Minas fazendo história: agro supera a mineração
Tradicional carro-chefe das exportações de Minas Gerais, a mineração, foi superada, pela primeira vez, pelo agronegócio mineiro que assumiu o posto de principal potência do comércio exterior mineiro. Entre janeiro e novembro de 2024, as exportações do agronegócio mineiro atingiram a marca de US$ 15,7 bilhões, ultrapassando em 3% o setor de mineração, que registrou US$ 14,5 bilhões.
O agro agora representa 40,7% do valor total das vendas externas do estado, um crescimento de 19% na receita e 9% no volume exportado (16 milhões de toneladas) em comparação com o mesmo período do ano anterior. A mineração, por sua vez, responde por 37,7% das exportações totais, com 14,5 milhões de toneladas embarcadas.
RECORDE HISTÓRICO
Os números do agronegócio, em 2024, impressionam ainda mais quando comparados ao recorde anual anterior, registrado em 2022, de US$ 15,3 bilhões. Mesmo sem contabilizar dezembro, o agro mineiro já superou essa marca, com uma média mensal superior a US$ 1,4 bilhão.
O café, produtos do complexo sucroalcooleiro e carne bovina continuam sendo os principais expoentes das exportações, mas a diversificação da produção tem sido um fator decisivo para o sucesso. Novos produtos, como sementes, sêmen bovino, queijos, iogurte, leite condensado, batatas preparadas, água de coco, tapioca, cogumelos, inhame, azeitonas e grão de bico, estão ganhando espaço no mercado internacional.
A China lidera as importações (US$ 3,9 bilhões), seguida por Estados Unidos (US$ 1,7 bilhão), Alemanha (US$ 1,3 bilhão), Bélgica (US$ 727 milhões) e Itália (US$ 669 milhões). No total, 169 países importam produtos agropecuários mineiros.
O café teve uma valorização de 15% na saca em relação ao ano anterior, com vendas totalizando US$ 7,1 bilhões (44,6% a mais) e 28,4 milhões de sacas embarcadas (aumento de 25%). As carnes também apresentaram números positivos, com US$ 1,4 bilhão e 414 mil toneladas exportadas (9% das vendas). A carne bovina lidera o segmento, com US$ 1 bilhão e 240 mil toneladas (aumento de 20,4% no valor e 26,5% no volume), mas a carne suína merece destaque, com o melhor resultado dos últimos 8 anos (US$ 52,5 milhões e 26,5 mil toneladas). A carne de frango, no entanto, apresentou redução de 20% no valor e 18% no volume.
O complexo sucroalcooleiro também teve excelente desempenho, em 2024, com o açúcar atingindo seu melhor resultado histórico (US$ 2,2 bilhões). Todos esses números positivos foram divulgados, em dezembro, pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Fonte: Itatiaia