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Produção de grãos deve bater recorde nesta safra, até com seca; alimentos ficarão mais baratos?

Redação17 de outubro de 20246min0
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Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta aumento da área dos principais plantios do segmento

Este é um ano de prejuízos bilionários para a agropecuária no Brasil, afetada pela seca em parte do país e as enchentes no Sul. Por outro lado, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) acaba de divulgar a estimativa de produção de grãos na atual safra com um dado que vai na contramão disso: um aumento recorde de 8,3%. Com tantas notícias sobre perdas no campo, como isso é possível e o que significa para o dia a dia dos brasileiros?

Em primeiro lugar, é importante entender o período que compreende o ano-safra dos grãos. Ele não segue o calendário habitual de um ano, e sim o período que vai de agosto de um ano a setembro do seguinte. Os eventos climáticos extremos que atingiram o Sul do país no começo de 2024 e os incêndios que varreram o Brasil não tiveram um impacto significativo na safra atual, explica o gerente de acompanhamento da área da Conab, Fabiano Vasconcellos.

“Quase não havia grãos cultivados na durante as queimadas, porque é uma época seca. Os produtores estão preparando a safra para 2024 e 2025”, introduz. A Conab chega aos dados estimados levando em conta não apenas o clima, mas uma série de informações subjetivas que, em alguns casos, são repassadas pelos próprios agricultores.

A projeção atual projeta que o agronegócio produzirá 322,47 milhões de toneladas de grãos como arroz, soja e milho na safra 2024/2025, um acréscimo de 24,5 milhões de toneladas em comparação à anterior. Um dos destaques desse impulso é o arroz, cuja área de plantio em todo o Brasil aumentou 9,9% em relação ao ciclo passado. Em Minas Gerais, a alta ultrapassa a média nacional e chega a 25,1%.

Ao longo da safra, tudo pode mudar, alerta a analista de agronegócio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema Faemg Senar) Mariana Marotta. “É uma estimativa, uma perspectiva. O que define como as culturas se comportarão? Primeiro, o clima. Hoje, temos algumas regiões que iniciaram o plantio de milho, mas, em Minas, não, porque em alguns pontos estamos há mais de 180 dias sem chuvas”, diz. Soluções técnicas no campo, como a irrigação artificial, ajudam a driblar os efeitos dos eventos climáticos extremos, contudo não as resolvem inteiramente.

E o preço da comida?

Com o aumento da produção de grãos, os alimentos ficarão mais baratos no supermercado? Se a perspectiva da Conab se concretizar, há chance de que sim, entretanto isso depende de mais fatores.

Começando pelo arroz: a maior parte da produção do país está no Sul, afetado por fortes chuvas neste ano. Ainda assim, a região está ampliando a área de cultivo e contribui para o aumento da produção nacional. Com isso, pode haver uma queda do preço do arroz nos supermercados. Só neste ano, ele aumentou 9,74%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acima do índice geral da inflação no período, de 3,31%. A diminuição efetiva depende de mais fatores além da esperança de aumento da produção, sublinha Fabiano Vasconcellos, da Conab.

“Se o preço aumentará ou diminuirá, só veremos lá na frente, porque uma série de fatores ocorre na safra. Mas o produtor faz contas, sabe que elas estão boas para o arroz e há perspectiva de aumento de área de cultivo. Com uma safra e uma oferta maiores, mantendo-se a demanda, os preços tendem a diminuir”, pondera.

A estimativa da Conab é positiva para a soja, grão que tem repercussão ao longo da cadeia da agropecuária e ajuda a aumentar ou diminuir o preço da carne, por exemplo, já que, como o milho, é utilizado na alimentação dos frangos, por exemplo. Alta de produção do grão, contudo, não significa necessariamente queda de preços. Isso porque a soja é tratada como uma commodity no mercado externo, o que significa que flutua ao sabor da demanda e da economia de outros países.

“O milho e a soja são commodities. A Argentina, os EUA e o que está ocorrendo ao redor do mundo afetam o preço. O mercado de grãos nos deixa em alerta constante, são especulações”, arremata Mariana Marotto, da Faemg.

Fonte: O Tempo

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