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Dólar opera instável depois de bater R$ 4,19

Redação4 de setembro de 20184min0
dólar
Na véspera, moeda dos EUA fechou cotada a R$ 4,1505, maior valor desde janeiro de 2016.

O dólar perdeu força e passou a operar com instabilidade nesta terça-feira (4), depois de uma manhã e forte alta, durante a qual chegou a bater os R$ 4,19. Os mercados seguem atentos à guerra comercial e com países emergentes e em meio à expectativa pelos números da pesquisa de intenção de votos do Ibope após o fechamento do mercado.

Às 13h a moeda norte-americana subia 0,14%, vendida a R$ 4,1564. Veja mais cotações. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 4,1922 e na mínima, a R$ 4,1388.

Na véspera, o dólar fechou em alta de 1,93%, a R$ 4,1505 – no maior valor desde janeiro de 2016. No ano, o dólar já acumula alta de mais de 25% sobre o real.

A maior cotação de fechamento já registrada foi a do dia 21 de janeiro de 2016, quando a moeda dos EUA encerrou o pregão a R$ 4,1631. Já a máxima de negociação foi registrada no dia 24 de setembro de 2015, quando o dólar foi a R$ 4,2484.

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de outubro, no total de US$ 9,801 bilhões.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Novo patamar e perspectivas
A recente disparada do dólar, que voltou a romper a barreira dos R$ 4 após 2 anos e meio, acontece em meio às incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.

Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram intenção de voto mais baixa para candidatos considerados mais pró-mercado e comprometidos com a agenda de reformas e ajuste das contas públicas.

As incertezas e o nervosismo geram maior demanda por proteção em dólar, o que pressiona a cotação da moeda. Importadores, empresas com dívidas em dólar e turistas preocupados passam a comprar mais dólares também e contribuem para elevar o preço da moeda norte-americana.

Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise na Argentina.

A visão dos analistas é de que o nervosismo tende a continuar e que o mercado ficará testando novas máximas até achar um novo piso ou até que se tenha uma maior definição da corrida eleitoral.

A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 foi elevada de R$ 3,75 para R$ 3,80 por dólar, segundo boletim Focus divulgado na segunda-feira (3) pelo Banco Central. Para o fechamento de 2019, ficou estável em R$ 3,70 por dólar.

Os analistas destacam que, embora todas as moedas de países emergentes estejam sendo fortemente desvalorizadas, o Brasil se encontra em melhor situação em razão dos mais de R$ 382 bilhões em reservas e que, até o momento, não tem sido observada falta de liquidez ou fuga de dólares do país.

Redação


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