Médico condenado no ‘Caso Pavesi’ deixa presídio de Poços de Caldas
O médico Sérgio Poli Gaspar, condenado no esquema de retirada ilegal de órgãos para transplantes que ficou conhecido como a “Máfia dos Órgãos”, deixou o Presídio de Poços de Caldas por volta de 21h desta quinta-feira (13). O médico foi libertado após conseguir um habeas corpus no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) na quarta-feira (12).
Sérgio Poli Gaspar ficou foragido por cerca de um mês e só se apresentou à polícia três dias depois que outros dois médicos condenados no esquema, Celso Roberto Frasson Scafi e Cláudio Rogério Carneiro Fernandes, deixaram o presídio na sexta-feira (7), após ficarem cerca de um mês presos.
Os médicos foram condenados pela retirada dos órgãos do menino Paulo Pavesi, de 10 anos, no ano 2000. Conforme a investigação apontou, a criança ainda estava viva quando os órgãos foram removidos.
Médicos soltos
Cláudio Fernandes e Celso Scafi deixaram o Presídio de Poços de Caldas na noite de sexta-feira (7). Familiares aguardavam pelos médicos na saída do presídio. Cláudio Fernandes falou com a imprensa e negou as acusações. “Eu sou inocente, assim como todos os outros acusados. Se tudo o que foi feito aqui é ilegal, então no Brasil inteiro também é ilegal”, afirmou.
O habeas corpus dos médicos foi concedido em segunda instância, já que em primeira foi negada pelo desembargador Flávio Batista Leite, que entendeu que a prisão deveria ser mantida para garantir a segurança pública.
O juiz da primeira vara criminal de Poços de Caldas (MG), Narciso Alvarenga Monteiro de Castro, anunciou nesta segunda-feira (10) novas medidas cautelares para os médicos soltos. Segundo o juiz, os médicos, que já não podiam exercer nenhuma função pública e nem se ausentar do país, vão ter de cumprir outras duas medidas cautelares enquanto respondem ao processo em liberdade. “Eles estão proibidos de se ausentar da comarca por mais de 15 dias, se não com expressa autorização do juiz e estão proibidos de ter acesso à Santa Casa de Poços de Caldas, local onde aconteceu o suposto crime que deu causa à prisão deles”, informou.
O juiz informou ainda que já enviou um ofício à Câmara para que seja investigado o uso de verbas públicas na Santa Casa de Poços De Caldas já que, segundo ele, ainda há suspeitas de irregularidades no hospital.
“Existem vários indícios de irregularidades nas aplicações dessas verbas, como pagamento de salários acima da média da região, nepotismo e falta de seleção dos profissionais, o que ocasionaria prejuízo aos munícipes”, afirmou.
Fonte: G1