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Campanha de vacinação em MG não terá vacinas contra covid e catapora

Redação22 de outubro de 202414min0
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A vacina DTP, contra coqueluche, também precisou ser substituída; Estado justificou falta no envio insuficiente de vacinas pelo Ministério da Saúde

A campanha de multivacinação em Minas Gerais, prevista para ocorrer entre os dias 4 e 29 de novembro, não inclui as imunizações contra covid-19 e catapora. Os estoques dessas vacinas estão zerados no Estado, apesar de o governo estadual ter iniciado a distribuição de 1,9 milhão de doses de outros imunizantes, como meningite e febre amarela, nessa segunda-feira (21 de outubro). A vacina tríplice bacteriana (DTP) – contra difteria, tétano e coqueluche – também está em falta desde, pelo menos, agosto, quando O TEMPO revelou a primeira morte por coqueluche no Estado. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) justificou que houve “envio insuficiente de doses pelo Ministério da Saúde”, que, por outro lado, nega a “falta generalizada de vacinas”.

Segundo o MS, a aquisição regular da vacina contra varicela (o mesmo que catapora) está em “fase de conclusão” e deverá ser normalizada no primeiro semestre de 2025. Já para a covid-19, uma nova remessa de 1,2 milhão de doses da vacina está prevista para ser distribuída entre todos os Estados nesta semana – o quantitativo é parte de uma compra emergencial feita em maio. Até o momento, no entanto, não há previsão para chegada desses imunizantes nos postos de saúde.

A imunização contra a catapora faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI): a vacina deve ser aplicada aos quatro anos para evitar hospitalizações e mortes. Antes, aos 15 meses, a criança recebe uma primeira dose pela vacina tetra viral, que também protege contra o sarampo, caxumba e rubéola. “A vacina contra varicela é considerada de rotina para as crianças. Não é tão mortal, mas pode implicar em complicações e internações. A falta das doses nos postos de saúde preocupa quando a gente pensa em saúde pública. Assim como aconteceu com sarampo e coqueluche, as notificações de varicela também estão sujeitas a aumentar”, alerta o médico infectologista Leandro Curi.

No Brasil, nos últimos nove anos, foram notificados 335.641 casos graves de catapora, segundo o MS. A maioria ocorreu na região Sudeste – 138.718, ou 31% – e entre crianças de cinco a nove anos – 108.002, ou 32% dos registros. Até a normalização da compra regular da vacina contra a varicela, o MS conta com o Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). De acordo com o órgão, a parceria vai garantir a entrega de 150 mil doses do imunizante para distribuição pelo país no mês de novembro.

Curi avalia que será necessário um esforço de conscientização das famílias. “Além da reposição, será preciso correr atrás do déficit da cobertura vacinal, bater na tecla da vacinação com a população faltante, aqueles que estão com o cartão de vacinação incompleto. Não se vacinar é preocupante. A vacina precisa estar disponível e, depois, chegar aos braços das pessoas”, reforça.

Público-alvo da vacina da Covid-19 sai frustrado dos postos de saúde 

Eliana de Jesus, de 69 anos, foi uma das pessoas que tentaram se vacinar contra a covid-19 em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, e não conseguiram nessa segunda-feira (21 de outubro). Como idosa, a aposentada está dentro do público-alvo da vacina, que deve se vacinar com uma dose a cada seis meses. “Há um mês, eu já havia tentado me vacinar e também não consegui. Agora, de novo, falaram que as doses tinham acabado. Eu fico preocupada e insegura. Minha sobrinha pegou covid recentemente e disse que se sentiu muito mal. Eu tenho problema pulmonar, já tive embolia pulmonar, não posso correr o risco de pegar covid”, lamenta.

De fato, assim como o governo estadual anunciou a “indisponibilidade” da vacina contra a covid-19, a prefeitura de Contagem afirmou que há um “desabastecimento geral no município da vacina contra a covid”. Na capital, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) disse ter comunicado à SES-MG sobre “a falta de vacinas contra a covid-19 nos Centros de Saúde e a necessidade de nova remessa dos imunizantes”. “No entanto, até o momento, não recebeu qualquer previsão de entrega das doses”, continua a PBH por meio de nota.

O Ministério da Saúde garantiu que a nova remessa emergencial de 1,2 milhão de doses da vacina contra a covid-19 deverá “regularizar os estoques para vacinação de crianças”, sem informar sobre o restante do público-alvo da vacina. O infectologista Leandro Curi pondera que o vírus da covid continua uma ameaça para a saúde mesmo após a pandemia. Isso, principalmente, aos grupos de risco, como crianças, idosos e profissionais de saúde.

