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Câncer de próstata mata quatro homens por dia em MG; tabu e atraso no diagnóstico agravam cenário

Redação19 de novembro de 2025718min0
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A realização regular de exames é essencial, já que o câncer de próstata é assintomático em sua fase inicial

Quatro homens morrem diariamente vítimas de câncer de próstata em Minas Gerais. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) indicam que, entre janeiro e 20 de outubro, 1.262 homens não resistiram às complicações da enfermidade, que é o tipo de câncer mais comum entre eles, depois do de pele. Especialistas reforçam a importância da realização dos exames recomendados, da quebra do tabu em torno do toque retal e da necessidade de um diagnóstico rápido para aumentar as chances de sucesso no tratamento.

O urologista Leonardo Gomes afirma que as mortes por câncer de próstata podem ocorrer por diversos fatores, desde alterações no comportamento da doença até mudanças no momento do diagnóstico. “O ponto que precisamos reforçar é que, quando a doença é descoberta tardiamente, o desfecho tende a ser trágico. Muitos desses homens que morreram, infelizmente, podem ter sido diagnosticados apenas quando o câncer já estava em fase avançada”, explica o responsável pela área de urologia do Hospital Orizonti.

O rastreamento do câncer de próstata deve começar, segundo Gomes, a partir dos 50 anos. Contudo, em alguns casos, a ida ao especialista precisa ser antecipada. “Pacientes que têm histórico familiar de câncer de próstata — como pai ou irmão — ou que possuem casos de câncer de mama na família apresentam risco aumentado. Também é importante observar se parentes de primeiro grau tiveram algum tipo de câncer antes dos 60 anos”, orienta.

O urologista destaca ainda outros fatores que podem justificar o início precoce da investigação. “A obesidade é um fator de risco, pois provoca alterações metabólicas que favorecem o desenvolvimento e a evolução da doença. Além disso, homens negros têm maior tendência a desenvolver câncer de próstata mais cedo. De forma geral, todos os homens devem procurar um urologista a partir dos 50 anos, mas aqueles que apresentam fatores de risco devem iniciar o acompanhamento aos 45”, alerta.

A SES-MG garante o atendimento integral e gratuito aos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e orienta que a investigação comece pela atenção primária, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). “Nesses locais, o médico pode solicitar exames iniciais, como o PSA (Antígeno Prostático Específico) e o toque retal. Se houver suspeita, o paciente é encaminhado a um especialista em urologia ou oncologia, onde exames complementares serão realizados”, informa a pasta.

A realização regular de exames é essencial, reforça Gomes, já que o câncer de próstata é assintomático em sua fase inicial. “Ele não provoca sintomas no começo. Quando já está avançado, pode comprimir o canal da urina, causando dificuldade para iniciar a micção, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e, em casos mais graves, incapacidade de urinar. Por isso sempre alertamos: não espere sentir algo para procurar um especialista, pois pode ser tarde demais e as chances de cura diminuem”, afirma.

O Instituto Nacional de Câncer estima a ocorrência de 71.730 novos casos de câncer de próstata no Brasil, este ano.

Tabu ainda persiste

Um dos maiores obstáculos para o diagnóstico precoce continua sendo o preconceito em relação ao toque retal, exame fundamental para detectar o câncer de próstata. Segundo o urologista Leonardo Gomes, embora o tabu tenha diminuído ao longo dos anos, ele ainda afasta muitos homens dos consultórios, atrasando o diagnóstico e reduzindo as chances de um tratamento eficaz.

“Vejo que os homens estão mais preocupados com a saúde e com os cuidados em geral. É muito importante que procurem um urologista e conversem com o médico, pois isso ajuda a diminuir o receio do exame. É um procedimento rápido e que causa mínimo incômodo. Deixem de lado o preconceito. Quanto mais cedo a doença for identificada, maiores serão as chances de cura.”

Henrique Carvalho*, de 68 anos, que descobriu o câncer durante acompanhamentos de rotina por causa do histórico familiar — o pai também teve a doença — reforça a importância da prevenção. Ele orienta os homens a deixarem o preconceito de lado e buscarem ajuda médica. “Faça tudo que for preciso e recomendado. Nunca tivemos acesso a tanta informação. Só não trata quem não quer. Estou fazendo sessões de radioterapia e muito confiante na minha recuperação. No entanto, perdi um amigo recentemente porque ele negligenciou o tratamento. Peço: homens, não negligenciem a própria saúde. É triste saber que algo evitável acabou acontecendo. Com o câncer não se brinca”, alerta.

O SUS garante atendimento integral aos pacientes, com consultas, exames, cirurgias e tratamentos especializados. “Basta procurar a UBS mais próxima para receber orientação e, se necessário, o devido encaminhamento”, informa a SES-MG.

Prevenção

Segundo o Ministério da Saúde, alguns hábitos diários de vida saudável ajudam a prevenir o câncer de próstata:

  • Alimentação: ter uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal;
  • Atividade física: praticar exercícios por, no mínimo, 30 minutos diários e manter o peso corporal adequado à altura;
  • Mudanças na rotina: evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo.

Fonte: O Tempo

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