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Produtores buscam qualidade no café para garantir renda e futuro na agricultura

Julia Toledo31 de outubro de 20186min0
café vermelho
Em leilão realizado após concurso em Carmo de Minas, sacas foram negociadas por até R$ 8 mil.

A busca pela qualidade para combater a desvalorização e garantir o futuro na cultura do café. É essa a saída e também o principal desafio que diversos produtores têm encontrado não só na hora de vender, mas também quando começam a planejar a produção, a colheita e o processo de pós-colheita da safra.

Essa busca tem impulsionado o mercado e, de acordo com dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), foram mais de 3 milhões de sacas exportadas somente em 2018, solidificando o país não só como produtor de café tradicional, torrado ou moído, mas também de grãos finos.

Mas o que caracteriza um café especial? Segundo a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), são os “grãos isentos de impurezas e defeitos que possuem atributos sensoriais diferenciados”. Essa isenção, permite à bebida ter um sabor mais limpo e equilibrado, com nuances mais sensíveis. Com isso, o café pode pontuar acima de 80 pontos em testes com especialistas, garantindo o direito de ser chamado de especial.

E é exatamente essa pontuação alta o foco do produtor do Cézar Rennó Moreira, de Santa Rita do Sapucaí (MG). Após mudar a cultura desenvolvida na fazenda, o café tem ganhado qualidade, o que o levou a um terceiro lugar em um concurso de café realizado em Carmo de Minas (MG) há duas semanas.

“Eu assumi fazenda de café há 30 anos e comecei a ver que só o cafe commodity não era financeiramente viável. E comecei a buscar opções. Contratação de profissionais especializados, estudo de comércio. E cheguei à conclusão que se a gente não partir para o café especial, a cafeicultura tradicional não vai sobreviver”, afirma Moreira.

A mudança foi realizada há pouco mais de uma década, quando o grão sofreu com a desvalorização e o custo de produção se tornou um desafio. A solução? Agregar valor para aumentar o ganho nas vendas. Hoje a fazenda produz cerca de 500 sacas de café diferenciado, mas a meta é alcançar até 3 mil sacas.

“Na última crise da cafeicultura, tem mais ou menos 10-12 anos, ficou inviável trabalhar com commodity. Então foi aí que eu comecei a busca por café especial. E aí partindo do cereja descascado, depois procurando opções de secagem, de manejo pós-colheita. Tudo sob orientação especializada”, explica o cafeicultor.

Histórias como a de Moreira não são incomuns entre os cafeicultores. O produtor Robson Vilela Martins, no entanto, fez a mudança cedo e hoje só trabalha com cafés especiais. No mesmo concurso, realizado por uma empresa do ramo, entrou com quatro lotes e ficou entre os 30 finalistas com três deles, alcançando os 5º, 7º e 10º lugares.

“Na classificação, no ano passado, nós ficamos em 4º e 16º. Só que nós melhoramos muito o processo esse ano. Os preços, no ano passado, estiveram bons”, conta.
São 10 anos desde o início do trabalho junto à empresa. Para agregar qualidade, além do processo de produção e colheita, são utilizadas técnicas também no pós-colheitas, como a fermentação e ‘honey’, que garantem mais sabor aos grãos.

Valor de mercado
A valorização da saca torna o café muito mais lucrativo para o produtor. Enquanto a saca média de café tipo 6, bebida dura, fechou avaliada em R$ 424,00 nesta terça-feira (segundo números do Centro de Comércio do Café do Estado de Minas Gerais (CCCMG)), uma saca diferenciada não tem limites.

No concurso citado acima, por exemplo, os finalistas tiveram preço médio de R$ 2 mil a saca, mas houve lotes saindo por valores bem superiores. Cezar Rennó Moreira, por exemplo, vendeu seu lote a R$ 2.241,68 por saca. Martins vendeu por R$ 3.287,80. Já o vencedor do concurso, um produtor de São Gonçalo do Sapucaí (MG), teve as sacas arrematadas por R$ 8.219,49.

“Foi um processo em parceria com uma empresa americana, que traz as pessoas, os compradores, para que eles façam a seleção. E essa seleção foi totalmente organizada por eles, sem intervenção alguma da nossa empresa. A única coisa que nós fizemos foi trazer o café até aqui. Daí para frente, cada café teve sua pontuação merecida e o valor de leilão”, explica Luiz Paulo Dias Pereira Filho, diretor da empresa.

“O futuro é qualidade, quantidade e baixar o custo. Vai ter que ser os três juntos, porque está muito complicado”, conclui Róbson, que tem cerca de um milhão de pés de café plantados.

 

Fonte: G1.com.br

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