Entenda: como fica o salário mínimo com pacote de corte de gastos do governo?
Após cerca de um mês de expectativas, série de reuniões e pressão do mercado financeiro, o governo federal confirmou que o pacote de corte de gastos prevê uma economia de R$ 70 bilhões em dois anos. Dentre as ações que serão encaminhadas para votação do Congresso Nacional, está uma limitação aos reajustes do salário mínimo.
De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, os reajustes ficarão dentro das regras do arcabouço fiscal.
O arcabouço fiscal é um conjunto de regras que o governo usa para organizar suas contas. O objetivo é garantir que não gaste mais do que arrecada. Ele define limites para despesas, estabelece metas para reduzir a dívida pública e busca equilíbrio financeiro considerando investimentos. É uma espécie de “orçamento com regras” para evitar descontrole das contas públicas.
Atualmente, o arcabouço fiscal estabelece um intervalo de tolerância para aumento real de despesas que varia de 0,6% a 2,5% ao ano. O reajuste do salário mínimo, conforme estimativa do governo, vai continuar subindo acima da inflação, mas dentro das regras do arcabouço fiscal.
Atualmente, não existe um limite para os reajustes. O salário mínimo é reajustado considerando a inflação do ano anterior (até novembro) e pelo resultado do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes.
Atualmente, o salário mínimo está em R$ 1.412,00. A expectativa é que ele ultrapasse os R$ 1.510 em 2025.
Nesta quarta-feira (27), o governo federal também confirmou a proposta de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. A compensação será feita com a taxação de contribuintes que tem renda superior a R$ 50 mil mensais.
Atualmente, estão isentos os contribuintes com rendimentos mensais de até R$ 2.112. Com o desconto simplificado automático de R$ 528, isso equivale a uma isenção prática para quem ganha até R$ 2.640 por mês.
Após cerca de um mês de expectativas, série de reuniões e pressão do mercado financeiro, o governo federal confirmou que o pacote de corte de gastos prevê uma economia de R$ 70 bilhões em dois anos.
Além da nova faixa de isenção do IR, o governo incluiu a taxação de super-ricos e regras mais duras para o recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, no pacote de medidas econômicas.
A proposta ainda será analisada pelo Congresso Nacional. Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), estiveram no Palácio do Planalto nesta quarta, onde foram recebidos pelo presidente Lula (PT).
Fonte: Itatiaia