Xadrez pode melhorar desenvolvimento de crianças a partir dos 4 anos
A prática do xadrez pode contribuir, e muito, para o desenvolvimento de crianças com mais de 4 anos. Além de estimular a atenção e o raciocínio lógico dos jogadores, pode trazer ganhos para a aprendizagem, aumento da confiança e autoestima.
É o que acredita o doutor em Neurociências, Guilherme Lage. Segundo o professor do departamento de Educação Física da UFMG, o xadrez pode tornar as crianças mais confiantes e seguras de si, além de ser importante para o desenvolvimento social dos jovens, como aprender a perder e se relacionar e entender o adversário.
“O xadrez é importante para a autoconfiança e autoestima das crianças. Elas podem entender que possuem uma capacidade mental que possibilita ter recursos e ferramentas em determinadas situações. A participação em clubes de xadrez, a oportunidade de competir, aprender a ganhar e perder, entender essas relações que sempre vão estar nas nossas vidas”, afirmou o Doutor.
No xadrez, cada movimento do jogador é pensado com três rodadas de antecedência. De acordo com Lage, essa preocupação com o futuro, sem tomar atitudes precipitadas, pode ser importante para o desenvolvimento das crianças.
“O xadrez demanda a aprendizagem de estratégias, a pessoa antecipar, ter uma visão prospectiva do que aquela ação irá gerar no futuro. Isso acaba auxiliando na resolução de problemas, não só problemas imediatos, como problemas no futuro, ou seja, você faz uma jogada agora pensando o que ela vai impactar, duas, três, quatro ou cinco jogadas para frente”, destacou.
Qual a idade certa para começar no xadrez?
Muitos pais e familiares se perguntam qual a idade certa para inserir crianças no xadrez. A realidade é que não existe uma faixa etária ideal. Segundo Guilherme Lage, é necessário avaliar o desenvolvimento cognitivo da criança, o grau de atenção e maturidade, e também o interesse dela no esporte que será oferecido.
“Os esportes em geral têm dificuldades em definir as idades certas para começar. Em algumas práticas, é preciso analisar as capacidades físicas da criança, mas em esportes mais mentais, como jogos eletrônicos e xadrez, temos que pensar nas capacidades cognitivas, no grau de maturação daquele jovem. O interesse da criança no xadrez também é um fator determinante”, destaca.
Ainda de acordo com o pesquisador, os pais que queiram inserir as crianças no xadrez devem ter alguns cuidados. Primeiro, é preciso que o jovem goste de praticar o esporte, para depois ser inserido de vez no vasto mundo dos tabuleiros.
“É começar sem a exigência de alta demanda. Começar na formação lúdica para que a criança tenha prazer em praticar o esporte, para depois direcionar mais as cargas de instruções e quantidade de práticas”, conclui Lage.
Fonte: Hoje em Dia