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Saúde prepara ampliação da vacina contra a dengue

Redação6 de março de 202412min0
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Diante da baixa adesão, ministério deve divulgar hoje nota liberando a extensão do público-alvo para a faixa de 10 a 14 anos. Em Minas, cobertura gira em torno dos 23%

O Ministério da Saúde vai permitir a ampliação do público-alvo da campanha de imunização contra a dengue para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. A pasta deve divulgar hoje (6/3) uma nota técnica com orientações aos estados e municípios. A determinação atual é para vacinar o público de 10 a 11 anos. Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, diversos estados pediram a ampliação do público-alvo por causa da baixa procura pelo imunizante nos postos de saúde. Em Minas Gerais, onde 22 cidades começaram a oferecer o imunizante há uma semana, a cobertura vacinal estava ontem em torno de 23% do grupo selecionado para receber a primeira dose, aponta levantamento do Estado de Minas, com base nas respostas enviadas por 17 cidades da lista. Na capital, que confirmou mais cinco mortes pela doença, o índice chega a 31%, segundo a prefeitura.

Nos 17 municípios que responderam ao levantamento do EM, vivem 77.082 meninos e meninas de 10 e 11 anos, dos quais 18.331 procuraram as unidades de saúde para receber a vacina. As crianças elegíveis dessas cidades representam boa parte do público-alvo, que, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde, é 78.784 pessoas nos 22 municípios que receberam doses da Qdenga.

No levantamento da reportagem, feito por meio do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems/MG), os municípios foram questionados se houve adesão da população à campanha, qual o total de crianças elegíveis e quantas já receberam a dose (confira quadro). Em 15 dos 17 municípios que responderam, a avaliação feita pelas secretarias de Saúde é de que há baixa adesão, motivada por questões como a circulação de falsas notícias sobre o imunizante, falta de entendimento sobre a importância da vacina, além de crianças ou responsáveis com dengue. Apenas em Raposos, Moeda e Nova Lima a análise do cenário é positiva, sem a constatação de barreiras para a adesão da população.

A orientação para quem teve diagnóstico recente de dengue é aguardar seis meses após o início dos sintomas para iniciar o esquema vacinal contra a doença. Caso a infecção pelo vírus ocorra após o recebimento da primeira dose, não há alteração no intervalo entre as aplicações, desde que a segunda dose não seja aplicada em um período inferior a 30 dias do início da doença.

NA CAPITAL

Na capital mineira, onde 48 mil crianças estão na faixa etária de 10 e 11 anos, 13.665 receberam a primeira dose, segundo os dados do Cosems. Isso significa uma cobertura de 28,45%, quase cinco pontos percentuais acima da média das 22 cidades. De acordo com atualização feita pela Prefeitura de Belo Horizonte no início da noite de ontem, entretanto, o índice é mais alto, de 31% do público elegível e cerca de 15 mil doses aplicadas.

Ainda de acordo com a PBH, para ampliar o número de vacinados, a Secretaria Municipal de Saúde está reforçando o chamado para que pais, mães ou responsáveis compareçam a um dos 152 centros de saúde da capital com aqueles que fazem parte do público convocado. A prefeitura reforça que todas as vacinas ofertadas na rede SUS são seguras, testadas e garantem proteção. Os endereços e horários dos locais de vacinação estão disponíveis no portal da Prefeitura de Belo Horizonte.

Apesar de a cobertura vacinal ainda não ter alcançado nem um quarto do público-alvo no estado, Minas Gerais não está com as piores taxas de cobertura. Unidades da Federação que começaram a vacinação antes de Minas – as datas foram definidas pelo cronograma de distribuição do Ministério da Saúde – apresentam coberturas relativamente menores, considerando o tempo já transcorrido na campanha. É o caso, por exemplo, de Goiás, Acre, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, onde os percentuais obtidos em três semanas não ultrapassavam 33%. O Distrito Federal foi o primeiro a receber as doses, em 8 de fevereiro. Nessas quatro unidades da Federação, houve ampliação da vacinação para adolescentes de 12 a 14 anos. No Acre, apenas 4,3% do público elegível (10 e 11 anos) recebeu as doses até a semana passada. Enquanto em Goiás foram 13% de imunizados e no Mato Grosso do Sul, 20%.

