OMS quer elevar preço de açúcar, álcool e cigarro no mundo todo
A medida deve ser feita por meio de impostos voltados à saúde, com a intenção de reduzir o consumo desses produtos e, ao mesmo tempo, arrecadar recursos para políticas públicas.
De acordo com a OMS, o consumo desses itens está diretamente ligado ao aumento de doenças não transmissíveis, como câncer, diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares. Atualmente, essas doenças respondem por mais de 75% das mortes em todo o planeta, o que representa uma crise global de saúde pública.
Estratégias da iniciativa “3 por 35”
O plano da OMS se apoia em três frentes: mobilizar os governos para adotarem políticas fiscais de saúde, oferecer suporte técnico para implementação das medidas e construir compromissos com a sociedade civil e instituições de desenvolvimento.
A organização acredita que, juntos, esses passos poderão transformar a saúde das populações a longo prazo.
Segundo estimativas da OMS, se os países implementarem as mudanças propostas, será possível evitar cerca de 50 milhões de mortes prematuras nos próximos 50 anos.
Além disso, a expectativa é arrecadar US$ 1 trilhão em impostos relacionados à saúde nos próximos dez anos. O dinheiro poderá ser revertido em ações sociais, programas educacionais e melhorias no sistema de saúde pública.
A importância dos impostos sobre produtos nocivos
Para Jeremy Farrar, diretor-geral assistente da OMS, os chamados “impostos sobre a saúde” são uma das ferramentas mais eficazes na luta contra doenças evitáveis.
Ele destaca que esses tributos não apenas reduzem o consumo de produtos nocivos, como também fornecem uma importante fonte de financiamento para o desenvolvimento social e econômico dos países.
No Brasil, já está prevista a criação do Imposto Seletivo a partir de 2027, o que colocará o país em sintonia com as diretrizes propostas pela OMS. A medida vai incidir sobre cigarros, bebidas alcoólicas e também refrigerantes e outras bebidas com alto teor de açúcar.
Outros produtos com impacto ambiental ou à saúde também estarão incluídos na cobrança.
Caminho desafiador, mas possível
Apesar do impacto positivo estimado, a proposta da OMS enfrenta desafios. A resistência de setores econômicos poderosos, como as indústrias do tabaco e das bebidas, pode dificultar a aplicação das medidas em alguns países.
Ainda assim, a OMS afirma que os dados e evidências disponíveis tornam a meta “ambiciosa, mas completamente alcançável”.
Um passo essencial para um futuro mais saudável
A proposta da OMS marca um movimento global pela prevenção de doenças e pela valorização da vida. Ao propor o aumento do preço de produtos nocivos à saúde, a organização não apenas pretende mudar hábitos de consumo, mas também transformar a forma como os governos financiam e priorizam a saúde pública.
A adesão dos países à iniciativa “3 por 35” pode representar uma oportunidade no combate às doenças crônicas e na construção de sociedades mais saudáveis e sustentáveis.
Fonte: Tribuna de Minas