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Reta final da colheita de café confirma quebra de safra em torno de 20%; entenda

Redação8 de julho de 20248min0
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Falta de chuva na época da florada gerou grãos menores e com maturação irregular; condição deve implicar numa safra menor

Na reta final da colheita de café no estado, o presidente da Comissão Técnica de Cafeicultura da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg) Arnaldo Bottrel Reis, confirma que a safra mineira, esse ano, deve sofrer uma quebra em torno de 15 a 20%. No início do ano, a previsão da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seapa) era de que fosse possível colher cerca 29,2 milhões de sacas, levando-se em conta que a área produtiva aumentou 3,2%. Agora, esse número é uma incógnita. A expectativa é de que a Conab divulgue uma nova previsão no final de agosto.

Bastou iniciarem as primeiras colheitas para que os produtores tivessem suas expectativas frustradas. “Os grãos estão muito pequenos, o que deve impactar no volume final. O consolo é que a qualidade está boa”, disse. Segundo Bottrel, isso está acontecendo porque, praticamente, não choveu na época da florada (agosto, setembro e outubro do ano passado). “Se não chove nesse período, a planta tem dificuldade de florescer, o que acaba interferindo na quantidade e no tamanho dos grãos”.

Produtores estão tendo que fazer as colheitas mais de uma vez, em razão dos diferentes tempos de maturação dos grãos

Maria Teresa Leal/Itatiaia

Falta d’água provoca distúrbios na planta

A explicação é confirmada pelo engenheiro agrônomo e diretor de cadeias produtivas da Seapa, Julian Carvalho. Segundo ele, a falta d’água na época da florada provoca distúrbios fisiológicos na planta, gerando grãos menores e desuniformidade na maturação: um mesmo pé de café apresenta grãos-passa, grãos-verdes e grãos-cereja. “O produtor que utiliza maquinário, precisa passar a máquina até três vezes para conseguir completar a colheita, o que encarece o processo”, disse.

Julian contou que, normalmente, com 450 ou, no máximo 500 litros, é possível encher um saco de café beneficiado. Mas esse ano, os grãos estão tão miúdos que os produtores estão precisando de 600 litros para encher o mesmo saco, gerando “peneiras” menores. “Isso interfere em tudo. Se pensarmos que o café também é valorizado pelo tamanho da peneira. Para se ter uma ideia, os concursos de qualidade de café sempre tomam como referência as peneiras aro 16, que é um tamanho bom para quem produz café de qualidade. Mas, esse ano, cientes da situação, alguns já lançaram editais com peneiras aro 14 ou 15”.

Instabilidade climática tem provocado perdas constantes

Outra pontuação importante feita pelo diretor da Seapa é que, nos últimos anos, a instabilidade climática tem se sobreposto à chamada bienalidade do café; condição que considera que, se um ano foi positivo, o outro ano não será tão bom porque a planta ainda estaria se “recuperando” de um grande esforço. “Aquela normalidade que tínhamos há vinte anos vem mudando muito. Tivemos bienalidades negativas que foram melhores do que as positivas. As intempéries climáticas estão se intensificando a cada ano, fazendo com que as perdas de qualidade e produtividade sejam constantes”.

E ainda vem o La Ninã…

A respeito de como essa situação poderá impactar nos preços no final do ano, Julian disse que é difícil fazer uma previsão porque trata-se de um produto cotado em Bolsa de Valores, sofrendo influência de várias partes do mundo. Segundo ele, o preço do café, hoje, está em patamares interessantes para o produtor e, claro, nessa situação, a tendência é que ele também fique mais caro nas gôndolas do supermercado.

“Mas se eu tivesse que arriscar, diria que os preços vão se manter porque os estoques estão baixos, está muito próxima a relação produção/consumo, o que faz com os players de mercado mantenham os patamares de preços”.

Fonte: Itatiaia

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