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Você consome muitos alimentos ultraprocessados? Veja 10 pontos de atenção

Redação29 de abril de 202415min0
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Instituto de Defesa de Consumidores criou um manual para orientar os consumidores quanto às informações ocultadas pela indústria alimentícia

O consumo de alimentos ultraprocessados é considerado um dos grandes vilões para uma dieta saudável. Essa prática está associada ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão, doenças do coração, além de obesidade e câncer. Também está relacionada a 57 mil mortes por ano no Brasil.

Especialistas apontam que os malefícios desses produtos estão ligados aos ingredientes dos quais são compostos, como sódio, açúcares adicionados e gorduras, além de aditivos alimentares – que têm como objetivo aumentar as características sensoriais, como corantes, aromatizantes, edulcorantes e emulsificantes.

Mas, segundo o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec), a indústria de ultraprocessados usa estratégias para esconder as informações das pessoas. “Muitas corporações do ramo jogam sujo. Elas investem milhões em publicidade para fazer as pessoas acreditarem em benefícios questionáveis dos seus produtos. Financiam estudos que enaltecem e extrapolam características pontuais dos seus produtos e as relacionam com uma possível saudabilidade.”

Em razão disso, o instituto produziu um manual chamado de: “10 verdades sobre a comida da mentira.” O documento é destinado a orientar os consumidores, a fim de não deixá-los ser enganados.

Confira os 10 pontos de atenção listados pelo Idec:

1- Ultraprocessados fazem mal à saúde sim e ponto final

A indústria tenta a todo custo passar a ideia de que os ultraprocessados são saudáveis, nutritivos, necessários na nossa mesa e etc. Mas há um volume crescente e robusto de evidências e publicações científicas produzidas por universidades e organizações que demonstram cada vez mais a relação entre o consumo desses produtos e o desenvolvimento de inúmeras doenças, podendo até causar mortes.

2 – A lista de ingredientes diz muito sobre o produto

É extremamente importante que você leia os rótulos das embalagens e conheça a composição dos produtos. Sabe aquele texto miudinho da lista de ingredientes? Eles aparecem em ordem decrescente, sendo que o primeiro item é o que está presente em maior quantidade. Dessa forma, evite aqueles produtos que contenham açúcar, sal ou gordura entre os primeiros ingredientes da lista. Por regra, os aditivos alimentares aparecem no fim dos componentes, independentemente das quantidades.

Ligue o alerta para os produtos com ingredientes de nomes complicados ou desconhecidos. Geralmente, esses ingredientes são substâncias que não usamos nas nossas cozinhas (xarope de glicose, maltodextrina, isolados de proteína, entre outros) ou aditivos alimentares (corantes, aromatizantes, edulcorantes, emulsificantes, entre outros) e são utilizados pela indústria de ultraprocessados para proporcionar ou melhorar os aspectos sensoriais.

A presença de frases como “rico em fibras”, “saudável”, “fit”, “sem aditivos”, “orgânico” e “contém vitaminas e minerais” nos rótulos é uma forma comum de mascarar os ultraprocessados. Porém, isso não assegura que esses produtos sejam saudáveis, pois não exclui o fato de serem compostos por outros ingredientes prejudiciais à saúde.

3 – A reformulação de um produto alimentício ultraprocessado não o torna saudável 

Para que não pareçam nocivos à saúde, é muito comum a prática da indústria de ultraprocessados de reformular a composição de seus produtos e estampar nos rótulos informações como “fonte de fibras”, “rico em vitaminas” ou “menos sódio”. Mas modificar nutrientes específicos de forma isolada não torna um ultraprocessado saudável. A fortificação e o enriquecimento de nutrientes não proporcionam o mesmo efeito benéfico de consumir um alimento que contém naturalmente esses nutrientes em sua composição.

Além disso, a remoção de ingredientes críticos (sódio, açúcares adicionados e gorduras) pode vir acompanhada da adição de substitutos nada benéficos à saúde, como ingredientes de uso culinário raro (maltodextrina, açúcar invertido, gordura interesterificada, proteína isolada de soja, etc.) e aditivos alimentares (aromatizantes, corantes, edulcorantes, etc.), que garantem características sensoriais atrativas e com baixo custo de produção.

4 – As refeições ultraprocessadas congeladas não são iguais às refeições caseiras 

Você se lembra de já ter visto na seção de congelados do mercado uma lasanha ou qualquer outra preparação dizendo-se com “sabor caseiro” ou “tempero caseiro”? Com o avanço da tecnologia de alimentos, a indústria de ultraprocessados tenta elaborar produtos que se parecem cada vez mais com refeições caseiras, além de utilizar estratégias de publicidade para convencer as pessoas consumidoras e apelar ainda para a praticidade e a conveniência desses produtos.

Porém, estas refeições prontas e congeladas, na maioria das vezes, apresentam grande quantidade de nutrientes prejudiciais à saúde em seu processo de produção. Sem falar que elas favorecem o consumo em locais inapropriados como em frente às telas, no carro e de forma isolada.

5 – Produtos alimentícios ultraprocessados prejudicam a cultura alimentar

As culturas alimentares de cada local contêm especificidades e apresentam forte relação com as características do território onde estão inseridas. Elas utilizam alimentos regionais, respeitam a sazonalidade, incentivam produtores locais e a agricultura familiar. Além disso, o ato de cozinhar favorece o consumo de alimentos in natura e minimamente processados e tem a capacidade de transmitir saberes, conservar tradições e, assim, preservar a identidade cultural de um povo expressa na alimentação.

