Picadas de escorpião: período chuvoso é o mais perigoso; saiba como evitar
Casos envolvendo picadas por escorpião passaram de 1.600 em 2023. Os dados são do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Minas Gerais do Hospital João XXIII. Já casos envolvendo intoxicação por animais peçonhentos de janeiro a outubro deste ano foram 1.675. De acordo com o Ministério da Saúde, pelo menos 202.324 notificações de acidentes com escorpiões foram registradas no Brasil no ano passado, 20.243 a mais que em 2022, com um agravante. Esta é a primeira vez que o total de notificações passa de 200 mil. Entre as regiões do país com maior número de casos está a Sudeste, com mais de 93 mil acidentes com escorpiões. Minas Gerais está em segundo lugar no ranking entre os estados com maior número de notificações.
A médica do Serviço de Toxicologia do Hospital João XXIII, Patrícia Cirufo, reforça que o escorpião é um animal urbano e, por isso, a maioria dos acidentes acontece dentro de casa.
“Esse tipo de animal, ele gosta de se esconder e se proliferar em frestas, ele vem por ralo, roda pés. Então, onde tiver entulho, quando for casa, entulho, madeira que fica encostada, móvel velho, forro. Além disso, esse animal é de difícil erradicação com dedetização, mas a gente pode fazer o controle de pragas que ele se alimenta, principalmente a barata. Então manter o ambiente limpo, livre de barata, também é aconselhável para evitar que os escorpiões se proliferem dentro dos ambientes domésticos. Em alguns casos, a picada do escorpião pode sim levar à morte”.
Cirufo destaca que a picada por escorpião pode causar graves sequelas até levar à morte. “Evoluir para morte é raro. Mais de 90% dos casos, o paciente necessita apenas de observação em ambiente hospitalar e controle da dor. Os pacientes com maior risco para desenvolver quadros graves e com letalidade são crianças, principalmente as crianças abaixo de 5 anos de idade. Sempre que o paciente é picado, o ideal é que ele procure o mais rápido possível o atendimento mais próximo da casa dele, o atendimento de urgência. O tempo para início dos sintomas e agravamento vai depender muito de cada caso, mas ocorre principalmente nas primeiras duas horas após a picada”, detalha.
Atenção deve ser redobrada com as chuvas
O período chuvoso é o mais perigoso, por isso a importância de redobrar os cuidados nesta época do ano. “Em períodos de calor e principalmente em dias chuvosos, esses acidentes tendem a ocorrer com maior frequência, principalmente com o desalojamento dos animais. Esses animais, por causa da chuva, acabam saindo das suas tocas e o homem que passa por ali, o indivíduo, acaba sendo picado. Então, é um cuidado que a gente tem que ter ao longo de todo o ano e principalmente nesses períodos de calor e chuva que está acontecendo agora”, alerta a médica do Serviço de Toxicologia do Hospital João XXIII, Patrícia Cirufo.
Fonte: Itatiaia