Metade dos pacientes com dengue pode não apresentar sintomas; entenda os riscos
Após o Brasil ultrapassar a marca de 500 mil casos prováveis de dengue, a mais recente preocupação de especialistas é quanto aos pacientes assintomáticos. Isso porque, o fato de as pessoas não apresentarem quaisquer sintomas da doença pode ajudar na propagação mais rápida do vírus. E, segundo especialistas, metade dos doentes não manifesta os sinais.
Chamada de transmissão silenciosa, essa condição se configura como um alerta porque apesar de a pessoa não estar “sentindo nada”, ela tem o vírus da dengue circulando pelo corpo. No caso de ser picada pelo aedes aegypti, o inseto se contamina e, cerca de dias depois, já poderá espalhar a doença.
“A gente acredita até que a maioria dos casos é de assintomáticos. Esses pacientes têm o que a gente chama de viremia, ou seja, eles têm o vírus no sangue mesmo não tendo sintomas. Por isso, o uso de repelente e de roupas compridas é fundamental para tentarmos minimizar o problema da transmissão,” destaca a infectologista do Hermes Pardini, Melissa Valentini.
A médica ainda lembra que o repelente deve ser a última coisa a ser passada na pele, depois do creme e do protetor solar. “O produto deve ser usado três vezes ao dia, não devendo passá-lo e colocar a roupa por cima, inclusive existem tipos de repelentes que podem ser usados por cima da roupa. Também é bom utilizar roupas de cor clara, porque elas repelem o mosquito, enquanto as escuras, o atraem.”
Dengue em Minas
No ranking dos estados, Minas Gerais lidera em número absoluto de casos prováveis (171.769). Em seguida aparecem São Paulo (83.651), Distrito Federal (64.403) e Paraná (55.532). Quando se considera o coeficiente de incidência, o Distrito Federal aparece em primeiro lugar (2.286,2 casos por 100 mil habitantes), seguido por Minas Gerais (836,3), Acre (582,2) e Paraná (485,3). Ao menos 12 pessoas tiveram morte confirmada por causa da dengue no Estado.
A doença
A dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos, que nos últimos anos se espalhou rapidamente por todo o mundo. O vírus da doença é transmitido por mosquitos fêmea, principalmente da espécie Aedes aegypti e, em menor proporção, da espécie Aedes albopictus. Esses insetos também transmitem chikungunya e zika.
A condição afeta bebês, crianças e adultos. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a infecção pode ser assintomática ou pode apresentar sintomas que variam de febre baixa a febre alta incapacitante, com forte dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares e nas articulações e erupções cutâneas. A doença pode progredir para dengue grave, caracterizada por choque, falta de ar, sangramento intenso e/ou complicações graves nos órgãos.
Ainda conforme a OPAS, não existe um medicamento específico para tratar a dengue. A doença tem um padrão sazonal: a maioria dos casos no hemisfério sul ocorre na primeira parte do ano e a maioria dos casos no hemisfério norte ocorre na segunda metade. A prevenção e o controle da dengue devem ser intersetoriais e envolver a família e a comunidade.
Fonte: O Tempo