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Bactérias ‘escondidas’ dentro de tumores podem ajudar a combater o câncer, revela estudo

Redação8 de outubro de 20254min0
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Cientistas identificaram a molécula bacteriana 2-MiCit, que potencializa a quimioterapia ao atacar o metabolismo das células cancerígenas

Cientistas do Laboratório de Ciências Médicas do Conselho de Pesquisa Médica, no Reino Unido, descobriram que bactérias presentes em tumores produzem uma substância capaz de combater o câncer e aumentar a eficácia da quimioterapia. A descoberta foi publicada na revista “Cell Systems”  e divulgada nesta terça-feira (7/10). A molécula, chamada “2-metilisocitrato” (2-MiCit), torna as células do câncer colorretal mais vulneráveis ao tratamento quimioterápico ao danificar seu DNA e interromper seu metabolismo.

O estudo revelou que o 2-MiCit atua inibindo uma enzima-chave nas mitocôndrias das células cancerígenas, estruturas responsáveis pela geração de energia para funções celulares. Este mecanismo enfraquece as células do câncer e trabalha em sinergia com o medicamento quimioterápico 5-fluorouracil (5-FU).

A pesquisa foi conduzida por uma equipe internacional liderada por cientistas do MRC, do Imperial College London, na Inglaterra, e da Universidade de Colônia, na Alemanha. O trabalho começou após os pesquisadores observarem que tumores abrigam comunidades únicas de bactérias, o que os levou a investigar como esses microrganismos influenciam o crescimento tumoral e a resposta à quimioterapia.

Para identificar a molécula, a equipe utilizou uma abordagem de triagem em larga escala, testando mais de 1.100 condições em um tipo de verme microscópico chamado C. elegans. Por meio desse método, descobriram que a bactéria E. coli produzia o 2-MiCit.

Usando modelagem computacional, os cientistas demonstraram que o microbioma associado a tumores de pacientes também era capaz de produzir esta molécula. Para confirmar sua eficácia, testaram o composto em células cancerígenas humanas e em um modelo de mosca com câncer colorretal, confirmando as propriedades anticâncer do 2-MiCit. No caso das moscas, observaram aumento da sobrevida.

O estudo focou principalmente em pacientes com câncer colorretal, demonstrando como as bactérias presentes em seus tumores produzem substâncias que afetam diretamente as células cancerígenas.

Em colaboração com químicos medicinais, os pesquisadores também modificaram o composto 2-MiCit para aumentar sua eficácia, o que pode levar ao desenvolvimento de novos medicamentos derivados dos próprios micróbios que habitam os tumores.

“Sabíamos que as bactérias estão associadas a tumores, e agora estamos começando a entender a conversa química que elas estão tendo com as células cancerígenas. Descobrimos que um desses produtos químicos bacterianos pode atuar como um poderoso parceiro para a quimioterapia, interrompendo o metabolismo das células cancerígenas e tornando-as mais vulneráveis ao medicamento”, explica o professor de Co-Metabolismo Hospedeiro-Micróbio, Filipe Cabreiro, chefe do grupo no LMS e líder de grupo no Cluster de Pesquisa CECAD em Colônia.

“Os micróbios são uma parte essencial de nós. Que uma única molécula possa exercer um impacto tão profundo na progressão do câncer é verdadeiramente notável, e outra evidência de quão complexa a biologia pode ser quando considerada de um ponto de vista holístico. É realmente empolgante porque estamos apenas arranhando a superfície do que está realmente acontecendo”, afirma o pesquisador de pós-doutorado no LMS, Daniel Martinez-Martinez, primeiro autor do artigo.

Fonte: O Tempo

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