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Exportações de café caem 17,5% em volume, mas receita aumenta em agosto

Redação10 de setembro de 20255min0
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Alemanha ultrapassa Estados Unidos como principal comprador; receita cresce 12,7% em agosto

As exportações brasileiras de café recuaram em volume no mês de agosto, mas o valor arrecadado com as vendas ao exterior cresceu de forma significativa. O movimento foi impulsionado tanto pela menor oferta interna do grão quanto pelas mudanças no comércio internacional após o governo de Donald Trump aplicar uma tarifa de 50% sobre o produto brasileiro.

Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o país embarcou 3,144 milhões de sacas de 60 kg no mês passado, queda de 17,5% em relação às 3,813 milhões exportadas em agosto de 2024. Em contrapartida, a receita cambial avançou 12,7% no período, alcançando US$ 1,101 bilhão.

A redução já era esperada pelo setor, avalia o presidente da entidade, Márcio Ferreira. Ele lembra que o Brasil vinha de recordes em 2024 e que a atual safra foi menor do que o potencial produtivo. O tarifaço imposto pelos Estados Unidos, contudo, ampliou esse efeito, ao encarecer a entrada do produto no mercado americano e deslocar a demanda para outros países.

“Os EUA deixaram de ser os maiores compradores de nosso café em agosto, descendo para o segundo lugar, com 301 mil sacas importadas – de negócios realizados antes da vigência do tarifaço –, o que implicou queda de 46% ante o mesmo mês de 2024 e de 26% contra julho deste ano. Assim, os norte-americanos ficaram atrás da Alemanha, que importou 414 mil sacas no mês passado”, afirma Ferreira.

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Mesmo com as exportações caindo, principalmente para os EUA, o café brasileiro registrou aumento na receita, e Alemanha virou maior compradora (Foto: Reprodução)

Volatilidade nos preços

A imposição tarifária também alterou o comportamento do mercado internacional. Entre 7 de agosto, início da taxação, e o fim do mês, as cotações do arábica dispararam 29,7% na Bolsa de Nova York, saltando de US$ 2,978 para US$ 3,861 por libra-peso. “O tarifaço desordenou o mercado e abriu espaço para movimentos especulativos, em um cenário já marcado por déficit de oferta”, analisa Ferreira.

O dirigente alerta ainda que, caso a medida seja mantida, os consumidores americanos devem enfrentar preços mais altos, já que não há outros fornecedores capazes de substituir o Brasil no mercado dos EUA.

Acumulado do ano

De janeiro a agosto, o Brasil exportou 25,323 milhões de sacas, queda de 20,9% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar da retração, a receita foi recorde: US$ 9,668 bilhões.

No acumulado, os Estados Unidos seguem como principais compradores, com 4,028 milhões de sacas (-20,8%), seguidos por Alemanha (3,071 milhões, -32,9%), Itália (1,981 milhão, -23,6%), Japão (1,671 milhão, +15,6%) e Bélgica (1,517 milhão, -48,3%).

Tipos de café e certificações

O café arábica liderou as exportações, com 20,209 milhões de sacas (79,8% do total, -13%). Em seguida vêm o canéfora (2,570 milhões, 10,1%), o solúvel (2,508 milhões, 9,9%) e o torrado ou torrado e moído (36,7 mil sacas, 0,1%).

Já os cafés certificados por práticas sustentáveis ou de qualidade superior somaram 5,1 milhões de sacas (-9,3%), mas geraram receita de US$ 2,178 bilhões, alta de 54,2% frente a 2024, com preço médio de US$ 427,05 por saca. Os principais destinos desse segmento foram EUA (17,5%), Alemanha (12,9%), Bélgica (11,4%), Holanda (8,4%) e Itália (6,5%).

Portos de embarque

O Porto de Santos segue como principal saída do café brasileiro, com 20,310 milhões de sacas (80,2% do total). O complexo do Rio de Janeiro aparece na sequência, com 4,010 milhões (15,8%), seguido por Paranaguá (PR), com 245,1 mil sacas (1%).

Fonte: ICL Notícias

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