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Brasil deixa de receber R$ 1,1 bi com café parado nos portos

Redação5 de setembro de 202513min0
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Em julho, exportadores registraram R$ 4,1 milhões em custos extras com armazenagem, detentions, pré-stacking e antecipação de gates

O esgotamento da infraestrutura nos portos do país fez com que o Brasil deixasse de embarcar 508.732 sacas de café em julho de 2025. Esse volume, equivalente a 1.542 contêineres, representou a perda de R$ 1,084 bilhão em receita cambial. Segundo dados do levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Em princípio, a infraestrutura defasada dos portos explica o prejuízo. Ademais, atrasos e alterações de escalas dos navios afetaram diretamente o escoamento do café verde brasileiro. Por sua vez, os exportadores arcaram apenas em julho com R$ 4,1 milhões em despesas extras. Esses valores incluem armazenagem prolongada, cobranças de detention, pré-stacking e antecipação de gates.

“Iniciamos esse levantamento em junho de 2024 e, desde então, as empresas associadas ao Cecafé acumulam um prejuízo de R$ 83,061 milhões com esses gastos elevados e imprevistos, decorrentes dos atrasos e alteração de escalas dos navios, por falta de infraestrutura portuária adequada nos principais portos de escoamento do café no Brasil”, informa o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron.

Além disso, o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, reforça que o problema reduz o repasse de receitas aos produtores. Segundo ele, o Brasil transfere mais de 90% do preço FOB aos cafeicultores, mas os atrasos comprometem essa renda fundamental.

Prejuízos acumulados desde 2024

No entanto, os prejuízos não começaram em julho. Conforme o Cecafé, desde junho de 2024 as empresas associadas acumulam perdas de R$ 83 milhões com custos imprevistos causados pelos atrasos portuários.

“Iniciamos esse levantamento em junho de 2024 e, desde então, as empresas associadas ao Cecafé acumulam um prejuízo de R$ 83,061 milhões com esses gastos elevados e imprevistos, decorrentes dos atrasos e alteração de escalas dos navios, por falta de infraestrutura portuária adequada nos principais portos de escoamento do café no Brasil”, comenta.

Todavia, a situação tende a se agravar no segundo semestre com o aumento do volume da safra 2025. Os terminais já sobrecarregados terão de lidar com a intensificação dos embarques.

Demandas urgentes em logística

Portanto, o Cecafé intensificou diálogos em Brasília. De acordo com a entidade, o setor demanda medidas emergenciais como acelerar leilões de terminais, ampliar capacidade de pátios e berços, melhorar acessos terrestres e ampliar investimentos em ferrovias e hidrovias.

Além disso, o Conselho também aposta em soluções estruturais. O Cecafé se reuniu recentemente com o Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI) para criar indicadores que permitam monitorar entraves nas exportações de café.

“É nesse sentido que estamos atuando para a criação desses indicadores logísticos que permitam acompanhar, de maneira adequada, as demandas na infraestrutura portuária do Brasil. De forma que os portos possam evoluir na mesma proporção do avanço das cargas, considerando o constante crescimento do agronegócio nacional”, completa.

Café parado nos portos

Segundo Heron, a entidade fará ajustes no Boletim Detention Zero, referência no acompanhamento de atrasos de navios. A ideia é refinar dados a partir de informações da ANTAQ e disponibilizá-los via observatório do IBI.

Contudo, os números atuais já revelam a gravidade do cenário. Em julho, 51% dos navios, ou 167 de um total de 327, sofreram atrasos ou mudanças de escala nos principais portos brasileiros.

Raio-X dos atrasos

O Porto de Santos, responsável por 80% dos embarques de café, registrou 65% de atrasos em julho, com espera de até 35 dias.

Ademais, apenas 4% das operações tiveram gate aberto por mais de quatro dias; 59% ficaram entre três e quatro dias; e 38% duraram menos de dois.

Por sua vez, o complexo portuário do Rio de Janeiro, segundo maior exportador com 15% de participação, teve 37% dos navios afetados e atrasos que chegaram a 40 dias.

Nesse terminal, 38% das operações ultrapassaram quatro dias, 41% ficaram entre três e quatro dias e 21% duraram menos de dois.

Perspectivas para o setor

Em suma, os números confirmam gargalos que afetam a competitividade do café brasileiro. Heron reconhece avanços nas discussões sobre o leilão do Tecon Santos 10.

Segundo ele, o Tribunal de Contas da União e o CADE demonstraram apoio à realização do certame ainda em 2025, sem restrições excessivas à participação. Por fim, o diretor acredita que o leilão pode criar condições adequadas para escoar a produção nos próximos anos, mas reforça que o setor precisa de soluções imediatas.

Adesão ao Boletim DTZ

Por fim, os exportadores interessados em acessar o Boletim Detention Zero podem se inscrever clicando aqui. Com o cadastro efetuado, pois, a ElloX passará as orientações a respeito dos procedimentos para a obtenção das informações dos terminais aos contatos mencionados.

(Hub do Café)

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