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Verão aumenta o risco de surtos de diarreia e gastroenterites; especialista orienta sobre prevenção às infecções

Redação22 de dezembro de 20256min0
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Somente neste ano já foram registrados mais de 380 mil casos de doenças diarreicas agudas (DDA) em Minas

Com a chegada do verão e o aumento do consumo de água e alimentos frescos, cresce também o risco de surtos de doenças de transmissão hídrica, como gastroenterites e diarreias. Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), apenas neste ano já foram registrados 386.447 casos de doenças diarreicas agudas (DDA) nas unidades de saúde monitoradas, sendo 245 óbitos, números alarmantes que ilustram o impacto desses agravos no Estado.

A gastroenterologista, Érica Godinho Menezes, professora do curso de Medicina do Centro Universitário UniBH – integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil, o Ecossistema Ânima – alerta que as doenças de transmissão hídrica são aquelas transmitidas a partir do contato com água contaminada, seja por ingestão ou mesmo por contato através da pele. Segundo ela, o calor e a umidade próprios do verão criam um verdadeiro receptáculo para microorganismos, favorecendo sua proliferação, especialmente quando alimentos são deixados em temperatura ambiente ou mal refrigerados.

Ainda de acordo com a especialista, os principais agentes causadores dessas doenças no verão são diversos e incluem desde vírus (como o Rotavírus, especialmente em crianças), bactérias (como Salmonella, Escherichia coli, Shigella e Leptospira), além de parasitas (como Giardia lamblia, Entamoeba histolytica, Ascaris lumbricoides e Schistosoma mansoni). “A transmissão pode ocorrer não só pela ingestão de água contaminada, mas também por alimentos lavados ou preparados com água de procedência duvidosa, pela manipulação com mãos contaminadas, pelo contato com superfícies infectadas ou até pela exposição da pele à água contaminada, especialmente relevante no caso de parasitas como o Schistosoma ou bactérias como a Leptospira”.

Os sintomas típicos dessas infecções incluem diarreia (fezes líquidas, com ou sem muco ou sangue), vômitos, náuseas, dor e distensão abdominal, febre, mal-estar geral, sede intensa, fraqueza, dor de cabeça, perda de apetite e, em casos mais graves, desidratação. Em infecções por hepatite A, pode haver amarelamento da pele e dos olhos.

A gastroenterologista destaca a urgência de atendimento médico imediato caso surjam febre alta persistente, diarreia intensa por mais de três dias, sangramento nas fezes, sinais de desidratação (como volume urinário reduzido e urina concentrada), fraqueza acentuada, confusão mental ou vômitos incontroláveis. “Crianças pequenas, com até 5 anos de idade, e idosos, além de gestantes, imunossuprimidos e pessoas com doenças crônicas merecem atenção redobrada, pois podem apresentar quadros mais difíceis e com maior risco de complicações”, alerta.

 

Diagnóstico e tratamento recomendado

Na maioria dos casos, o diagnóstico das doenças de transmissão hídrica é clínico, baseado nos sintomas. Exames laboratoriais são indicados em casos graves, persistentes ou em grupos vulneráveis, para identificar o agente causador ou acompanhar complicações.

O tratamento inicial em casos leves e moderados, segundo Godinho, consiste basicamente em hidratação rigorosa com água tratada e soluções de reidratação oral, alimentação leve e de fácil digestão, repouso e controle dos sintomas com medicamentos, quando prescritos, como analgésicos para dor e antitérmicos para febre. “Em geral, antidiarreicos e antibióticos, se necessários, devem ser utilizados apenas com prescrição médica; a automedicação é desaconselhável”, destaca Érica.

 

Prevenção: cuidados essenciais no dia a dia

Para reduzir o risco de contaminação e surto de doenças no verão, a especialista recomenda consumir água filtrada, fervida, ou água mineral de procedência confiável, e evitar água de torneira, pias, piscinas ou de origem desconhecida; manter caixas d’água tampadas e limpas; lavar frequentemente as mãos com água limpa e sabão, principalmente antes de preparar ou consumir alimentos; higienizar frutas, verduras e demais alimentos, sobretudo os consumidos crus; evitar alimentos crus ou mal cozidos (como frutos do mar), salvo quando provenientes de fonte confiável e bem conservados; procurar ambientes arejados, limpos e com saneamento adequado; e redobrar a atenção em viagens e regiões litorâneas, onde há maior circulação de turistas, consumo de alimentos frescos e demanda elevada de serviços de saneamento. “Além desses cuidados essenciais, lavar as mãos com frequência pode reduzir drasticamente o risco de adoecer”, conclui a gastroenterologista.

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