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Brasil ganhou noventa mil novos produtores rurais entre 2022 e 2023, diz Instituto

Redação6 de novembro de 20249min0
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Pesquisa sobre o agronegócio brasileiro revelou esse e outros dados como o aumento do faturamento que passou de R$ 7,40 trilhões para R$ 7,56 trilhões

O número de produtores rurais no país apresentou um crescimento significativo de 2022 para 2023. A categoria dos produtores individuais (pessoas físicas) registrou um aumento de 2,3%, passando de 3,82 milhões para 3,91 milhões, o que significa um aumento de 90 mil novos produtores. As ‘pessoas jurídicas’ também apresentaram crescimento, passando de 1,55 milhão para 1,60 milhão.

As informações são do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e sua spin-off Empresômetro que, juntos, realizaram uma pesquisa sobre o agronegócio brasileiro, analisando o impacto de fatores como economia, finanças, clima e outros elementos externos sobre o setor.

O estudo, intitulado “Agronegócio em Números”, apresenta o maior levantamento sobre o setor, incluindo atividades “antes, dentro e fora da porteira”, ou seja, todos os segmentos da economia que estão relacionados direta ou indiretamente com a agropecuária. Foram considerados também ramos de atividade que industrializam, distribuem e comercializam produtos de origem animal ou vegetal e seus derivados.

PIB do setor apresentou leve crescimento

Outro dado relevante é que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor de R$ 2,58 trilhões, um pequeno crescimento em valores nominais em relação aos R$ 2,57 trilhões registrados em 2022. Mas, em contrapartida, a participação do agronegócio no PIB total caiu de 26,02% em 2022 para 23,8% em 2023.

Faturamento do agro também melhorou

Analisando a movimentação e comercialização dos produtos, houve uma expansão de 2,2% entre os anos de 2022 e 2023. Esse resultado positivo, que elevou o faturamento do setor de R$ 7,40 trilhões para R$ 7,56 trilhões, reafirma a importância do agronegócio para a economia brasileira.

Entre 2022 e 2023, houve um aumento de 6,2% na quantidade de CTEs – Conhecimento de Transporte Eletrônico, que acompanham a movimentação de cargas do agronegócio. Porém os gastos com transporte cresceram 16,16% em 2023 em relação a 2022.

“Houve crescimento na movimentação e na comercialização do setor e na arrecadação tributária, mas, em contrapartida, ocorreu uma elevação de custos com transporte. Esse aumento de custos impactou o PIB do setor em 2023”, analisa o presidente do Conselho Superior do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Gilberto do Amaral.

Arrecadação tributária aumentou 1%

Em termos de arrecadação tributária nacional, houve aumento de 1,08 ponto percentual. Em 2022, o setor contribuiu com R$ 790,51 bilhões (23,65% do total), e em 2023, esse valor subiu para R$ 897,46 bilhões (24,73% do total).

Crescimento de 10,17% das ‘pessoas jurídicas’ do agro

O estudo do IBPT e Empresômetro apurou a quantidade de empresas que atuam no agronegócio, tanto por ramo quanto por porte e, com isso, identificou um crescimento de 10,17%, totalizando 3,35 milhões de pessoas jurídicas ativas.

Aumento foi maior entre os microempreendedores

Considerando o porte das empresas, revelou-se um crescimento mais acentuado no número de Microempreendedores Individuais (MEIs) no setor do agronegócio, com um aumento de 13,8%. Em seguida, as micro empresas apresentaram um crescimento de 8,6%, seguidas pelos pequenos negócios, com um aumento de 7,1%.

O diretor do IBPT, Carlos Pinto, ressalta que o crescimento expressivo do número de MEIs no agronegócio é um indicativo da crescente formalização de pequenos produtores e prestadores de serviços no setor. “Além disso, ficou comprovada a atuação maior se comparada com as grandes companhias. Essa tendência reflete a busca por maior segurança jurídica, acesso a crédito e benefícios previdenciários. Contudo, é crucial monitorar a capacidade desses pequenos empreendedores de competir em um mercado cada vez mais exigente e acompanhar as políticas públicas que visam fortalecer esse segmento”, ressalta o diretor do IBPT, Carlos Pinto.

Minas é o segundo Estado com o maior número de empresas do agro

O estudo mapeou a distribuição geográfica das empresas do agronegócio no Brasil, revelando que São Paulo concentra o maior número, com 1,33 milhão de empresas. Em seguida, aparece Minas Gerais (307 mil), Rio de Janeiro (205 mil), Paraná (188 mil) e Rio Grande do Sul (177 mil) também se destacam. Em contrapartida, estados da região Norte, como Roraima (5,4 mil), Amapá (7,4 mil) e Acre (7,8 mil), apresentaram um número significativamente menor de companhias no setor.

Soja lidera o segmento de Produtos do Agronegócio Brasileiro

Os principais segmentos de produtos do agronegócio são: soja (R$ 1,20 trilhões em produtos comercializados e R$ 1,76 trilhão em produtos transacionados); insumos (R$ 931,82 bilhões comercializados e R$ 1,44 trilhão transacionados), máquinas e equipamentos (R$ 589,75 bilhões comercializados e R$ 892,20 transacionados) e carnes (R$ 544,15 bilhões comercializados e R$ 828,37 transacionados) se destacaram como os mais movimentados em 2023.

Muitos produtores estão em situação financeira delicada

Para o diretor do IBPT e do Empresômetro, Carlos Pinto, a situação atual do agronegócio é complexa e varia significativamente de uma região para outra, culturas e segmentos. Enquanto alguns produtores enfrentam um período desafiador devido a uma série de fatores, outros podem estar em uma fase mais favorável. Ele destaca a natureza cíclica do setor, com períodos de alta e baixa, e enfatiza que a capacidade de adaptação dos produtores aos desafios do mercado, considerando fatores econômicos e climáticos, será fundamental para superar este momento.

“A euforia dos anos anteriores, marcada por altos preços das commodities e fácil acesso ao crédito, levou muitos produtores a se endividar excessivamente. Com a queda dos preços e o aumento dos custos de produção, esses produtores se encontram em uma situação financeira delicada. A possível crise não é resultado de uma baixa produção, mas sim de uma combinação de fatores, incluindo a desorganização financeira dos produtores e a dificuldade das indústrias em vender para um mercado com alto nível de endividamento”, finaliza.

O presidente do IBPT, Gilberto do Amaral enfatiza que neste ano é esperada uma queda no agronegócio em relação a 2023, principalmente localizada nos segmentos de soja e milho, mas haverá crescimento em outros, como proteína animal e outras culturas agrícolas. “2025 será ainda um período de adaptações e arrumações no mercado, necessárias para um crescimento nos anos seguintes”, finaliza.

(*) Com informações do IBPT. O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) foi fundado em 1992 e se dedica ao estudo do complexo sistema tributário no país. O IBPT também lançou bases e fundamentos para viabilizar a lógica da transparência fiscal, promovendo conscientização tributária.

Pioneiro na criação de estratégias de mercado para empresas e entidades setoriais a partir da análise de dados fiscais, públicos e abertos, o Empresômetro mantém investimentos contínuos em tecnologia e na capacitação de sua equipe para viabilizar pesquisas, estudos e serviços, possuindo o maior banco de dados privado com informações tributárias e empresariais.

Fonte: Itatiaia Agro

Redação


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