Dengue: posso comprar vacina na rede privada?
Em meio à epidemia de dengue, a população, atualmente, não está conseguindo mais se vacinar na rede privada. A empresa Takeda, responsável pelo imunizante Qdenga, informou que limitou o fornecimento para o mercado particular e que está priorizando o Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta terça-feira (27 de fevereiro), o imunizante começou a ser aplicado em crianças de 10 e 11 anos em Belo Horizonte no atendimento público.
De acordo com a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), com a limitação do fornecimento, está havendo dificuldade na reposição dos estoques para o setor privado e há “um pedido do fabricante de priorizar apenas as segundas doses, não iniciando novos esquemas vacinais”. Com isso, quem ainda não tomou nenhuma dose da vacina, a princípio terá que aguardar o fornecimento do SUS, que ainda não tem garantia de imunização para outras faixas etárias.
“O objetivo da Takeda é prover o esquema vacinal completo para aquelas pessoas que já tomaram a primeira dose nas clínicas de vacinação. Assim, estamos trabalhando junto aos nossos distribuidores para priorizar para que as pessoas que tomaram a primeira dose do imunizante na rede privada completem o seu esquema vacinal de duas doses subcutâneas em um intervalo de 3 meses, cabendo às clínicas realizarem este controle”, informou a Takeda.
A empresa ainda destacou que está buscando as soluções possíveis para aumentar o número de doses disponíveis no Brasil e que não medirá esforços para isso. “A empresa possui um plano estratégico para incrementar o fornecimento global da vacina Qdenga® e atingir a meta de 100 milhões de doses por ano até 2030, o que inclui um novo centro global dedicado à produção de vacinas, em Singen (Alemanha), previsto para lançamento em 2025”, informou.
A Takeda diz também que busca parcerias com laboratórios públicos nacionais para acelerar a capacidade de produção do imunizante.
Casos
Os casos de dengue continuam em escalada em Belo Horizonte. A capital confirmou mais 1.327 diagnósticos da doença só nos últimos quatro dias. Ao todo, são 7.665 casos confirmados neste ano até esta terça-feira (27 de fevereiro). Os dados, divulgados no ‘Balanço da Dengue e outras Arboviroses’ da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH)’, apontam uma alta de 3.416% com relação ao mesmo período do ano passado. Os diagnósticos de dengue na capital mineira saltaram 35 vezes em um ano.
Enquanto, em 2024, BH notifica cerca de 130 casos da doença por dia, no ano passado, a capital tinha, ao todo, 218 testes positivos até o dia 24 de fevereiro – eram 4 infectados por dia. O número de mortes em decorrência da enfermidade é de 7 na capital mineira. No ano passado, até este momento, não havia nenhuma morte confirmada.
Fonte: O Tempo