“A vacina precisa estar disponível nos postos. A covid virou uma doença que se mantém com índices de transmissão e novos casos o ano todo, já não é sazonal. O que impede uma pessoa vulnerável de adoecer, de precisar de internação, é o esquema vacinal completo”, alerta. Este mês, uma nova linhagem do vírus, a XEC, que vem se espalhando pelo mundo, foi detectada no Brasil. “Um fator de interesse da covid, como elenca a Organização Mundial de Saúde (OMS), são as inúmeras variantes que aumentam a transmissão da doença”, continua Curi.

Por dia, 303 mineiros testaram positivo para covid-19 de janeiro até 15 de outubro deste ano, data do último boletim epidemiológico da SES-MG. O número equivale a 87.340 infectados. Outros 507 perderam a vida para a doença. Ainda conforme o MS, um novo pregão foi concluído recentemente para a aquisição de mais de 60 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. “As entregas pelos fabricantes serão realizadas de forma parcelada, conforme a adesão da população à vacinação e as atualizações aprovadas pela Anvisa”, afirmou o órgão por meio de nota.

Leia nota do MS na íntegra 

“O Ministério da Saúde realiza envios regulares de vacinas aos estados, que são responsáveis por abastecer os municípios.

Não há falta generalizada de vacinas no Brasil. O Ministério da Saúde adota estratégias para manter a vacinação em dia e garantir a proteção da população. Essas ações são realizadas em constante diálogo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

Até o momento, foram distribuídas 81,8 milhões de doses das principais vacinas ofertadas no SUS, incluindo a vacina contra a Covid-19.

Em relação à vacina contra Varicela, no final de 2023 foram adquiridas 2,7 milhões de doses por meio do Fundo Rotatório da OPAS/OMS, com 150 mil doses previstas para entrega em novembro. A aquisição regular está em fase de conclusão, com previsão de regularização no primeiro semestre de 2025.

Para a Covid-19, o Ministério da Saúde começa a distribuir aos estados nova remessa de 1,2 milhão de doses da vacina nesta semana, regularizando os estoques para vacinação de crianças. O quantitativo é parte de compra emergencial das vacinas mais atualizadas contra a doença realizada em maio deste ano com objetivo de garantir a máxima proteção da população. 

Um novo pregão foi concluído recentemente para a aquisição de mais de 60 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, assegurando proteção contra cepas atualizadas pelos próximos dois anos. As entregas pelos fabricantes serão realizadas de forma parcelada, conforme a adesão da população à vacinação e as atualizações aprovadas pela Anvisa.

Quanto à oferta da vacina contra Meningo C, nas regiões onde houver falta, a orientação do Ministério da Saúde é para substituí-la pela vacina Meningo ACWY, que possui a mesma eficácia, garantindo a proteção da população.” 

Leia trecho divulgado pelo Governo de Minas 

“O público-alvo da campanha [multivacinação de novembro] são crianças e adolescentes menores de 15 anos. Dentre os imunizantes disponibilizados, estão as vacinas  tríplice viral, hepatite B, papilomavírus humano (HPV), contra hepatite A, rotavírus humano, meningocócica ACWY, meningocócica C, pneumocócica,  pentavalente, contra febre amarela e contra poliomielite.

As vacinas contra a covid-19 e varicela, embora façam parte do calendário vacinal de rotina desse público, não estão disponíveis em Minas Gerais devido ao envio insuficiente de doses pelo Ministério da Saúde, responsável pela aquisição e distribuição dos imunobiológicos aos estados. Já a tríplice bacteriana (DTP), que também está indisponível, será substituída pela pentavalente, conforme orientação do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

As demais vacinas serão distribuídas em quantidade suficiente para a execução completa da Campanha Estadual de Multivacinação.”

Leia nota da prefeitura de Contagem 

“A Secretaria Municipal de Saúde informa que houve desabastecimento geral no município da vacina contra a Covid na última sexta-feira (18/10). Já foi feita solicitação de novas doses à Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), portanto, estamos aguardando previsão de chegada do imunizante.”

Leia nota da prefeitura de Belo Horizonte

“A Prefeitura de Belo Horizonte informa que já comunicou à Secretaria de Estado da Saúde (SES) sobre a falta de vacinas de Covid-19 nos centros de saúde e a necessidade de nova remessa dos imunizantes. No entanto, até o momento, não recebeu qualquer previsão de entrega das doses.

Cabe ressaltar que as vacinas são disponibilizadas pelo Ministério da Saúde e repassadas ao município pelo governo estadual.”

Fonte: O Tempo

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