• Muzambinho.com
  • Muzambinho.com
  • muzambinho.com.br
  • loja.muzambinho.com

‘Chegamos a uma situação inaceitável’, diz professor sobre contaminação da água por agrotóxicos

Redação26 de outubro de 20236min0
pulverizacoes-por-meio-de-avioes-em-dias-de-muito-vento-devem-ser-evitadas-b7836ce6-073d-4f43-846d-225450827267.medium
Flávio Pimenta, do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG, disse já ter visto muitas coisas erradas por aí como recipientes de agrotóxicos sendo lavados no leito do rio

A informação de que Minas Gerais está entre os estados brasileiros que têm água contaminada com agrotóxicos, preocupou o professor do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG – campus Montes Claros – engenheiro agrícola com mestrado e doutorado em Engenharia Agrícola, Flávio Pimenta.

O estudo foi feito pelo site Repórter Brasil, após cruzamento de dados feito a partir de informações publicadas pelo Ministério da Saúde no Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano).

Ao todo, dez cidades no estado fazem parte da lista em que foram encontrados agrotóxicos na rede de abastecimento em níveis acima do limite considerado seguro pelo Ministério da Saúde. Os dados foram divulgados na terça-feira (24).

Flávio Pimenta disse que, de fato, agrotóxicos mau utilizados, inevitavelmente, contaminam os mananciais. “Nas minhas andanças pelo Norte de Minas, já vi muitas coisas erradas como: lavagem de recipientes com agrotóxicos nos rios e aplicações aéreas em canais de irrigação. Falta educação e consciência ambiental”, disse.

Flávio explicou  que o uso dos agrotóxicos na agricultura são necessários, mas essa necessidade é decorrente das degradações que promoveram o desequilíbrio. Na avaliação dele, o levantamento realizado pelo Repórter Brasil é “muito oportuno e mostra que algo precisa ser feito porque trata-se da água que todos nós bebemos. Muitas vezes, esses mananciais e até o aquífero freático são contaminados em função da irresponsabilidade na forma de usar os agrotóxicos. A sugestão dele é que, considerando-se a inevitabilidade de uso dos agrotóxicos, esses sejam trabalhados levando-se à risca as dicas conservacionistas para que não alcancem os rios e seus afluentes.

Ele listou algumas que considera mais importantes:

A saber:

  • Observar atentamente a quantidade recomendada a ser aplicada. O produto deve ser assimilado por todas as plantas, sem os excessos que, fatalmente, serão escoados pela chuva;
  • Devemos ter em mente que os agrotóxicos são venenos. Assim, algum impacto sempre vai existir.
  • O agrotóxico chega aos rios por meio da infiltração do solo e do escoamento superficial. É preciso ‘segurá-lo’ por meio de medidas conservacionistas como os terraços e as barraginhas de contenção.
  • O mais importante é  manejo correto do agrotóxico.Por exemplo, pulverizações aéreas, em dias de vento forte, devem ser evitadas para não haver contaminação de todo o entorno, indiscriminadamente
  • Quantidades de agrotóxico acima do recomendado já causam impacto na água, no solo e na vegetação. É preciso haver uma responsabilidade muito grande para o manuseio.

Priorizar o controle biológico

Outra boa iniciativa, segundo o professor, seria tentar substituir o uso de agrotóxicos por mais processos de controles biológicos de pragas e doenças, inclusive com incentivos fiscais para os adeptos. “Como parte de uma política pública mais abrangente, o governo deveria também investir  numa fiscalização mais ostensiva e eficiente”. Segundo ele, hoje em dia, “produtos proibidos pela legislação são livremente comercializados e utilizados em propriedades rurais”. Ao mesmo tempo, aqueles produtores rurais que infringissem a lei, deveriam sofrer mais consequências e restrições.

Além disso, Pimenta sugere que todos os produtores rurais tenham acesso a assistência técnica gratuita fornecida por empresas idôneas e profissionais comprometidos.

“Quanto menos pudermos utilizar os agrotóxicos, mais qualidade de vida teremos para nós mesmos e as gerações futuras. Precisamos lembrar que somos parte do meio ambiente. Fazer mal a ele é fazer mal a nós mesmos. Se há estudos mostrando contaminações da água, é sinal de que já chegamos numa situação inaceitável”.

De acordo com o professor de toxicologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Fábio Kummrow, “o consumo de água com altas concentrações de agrotóxicos aumenta os riscos para doenças crônicas, como câncer e distúrbios hormonais, e para problemas no sistema nervoso, nos rins e no fígado”.

Fonte: Itatiaia

  • Muzambinho.com
  • Muzambinho.com
  • Aki Tem Muzambinho

Deixe um Comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados com *