Minas é o segundo estado com mais padarias do Brasil
Minas Gerais possui 18.851 padarias e confeitarias em operação, o equivalente a 10,53% do total registrado no Brasil (179.044). De acordo com levantamento feito pela plataforma Wise Sales, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), o Estado é o segundo em quantidade de padarias e o terceiro em número de confeitarias ativas no País. Em ambos os casos, Minas responde por 14% do total no mercado nacional.
“Estamos trabalhando para melhorar a gestão das padarias e auxiliar os empresários na precificação dos produtos, para que possamos ter uma fatia maior na revenda. Temos buscado atender à demanda da sociedade por compras rápidas”, afirma.
Expansão do setor e serviços diferenciados
O especialista avalia que o mercado mineiro ainda oferece espaço para expansão, mas ressalta que todo setor tem um limite determinado pela demanda. Um número excessivo de unidades, na visão do dirigente, pode comprometer a qualidade do serviço prestado.
Além disso, o mercado de padarias e confeitarias tem características distintas de outros segmentos do varejo, como o supermercadista e o farmacêutico. Dantas explica que o produto vendido em uma farmácia é, na maioria das vezes, o mesmo encontrado na concorrência — diferindo apenas no preço. Já nas padarias, os produtos são únicos e variam de acordo com o preparo de cada estabelecimento.
“O setor de panificação é artesanal e criativo. O pão sovado de uma padaria nunca é igual ao da outra. Não se trata apenas de revender uma marca, mas de desenvolver uma receita própria, muitas vezes inspirada no gosto do cliente, em uma tradição familiar ou em um dom particular”, afirma.
O presidente da Amipão considera positivo o atual cenário do mercado mineiro de panificação, impulsionado pela realidade econômica do País. Com juros elevados e crédito restrito, os consumidores reduzem a compra de bens duráveis e aumentam o gasto com bens essenciais, favorecendo o setor de alimentação.
O empresário que souber precificar corretamente os produtos, especialmente os de consumo diário, poderá alcançar volumes de venda superiores aos concorrentes. Segundo Dantas, a expectativa do setor em Minas é de crescimento acima de dois dígitos neste ano. “Só precisamos ter força para chegar ao fim do ano, apesar da falta de mão de obra”, afirma.
O dirigente relata que os empresários do setor estão otimistas com a produção e as vendas de fim de ano. Embora não tenha apresentado estimativa, ele afirma que as vendas de panetones devem ter bom desempenho, superando as do mesmo período do ano passado.
‘Gourmetização’ das padarias e confeitarias
A tendência de “gourmetização” das padarias e confeitarias já se tornou realidade em Minas. O presidente da Amipão relata que muitas unidades já estão oferecendo serviços como café da manhã e almoço para atrair mais clientes. A ideia é transformar a operação em um espaço de conveniência.
No entanto, o dirigente demonstra certa preocupação a respeito desse crescimento. Isso porque, segundo Dantas, a reforma tributária poderá prejudicar o setor em detrimento de alguns concorrentes, como as lanchonetes e os restaurantes. Ele esclarece que os benefícios oferecidos para esses segmentos não se estendem às operações de padarias que implementam esses serviços em suas unidades.
De acordo com Dantas, a mão de obra é um dos fatores que mais pesam no custo do produto da panificação e a reforma tributária não prevê nenhum aproveitamento desse tipo de despesa para a redução da alíquota. A expectativa do setor é receber benefícios equivalentes aos obtidos pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
“São setores que seguem o mesmo viés, portanto, precisamos buscar tratamento igualitário. Caso contrário, a comida vendida na padaria custará mais caro que a comercializada no restaurante. O que manda nessa redução é o sistema de Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), mas o CNAE da padaria não é o mesmo que o dos restaurantes. Se isso persistir, esse crescimento será apenas um ‘voo de galinha’”, comenta.
A elevação dos custos no setor de panificação está diretamente ligada aos esforços para a retenção de mão de obra. Isso por que a baixa oferta de mão de obra qualificada no mercado faz com que as empresas invistam mais recursos em atrair talentos da concorrência. “A dificuldade está em manter e reter profissionais qualificados, pois não temos mão de obra disponível. Temos buscado pessoas do público 50+”, diz.
Sudeste lidera ranking de operações em funcionamento
Das 179.044 unidades em operação no Brasil, 63.425 são padarias e 115.619 confeitarias. A região Sudeste concentra mais da metade das padarias (52%) e confeitarias (58%) do País, mantendo a liderança nacional. O destaque é São Paulo, com 56.333 unidades.
Considerando apenas as padarias, o mercado paulista lidera a lista, com 16.143 lojas ativas, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro, com 8.734 e 6.149 operações. Os três estados somados respondem por quase metade (49%) do total nacional.
Estados com mais padarias em operação no Brasil
- São Paulo – 16.143 unidades;
- Minas Gerais – 8.734 unidades;
- Rio de Janeiro – 6.149;
- Paraná – 4.366 unidades;
- Rio Grande do Sul – 3.965 unidades;
- Santa Catarina – 2.942 unidades;
- Goiás – 2.277 unidades;
- Pernambuco – 2.073 unidades;
- Ceará – 1.926 unidades;
- Espírito Santo – 1.638 unidades.
O estado de São Paulo também está no topo da lista dos estados com mais confeitarias ativas no País, com 40.190 operações. Isso representa mais da metade (58%) das operações analisadas no mercado nacional. Diferente do observado entre as padarias, o segundo lugar é ocupado pelo Rio de Janeiro, com 14.230, ou 20% do total, seguido por Minas, com 10.117 unidades deste tipo.
Estados com mais confeitarias em operação no Brasil
- São Paulo – 40.190 unidades;
- Rio de Janeiro – 14.230 unidades;
- Minas Gerais – 10.117 unidades;
- Paraná – 6.461 unidades;
- Rio Grande do Sul – 5.405 unidades;
- Santa Catarina – 4.379 unidades;
- Pernambuco – 3.870 unidades;
- Goiás – 3.742 unidades;
- Ceará – 3.488 unidades;
- Espírito Santo – 2.391 unidades.
Fonte: Diário do Comércio