Em Minas Gerais, todas as cidades que receberam as vacinas informaram que seguem as recomendações do Ministério da Saúde e não pretendiam ampliar o público-alvo sem uma diretriz federal, embora tenham autonomia para fazê-lo, segundo informou a assessoria do órgão ao Estado de Minas. A principal dificuldade estaria na possibilidade de haver um descompasso entre as doses disponíveis para completar o esquema vacinal, disse a assessoria.

Em entrevista ontem, entretanto, a secretária nacional de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, disse que ministério realizou um estudo para ampliar o público-alvo para 10 a 14 anos sem interferir na aplicação das duas doses do esquema vacinal. A intenção do ministério é intensificar a divulgação da campanha e abrir o “programa de vacinação nas escolas” ainda neste mês. O intervalo entre as aplicações é de três meses. O ministério comprou 5,2 milhões de doses da vacina contra a dengue. O Brasil registra 1.253.919 casos prováveis da dengue, além de 299 mortes confirmadas e outras 765 em investigação, segundo dados de ontem do Ministério da Saúde.

MAIS CINCO MORTES EM BH

Até ontem, Minas registrou 426.111 casos prováveis de dengue. Desse total, 152.440 foram confirmados para a doença. Há 49 óbitos confirmados e 270 em investigação. Em relação à febre Chikungunya, foram registrados 43.823 casos prováveis, dos quais 27.446, com nove mortes, já confirmados. Vinte e sete óbitos estão em investigação. Os casos prováveis de zika somam 98, sendo sete deles confirmados, sem mortes. As três doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Já a capital do estado, de acordo com dados da PBH, acumula 42.698 casos prováveis, sendo 9.959 confirmados, com 12 mortes. Cinco delas foram confirmadas entre o último boletim, divulgado há quatro dias, e ontem. Também foram confirmados 769 casos de chikungunya em residentes de Belo Horizonte. De acordo com o boletim da prefeitura, a Região Nordeste lidera agora os casos de dengue na cidade. Com 424 novas confirmações em quatro dias e 1.649 no total, a regional ultrapassou Venda Nova que, por sua vez, caiu para a terceira posição, com1.545 casos, atrás também do Barreiro (1.646).

Sob pressão, o município amplia o horário de atendimento em mais 10 centros de saúde da capital a partir de hoje. A estratégia busca garantir o atendimento oportuno às pessoas que apresentem sintomas de dengue, zika e chikungunya e faz parte do Plano de Enfrentamento às Arboviroses. As unidades funcionarão de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h.

Ao todo, com as inclusões, serão 14 centros de saúde abertos até mais tarde em Belo Horizonte. Os atendimentos de rotina estão mantidos durante todo o horário de funcionamento das unidades. A PBH destaca que podem procurar esses locais as pessoas que apresentarem sintomas como febre, dores musculares e nas articulações, manchas vermelhas na pele, dor de cabeça ou atrás dos olhos, náuseas ou vômitos. Além desses centros, a Secretaria Municipal de Saúde já implementou novos serviços para os atendimentos da população. Os endereços e horários de funcionamento podem ser conferidos no site da Prefeitura de Belo Horizonte.

FUMACÊ

Ontem, a administração municipal realizou mais uma ação de combate à dengue na Região de Venda Nova. Equipes do Controle de Zoonoses aplicaram inseticida Ultra Baixo Volume (UBV), conhecido como “fumacê”, nas casas do Bairro Minas Caixa. Até o momento, cerca de 18 mil residências receberam a aplicação do inseticida na capital. O objetivo é controlar a propagação de dengue, chikungunya e zika, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, já na fase adulta.

O inseticida é aplicado pelos agentes em pontos específicos das moradias, como garagens e quintais. Isso favorece o uso mais eficaz do produto, já que de acordo com o último Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa), quase 87% dos focos do mosquito estão nas casas. (Com Folhapress) n

*Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho

Criança recebe dose da qdenga: mesmo nas unidades da Federação onde a imunização teve início há três

Fonte: Estado de Minas

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