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Especialistas falam sobre benefícios da amamentação em semana que celebra o aleitamento materno

Redação5 de agosto de 20249min0
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Atualmente, índice de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses é de 45% no Brasil e objetivo é chegar a 70% até 2030

Desde 1992, mais de 120 países ao redor do globo terrestre celebram, entre os dias 1 e 7 de agosto, a Semana Mundial do Aleitamento Materno, estabelecida numa parceria da Organização Mundial da Saúde (OMS) com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). No Brasil, a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que, até 2030, a expectativa do Governo Federal é chegar a 70% de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses.

Atualmente, esse índice está em 45%, o que representa um ganho em relação a anos anteriores. Em 1986, esse percentual era de apenas 3%. Estudos científicos comprovam que a amamentação é o único fator que, isoladamente, pode reduzir em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis.

De acordo com a pediatra Mariella Morais, entre os benefícios da amamentação a curto prazo estão a “proteção contra infecções gastrointestinais, doenças respiratórias, diminuição da incidência de otite média e redução do risco de síndrome da morte súbita infantil”.

Já a longo prazo, haveria “redução do risco de desenvolver doenças crônicas como diabetes, obesidade e sibilância, diminuição das cáries e má oclusão dentária”. “A amamentação também está associada a um risco reduzido de desenvolvimento de cânceres hematológicos e a um melhor desempenho cognitivo”, enumera a pediatra.

A consultora de amamentação Ludymilla Castro vai na mesma linha, e aponta que, para a mãe, existe a “diminuição dos riscos de sangramento no pós-parto e das chances de câncer de mama, além de promover um melhor vínculo afetivo com o bebê”. Nesse aspecto, ela salienta que “a amamentação acontece não somente de forma nutritiva, ou seja, amamentar é muito mais que alimentar o bebê”.

“Ela também possibilita um momento de conexão entre mãe e filho, pois a sucção acalma o bebê, acalenta e possibilita estímulos que vão contribuir para o seu desenvolvimento, como o contato pele a pele, o olhar mútuo e o toque, fatores que auxiliam no fortalecimento das habilidades sensoriais e cognitivas do bebê”, argumenta a especialista.

Estímulo

Ludymilla reforça que “a amamentação tem um papel fundamental e importantíssimo na regulação emocional tanto do bebê quanto da mãe”. “Para o bebê, o ato de mamar promove a sensação de segurança e saciedade, ajudando-o a lidar com emoções como fome, medo ou desconforto”, afirma.

A pediatra Mariella Morais concorda que “os efeitos positivos da amamentação na saúde são observados ao longo da vida”, e acrescenta a diminuição da chance de outros tipos de câncer para a mãe, como de ovário e endométrio, além de diminuir o risco de doenças cardiovasculares.

Na opinião de Mariella, “o sucesso da amamentação está no apoio que essa mãe recebe para desempenhar algo tão nobre quanto nutrir seu bebê”. “Precisamos apoiar a intenção dessa mãe em amamentar, desmistificar o aleitamento materno doloroso e a baixa produção de leite. E a sociedade precisa permitir que essa mãe que amamenta em público não se sinta inadequada ou julgada”, sustenta.

Ludymilla avalia que “a sociedade vem evoluindo seu olhar para a amamentação, mas ainda é muito recente”, pondera, ciente de que há um longo caminho a ser trilhado. “Quando falamos de um parto com atendimento humanizado, amamentação prolongada ou educação positiva, estamos falando para uma ‘bolha’ muito restrita”.

“Com a facilidade da fórmula artificial para alimentar o bebê, a sociedade acaba desencorajando as mães a amamentarem ao menor desafio que elas encontrem pelo caminho. Sendo assim, é importante não só ter conhecimento, desde a gestação, para se preparar para viver a amamentação, como construir uma rede de apoio, que será fundamental para ajudar essa mãe, principalmente nos momentos de dificuldade”, diz.

Desafios

Mariella conta que “existem poucas contraindicações à amamentação”. “A principal delas é a infecção pelos vírus HIV e HTLV (que também ataca as células de defesa do organismo). A amamentação pode estar contraindicada temporariamente em mães com diagnóstico de catapora, tuberculose e brucelose. Nestes casos, deve -se fazer a ordenha do leite até que a amamentação seja segura”, explica a pediatra.

Ela informa que o site oficial da Sociedade Brasileira de Pediatria disponibiliza informações confiáveis para as famílias a respeito da amamentação, e também indica a cartilha do Ministério da Saúde com orientações para mulheres trabalhadoras que amamentam.

“A caderneta de vacinação também contém informações importantes sobre a amamentação. E, em Belo Horizonte, os bancos de leite do Hospital Sofia Feldman e da Maternidade Odete Valadares oferecem ajuda às mães com dificuldade na amamentação”, complementa Mariella, para quem “a amamentação precisa ser orientada desde o pré-natal”.

“A mãe que tem informação lida melhor com os desafios iniciais do processo. E a pega, sucção e produção de leite devem ser avaliadas por um profissional já na maternidade, e reavaliadas nas consultas pediátricas”, orienta. Assim como Mariella, Ludymilla percebe que “a dor para amamentar é a principal causa de desmame precoce”.

“O recém-nascido mama de oito a doze vezes por dia, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. E é impossível manter uma amamentação dolorosa com um bebê que demanda amamentar várias vezes ao dia”, constata. Segundo Mariella, “a dor durante a amamentação é uma preocupação comum”. “Mas essa dor, geralmente, pode ser tratada, fazendo pequenos ajustes na técnica”, finaliza.

Mitos e verdades

Consultora de amamentação, Ludymilla Castro afirma que “um dos principais mitos que rondam a amamentação é o do ‘leite fraco’”. “Não existe leite fraco. Existem dificuldades na amamentação que podem acarretar uma baixa produção de leite da mãe e um baixo ganho de peso do bebê”, elucida.

Na opinião da especialista, “o que realmente funciona e ajuda na amamentação é uma equipe multidisciplinar cuidando dessa família”. “Consultora de amamentação, pediatra, ginecologista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, osteopata, entre outros profissionais, todos unidos, protegendo a amamentação e atualizados, para que possam oferecer a esta família um cuidado interdisciplinar, completo e efetivo”, afiança.

A pediatra Mariella Morais pondera que, nos casos em que é necessário complementar o aleitamento materno, “é fundamental orientar a mãe quanto à manutenção do aleitamento misto e não promover um desmame precoce”. “Vários cuidados são importantes para essa criança não desmamar, e, dentre eles, ensinar à mãe opções mais seguras para ofertar a fórmula de leite, como colher dosadora, copo e relactação no lugar da mamadeira”, sugere a especialista.

Fonte: O Tempo

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