Tarifas da Copasa terão aumento médio de 6,56% a partir de janeiro de 2026


As tarifas da Copasa, referente à água e saneamento, passaram por revisão periódica da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (Arsae-MG). A partir do dia 22 de janeiro de 2026, os valores terão um aumento médio de 6,56% que será efetivamente percebido pelos consumidores. A nova tabela tarifária foi publicada no Diário Oficial de Minas Gerais nesta terça-feira (23/12), na mesma edição em que o governador Romeu Zema (Novo) sancionou a lei que autoriza a privatização da companhia de saneamento.
De acordo com informações da Arsae-MG, a mudança faz parte da 3ª Revisão Tarifária Periódica da Copasa (as outras ocorreram em 2017 e 2021), que contou com participação social por meio de cinco consultas e audiências públicas, entre maio de 2024 e outubro de 2025.
A medida se difere do reajuste anual da tarifa, que corrige os valores pela inflação. A revisão periódica faz uma reavaliação completa da prestação dos serviços para reconstrução da tarifa, de forma que a receita seja capaz de cobrir os custos necessários para prestação dos serviços, gerar recursos para investimentos, entre outros pontos.
Ainda conforme a Arsae, a revisão reconstrói as tarifas de água e esgoto para os próximos quatro anos. O ciclo começa em janeiro de 2026.
“Cabe destacar que, em função das alterações na estrutura tarifária, cada usuário perceberá uma alteração específica na fatura, a depender de fatores como serviço prestado e perfil de consumo”, informou a agência em nota encaminhada à reportagem. “O processo de revisão periódica busca equilibrar sustentabilidade financeira, eficiência operacional e justiça tarifária, considerando custos eficientes, investimentos necessários e o desempenho da Companhia, critérios amplamente debatidos por técnicos e representantes da sociedade civil.”
Tarifa Social
A revisão periódica feita pela Arsae trouxe também alterações na aplicação da Tarifa Social em Minas, considerando diferentes níveis de vulnerabilidade social. O benefício passou a ser dividido em duas categorias (Social I e Social II), para beneficiar de forma “adequada” famílias cadastradas no CadÚnico de acordo com seu nível de vulnerabilidade.
Também foi retirada a limitação que restringia o benefício ao consumo de até 20 m³, permitindo que todo o volume consumido pelos usuários contemplados receba o desconto, beneficiando especialmente famílias maiores.
Além disso, a revisão estende o caráter social das tarifas a instituições que prestam serviços essenciais à população, de acordo com a Arsae. Hospitais públicos e entidades filantrópicas enquadradas no Programa de Subvenção Social passam a contar com 50% de desconto nas tarifas de água e esgotamento sanitário.
Privatização
Na semana passada, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) autorizou o governo Zema a vender a Copasa. A medida virou lei nesta terça, com a sanção do texto por parte do Executivo estadual.
Nesta mesma data, Zema trocou a presidência da companhia de saneamento. Sai Fernando Passalia, que estava no cargo desde março deste ano, e entra Marília Melo, secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Conforme o governo de Minas, a mudança ocorreu para que Marília, especialista em água e saneamento, conduza o processo de privatização da Copasa.
Ao longo das discussões sobre a desestatização da empresa na Assembleia, houve questionamentos sobre mudanças na tarifa. Tanto Zema quanto a base dele de deputados na Casa afastaram possíveis riscos de aumento no preço pago pelos clientes da Copasa com a venda da companhia.
Fonte: O Tempo

















