Brasil tem 14 assassinatos de crianças e adolescentes por dia
Por dia, o Brasil registra 14 assassinatos de crianças e adolescentes. A arma de fogo é o instrumento mais utilizado para cometer os crimes contra os menores no país, segundo um estudo do Unicef e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira (13). O ‘Panorama da violência letal e sexual contra crianças e adolescentes no Brasil’ foi elaborado com base em boletins de ocorrências registrados pelas secretarias estaduais de segurança pública e leva em consideração dados de 2021, 2022 e 2023.
Conforme a pesquisa, nos três anos foram registrados 15.101 casos de mortes violentas de crianças e adolescentes no país. O ano com mais ocorrências foi em 2022, com 5.354 boletins formalizados. O estudo identificou que na faixa etária entre 0 a 9 anos, pouco mais da metade das mortes foram registradas dentro de casa, indicando um aumento na violência no ambiente doméstico, segundo os pesquisadores.
Por outro lado, entre 10 e 19 anos, os assassinatos ocorrem em 62,3% das situações em vias públicas. “A gente entende que a morte, nestes casos, é um desfecho de um processo de exclusões que vai passar pela exclusão escolar, por um trabalho desprotegido e por uma série de exclusões durante a vida”, explicou Ana Carolina Fonseca, Oficial de Proteção à Criança do Unicef no Brasil.
Quando analisada as formas usadas para matar crianças e adolescentes, a arma de fogo aparece como o instrumento mais utilizado. Na faixa etária de 0 a 4 anos, o uso de revólveres foi observado em 27,1% dos casos, enquanto entre os pequenos de 5 a 9 anos o percentual sobre para 48,3%. Já para a faixa entre 10 a 14 anos, o índice cresce mais e chega a 72,3%, e chegando ao patamar mais elevado entre os adolescentes de 15 a 19 anos, com 86,3% dos assassinatos tendo o uso de arma de fogo.
Outras formas analisadas pela pesquisa para tirar a vida dos menores são armas brancas, como facas e tipos diversos de agressão física como asfixia, estrangulamento e espancamento. “”Por mais que saibamos que a dinâmica de mortes de zero a 9 anos seja doméstica, e a de 10 a 19, em via pública, chamou muito a atenção que as armas de fogo estejam tão presentes. É um alerta para monitorar e incidir no controle do uso de armamento por civis”, detalhou Ana Carolina.
Fonte: O Tempo