AGENDA 2030: O que piorou e o que melhorou no Brasil desde 1990? Confira lista de indicadores
Um estudo realizado por pesquisadores do Reino Unido, Brasil e Equador e publicado na revista Public Health revelou o que piorou e o que melhorou no Brasil e no Equador entre os anos 1990 e 2019. Enquanto a cobertura vacinal e a assistência ao parto melhoraram, aspectos como violência sexual e as taxas de mortalidade por suicídio pioraram em nosso país. O estudo levou em conta 40 indicadores ligados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
A pesquisa também é alinhada com o monitoramento do progresso da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que visa contribuir para o conhecimento sobre saúde global.
“A partir dos dados utilizados, identificamos que Brasil e Equador reduziram substancialmente as incidências de tuberculose e malária e as taxas de mortalidade atribuíveis à água. Ambos os países também ampliaram largamente a cobertura vacinal, em torno de 200%”, explica Laís Cardoso, pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e co-autora do artigo.
Confira os principais indicadores do Brasil
Melhorou:
- Assistência ao parto qualificada
- Planejamento familiar atendido por métodos contraceptivos
- Cobertura universal de saúde
- Cobertura de imunização
- Densidade de profissionais de saúde
- Desnutrição crônica
- Desnutrição aguda
- Desnutrição infantil
- Mortalidade neonatal (morte de um feto ou recém-nascido)
- Mortalidade materna
- Mortalidade infantil
- Prevalências de doenças tropicais negligenciadas
- Tuberculose e malária
- Taxas de mortalidade atribuíveis à água, esgotamento sanitário e higiene inseguro
- Cobertura vacinal (em torno de 200%)
Piorou:
- Taxa de homicídios (27,5 para 100 mil)
- Taxa de mortalidade por desastres
- Prevalência de sobrepeso infantil
- Incidência de HIV
- Consumo de álcool
- Prevalência de violência não íntima entre parceiros
- Taxa de homicídios
- Violência física
- Violência sexual
- Abuso sexual infantil
- Taxa de mortalidade por suicídio
Força tarefa
A pesquisa foi conduzida pela Unidade Pesquisa em Determinantes Sociais e Ambientais das Desigualdades em Saúde (Sedhi) e financiada pela agência britânica NIHR.
O estudo foi realizado a partir de uma colaboração entre pesquisadores, no Brasil, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Cidacs/Fiocruz Bahia; no Equador, da Escola de Medicina da Universidade Internacional do Equador; e, no Reino Unido, da Faculdade de Epidemiologia e Saúde da População da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres; da Universidade de Washington; da Universidade de Londres; e da Universidade de Glasgow.
Fonte: O Tempo