Por outro lado, com o consumo de ultraprocessados ocorre o oposto. Uma vez que a base desses alimentos são commodities como trigo, milho e soja, a alimentação torna-se cada vez mais monótona. Além disso, o ultraprocessamento distancia o produto final da origem do alimento e torna cada vez mais difícil identificar do que é feito aquele produto

6 – Ultraprocessados contém agrotóxicos e são potencialmente piores por isso

Uma das alegações que parte da indústria de ultraprocessados defende sobre seus produtos é a de que eles não têm agrotóxicos, diferentemente dos alimentos in natura ou minimamente processados, que estariam diretamente expostos a esses venenos. Além de reforçar um estigma completamente equivocado, de que o que vem do campo não é adequado para o consumo, estudos mostram que, além de causarem problemas crônicos de saúde, os ultraprocessados também contêm venenos prejudiciais à saúde, como o glifosato, considerado “provavelmente cancerígeno” para humanos pela OMS.

Entre os alimentos mais contaminados estão: empanado de frango (conhecidos pelo nome de nuggets), requeijão, hambúrguer, salsicha, bebida à base de soja, bisnaguinha, biscoito de água e sal e bolacha recheada.

7 – A indústria de alimentos ultraprocessados interfere em políticas públicas para garantir seus interesses comerciais

Apesar de as evidências demonstrarem os benefícios para a população de um padrão alimentar baseado em alimentos in natura ou minimamente processados, ainda há dificuldades no avanço de políticas públicas que promovam uma alimentação saudável. Mas grandes corporações que fabricam produtos alimentícios utilizam estratégias para “minar, bloquear ou atrasar os esforços para desenvolver, implementar e aperfeiçoar políticas públicas”.

8 – Industrializados e ultraprocessados são coisas diferentes

Nem todo alimento industrializado ou embalado é, necessariamente, um ultraprocessado e faz mal à saúde. A indústria de ultraprocessados distorce o conceito de “ultraprocessados” ao utilizar os termos “processados” e “industrializados” como sinônimos. Os alimentos in natura, como o arroz, o feijão, as frutas, as verduras e os legumes, que devem ser a base da nossa alimentação, podem passar por processos como de limpeza, congelamento, fracionamento, pasteurização, entre outros processos que não são nocivos à saúde. Assim, são classificados como minimamente processados.

Existem também os alimentos processados, que são os alimentos in natura ou minimamente processados acrescidos de sal, açúcar e/ou gordura, como por exemplo, os legumes em conservas, as frutas em calda, a sardinha e o atum enlatados, alguns pães e queijos, entre outros. As técnicas de processamento desses alimentos se assemelham a técnicas culinárias, mas a adição desses ingredientes mudam a composição do alimento e por isso são recomendados consumir com moderação.

9 – A aplicação de leis e normas para comercializar produtos ultraprocessados não vai causar prejuízos econômicos

Para impedir medidas regulatórias que favoreçam alimentos saudáveis e reduzam os privilégios de produtos que fazem mal à saúde, a indústria se utiliza do argumento de que isso impactará o lucro do setor, acarretando em desemprego e prejuízos econômicos para o país. Além do fato de que essas mudanças são extremamente necessárias e trazem benefícios, esse argumento cai por terra quando olhamos a política pública sobre a rotulagem nutricional frontal que foi implementada no Chile.

O país foi pioneiro no mundo ao adotar, em 2016, um modelo de advertências no formato de octógonos em ultraprocessados. Alguns anos depois, estudos mostraram o avanço da iniciativa: uma pesquisa publicada no The Lancet de 2021 apontou significativa redução no consumo dos produtos que levam os alertas (23,8% dos altos em calorias, 36,7% dos altos em sódio e 26,7% dos altos em açúcar) pela população chilena); e outra publicação da Nutrients de 2022, que mostrou que a diminuição não se refletiu em prejuízos para a indústria de alimentos.

O mesmo foi percebido em pesquisa brasileira que mostrou que o aumento do preço das bebidas adoçadas desestimula o seu consumo e promove a substituição para outras bebidas mais saudáveis como – como a água, o café e o leite.

10 – Alimentação natural: a melhor opção e mais economicamente viável

A política de impostos no país, que favorece ultraprocessados desde a década de 70, somada à intensa publicidade deste tipo de produto contribuíram para um problemático senso comum de que eles precisam estar presentes nas refeições, pois “o que mais é possível comer sem eles?” ou até mesmo “o que os mais pobres vão comer, se não tiverem os ultraprocessados?”

Em alguns estados, por exemplo, o macarrão instantâneo tem a mesma alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do arroz e do feijão. O Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) do refrigerante e dos achocolatados é quase zero, como o da água mineral. Alguns ultraprocessados, como a salsicha, biscoitos e margarina, também recebem isenções fiscais por serem considerados parte da cesta básica em alguns estados brasileiros.

Além de incentivos fiscais como esses, existe uma cadeia de beneficiamento do cultivo de monoculturas, como a soja, o milho e o trigo, que são a base de muitos produtos ultraprocessados fabricados pela indústria. A renúncia fiscal na cadeia produtiva da soja é quase o dobro da renúncia fiscal estimada para toda a cesta básica, calculada em R$ 30 bilhões. Destacando que a nossa política tributária é altamente benéfica para os ultraprocessados.

Fonte: O Tempo

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