Brasileiros ainda têm R$ 7,9 bilhões em valores a receber
Os brasileiros ainda têm R$ 7,9 bilhões esquecidos em bancos e instituições financeiras, segundo informações do Banco Central. É possível ter acesso a esse dinheiro por meio do SVR (Sistema Valores a Receber).
São mais de 43 milhões de pessoas, entre físicas e jurídicas, que podem resgatar o dinheiro esquecido. Os dados foram atualizados nesta sexta-feira (8), contemplando um balanço até janeiro.
Têm direito aos valores a receber trabalhadores e empresários, além de herdeiros cujos titulares tenham deixando qualquer quantia sem ser retirada.
Desde que a operação do BC entrou em vigor, em novembro de 2022, 17,5 milhões de pessoas físicas já resgataram o dinheiro, e outras 40,6 milhões ainda têm quantias a retirar. Entre as jurídicas, 948 mil já recuperaram os valores, e 3,1 milhões podem resgatar pelo SVR.
Do total de beneficiários, 63,47% têm até R$ 10 esquecidos. A faixa de R$ 10,1 a R$ 100 abriga 25,15%, enquanto a de R$ 100,1 a R$ 1.000 tem 9,63% do montante de pessoas físicas e jurídicas. Menos de 2% (1,75%) tem mais de R$ 1.000,1 para receber.
De acordo com o BC, mais de R$ 5,9 bilhões já foram resgatados desde que o SVR começou a funcionar – quase 43% do total, de R$ 13,9 bilhões.
O dinheiro a ser devolvido pelas organizações financeiras – bancos, administradoras de consórcios, instituições de pagamento, financeiras, cooperativas, corretoras e distribuidoras, entre outras – foi “esquecido” por inúmeras situações. Dentre elas fechamento de contas com pequeno saldo, por exemplo.
São exemplos de valores que podem ser resgatados o dinheiro em contas correntes ou poupanças já encerradas; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; parcelas ou despesas de operações de crédito; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; entre outros.
As consultas ao SVR podem ser feitas a qualquer momento pelo site valoresareceber.bcb.gov.br. Para acessar, é preciso digitar o número do CPF e data de nascimento, no caso de pessoas físicas, ou CNPJ e data de abertura da empresa, no cado de pessoas jurídicas.
É necessário ter uma conta Gov.br nível prata ou ouro para entrar no SVR. Veja abaixo como resgatar.
Como resgatar os valores a receber
- Acesse o site dos valores a receber neste link;
- Para fazer a consulta, clique em “Consulte valores a receber” e preencha com seus dados;
- Para resgatar os valores, vá em “Acesse o Sistema de Valores a receber”;
- Depois, faça login com sua Conta gov.br;
- Clique em acesse “Meus Valores a Receber”;
- Se o dinheiro a ser sacado for seu, escolha “Meus valores a receber”; caso seja de alguém que já morreu, vá em “Valores de pessoas falecidas”;
- Leia atentamente e, depois, aceite o “Termo de Ciência”;
- O sistema irá exibir dados como valores, nome da instituição devedora e outras informações;
- Se o sistema indicar a opção “Solicitar por aqui”, será preciso selecionar uma de suas chaves Pix e informar os dados pessoais. Guarde o número do protocolo;
- Caso o sistema ofereça a opção “Solicitar por aqui”, mas não apresente a possibilidade de informar a chave Pix, entre em contato com a instituição financeira pelo telefone ou pelo email informado para combinar a forma de devolução;
O que aparecerá ao fazer a consulta
- O valor a receber;
- O nome e os dados de contato da instituição que deve devolver o valor;
- A origem do valor a receber;
- Mais informações sobre o valor a receber, quando for o caso.
Cuidado com golpes
O BC alerta que o único site onde você pode consultar e saber como solicitar a devolução dos seus valores, da sua empresa ou de pessoas falecidas é valoresareceber.bcb.gov.br e que todos os serviços do portal são gratuitos. Caso alguém ofereça e cobre por serviços de consulta, trata-se de um golpe.
O Banco Central também não manda links nem entra em contato para tratar de valores a receber ou confirmar dados. Apenas a instituição que aparece no sistema pode entrar em contato com o cliente, mas ela não pode pedir senhas.
Não acesse links suspeitos enviados por email, SMS, WhatsApp ou Telegram.
(Tamara Nassif / Folhapress)