no próximo mês vira R$ 2.300 e depois sobe mais, porque os juros são em cima do [novo] valor total [da dívida]. Vão ser juros sobre juros, num efeito de bola de neve gigantesco”, explica o professor.

Segundo ele, quem acabou caindo nesta cilada, em primeiro lugar precisa parar de gastar. De maneira nenhuma, pague o mínimo e continue a usar o cartão. “Uma segunda alternativa é conseguir outro tipo de empréstimo, com juros menores, para quitar a conta no cartão de crédito. Pegue uma dívida mais barata com empréstimo pessoal e comece a fazer o planejamento financeiro”, aconselha.

Em julho, a inadimplência no rotativo do cartão de crédito atingiu 40,5% da população, segundo dados do BC. Desde 2017, os clientes podem ficar apenas 30 dias no rotativo do cartão de crédito. Após este período, o banco é obrigado a oferecer uma proposta de parcelamento da dívida que seja mais vantajosa que o rotativo para o cliente. Mas os juros das parcelas também costumam ser salgados. Em julho, era de 198,4% ao ano.

O professor considera os juros do rotativo totalmente abusivos, mas pondera que é contra o limite determinado recentemente pelo governo. “Quem tem que determinar que vai usar ou não, sou eu, enquanto consumidor. Acredito que não é papel do governo. O próprio mercado tem que se regular”, diz.

Para Izidoro, a falta de controle do brasileiro tem relação com um déficit na educação financeira no país. “O cartão é para usar uma vez, para colocar um combustível por exemplo. Brasileiro tem mania de usar o cartão como forma de financiamento. Compra um TV de 12x, no próximo mês esquece das 11 parcelas e faz outra compra de R$ 2 mil… Chega num ponto que não consegue pagar o cartão mais”, explica.

Segundo o professor, para manter as contas em dia, o recomendável é usar, no máximo, 30% do valor do salário no cartão de crédito. “Tem uma regrinha que diz que 70% é para custo fixo e outros 30% para custos não tão essenciais”, diz Izidoro.

Fonte: O Tempo

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