Quase 10% das pessoas diagnosticadas com HIV/Aids não iniciam tratamento
Nos últimos dez anos, a mortalidade de pessoas com HIV, causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), caiu 25% no país, graças ao aumento no acesso a medicamentos e testes rápidos, segundo a Unaids Brasil, ONG que integra programa conjunto das Nações Unidas. No entanto, o Ministério da Saúde alerta que, em 2023, 8% dos diagnosticados não iniciaram o tratamento, essencial para controlar o vírus e prevenir a transmissão.
Na tentativa de reforçar junto à população as medidas de prevenção, este mês é marcado pela campanha Dezembro Vermelho, que também buscar reduzir o preconceito e a discriminação enfrentados pelos pacientes. Somente até o início de novembro, mais de 3,6 mil casos de HIV foram confirmados em Minas, segundo dados da Secretaria de Estado Saúde (SES-MG).
Embora ainda não exista cura, o acompanhamento médico regular e o uso contínuo de medicamentos permitem que a pessoa com HIV tenha uma vida normal. Para o infectologista Gabriel Hypólito, da Hapvida NotreDame Intermédica, interromper o tratamento pode resultar no agravamento da condição e no risco de doenças oportunistas.
A rede de apoio, como a família e amigos, também é essencial para o sucesso do tratamento, além de exercer importante papel no enfrentamento aos estigmas, aos preconceitos e à desinformação.
3,5 mil pessoas são assistidas por ano na unidade de saúde referência em Minas
Em Minas, cerca de 3,5 mil pessoas são assistidas por ano no Hospital Eduardo de Menezes (HEM), da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), referência estadual em infectologia e dermatologia sanitária. A unidade conta com equipe multidisciplinar, tratando os pacientes não somente do ponto de vista medicamentoso, mas também social e psicológico.
A chefe da Unidade de Pacientes Externos do Hospital Eduardo de Menezes, Luciana Paione de Carvalho, explica que a primeira consulta na unidade acontece por meio de encaminhamento feito pelos centros de saúde dos municípios. “A partir dessa primeira consulta, ele passa a ser acompanhado em definitivo pelo HEM”.
Atualmente, Minas possui 75 Serviços de Atendimento Especializado (SAE), Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e Unidades Dispensadora de Medicamento (UDM), em 65 municípios, que realizam assistência especializada às ISTs, com consultas multiprofissionais.
Prevenção nunca pode ser ignorada
A prevenção continua sendo crucial. Os preservativos durante as relações sexuais e os medicamentos como a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e a PEP (Profilaxia Pós-Exposição) são estratégias eficazes contra a infecção, além da importância do diagnóstico precoce.
* Com informações da Agência Minas
Fonte: Hoje em Dia