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Executivos estariam blindando Vale em caso de Brumadinho

Redação24 de maio de 20197min0
ExecutivosBrumadinho
Dois funcionários alegam que desconheciam sinais de risco. Parlamentares os acusam de proteger empresa.

Deputados acham que há uma estratégia da empresa, para que cada gerência jogue para outra a culpa, não permitindo que níveis hierárquicos superiores sejam implicados – Foto: Guilherme Bergamini

Blindagem dos executivos em relação à Vale: foi assim que os deputados da CPI da Barragemde Brumadinho da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) definiram os testemunhos dos funcionários ouvidos até agora.

Na manhã desta quinta-feira (23/5/19), mais dois executivos da empresa prestaram depoimento: Joaquim Pedro de Toledo, gerente-executivo de Planejamento e Programação do Corredor Sudeste, e Alexandre de Paula Campanha, gerente-executivo de Geotecnia Corporativa.

Os funcionários da Vale têm sido convocados pela CPI para esclarecer o contexto em que a Barragem B1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte), se rompeu em 25 de janeiro deste ano e matou quase 300 pessoas.

Os dois executivos ouvidos esta manhã mantiveram o tom dos que se pronunciaram anteriormente, alegando que não tinham conhecimento de dados que pudessem ajudar a antever o rompimento.

Os eventos na barragem anteriores à tragédia que já são de conhecimento público, como excesso de líquido durante a instalação do 15º dreno em obras no local, foram tratados como incidentes contornados pela equipe e que não necessitavam de mais atenção.

Eles também disseram que setores diferentes dos seus eram responsáveis por atestar a segurança da barragem, repetindo estratégia evidenciada pelos deputados anteriormente, por meio da qual cada gerência jogaria para outra a culpa, não permitindo que níveis hierárquicos superiores, como diretores da mineradora, sejam implicados.

Alexandre Campanha foi taxativo em dizer que a responsabalidade pelo monitoramento e controle das barragens era da gerência de Geotecnia Operacional, cujos funcionários já foram ouvidos pela CPI, ocasião na qual eles também isentaram o setor que representam de responsabilidade.

Joaquim de Toledo foi questinado sobre um e-mail atribuído a ele, no qual se leria “a (barragem) B1 é mais tenebrosa do que se imagina”. Apesar de confirmar a autoria da frase, ele negou que representasse conhecimento sobre os riscos de rompimento. O engenheiro afirmou que escreveu tal e-mail depois de ser informado sobre a existência de um bloco mineral na barragem, mas depois foi esclarecido que tal bloco estava a jusante, e não na estrutura, fato que o teria tranquilizado.

Deputados não se conformam com respostas

Os parlamentares questionaram como a barragem pode ter rompido se estava tudo correto, conforme alegação dos convidados, nas inspeções de segurança.

“Parece que estamos realizando CPI para apurar fato que não aconteceu. As inconsistências dos piezômetros foram problemas nos aparelhos, o radar era equipamento complementar e sem relevância, o 15º dreno apresentou problemas, mas não era relevante. Bom, mas, apesar de tudo isso, a barragem matou quase 300 pessoas”, disse o deputado André Quintão (PT), lembrando de eventos já citados em outras reuniões como indicativos de problemas.

Na mesma linha, o deputado Sargento Rodrigues (PTB) ressaltou que desde março de 2017 a barragem B1 dava sinais de que estava se deteriorando, enquanto a Vale fazia vistas grossas ao problema.

O deputado Noraldino Júnior (PSC) acrescentou que, se não fosse o rompimento em Brumadinho, não saberíamos hoje dos riscos em Barão de Cocais (Região Central), município atualmente em alerta diante da possibilidade de novo rompimento de estrutura da Vale.

A deputada Beatriz Cerqueira (PT) citou as denúncias contra a Vale depois da tragédia, com informações de funcionários da Vale negando, por exemplo, assistência à saúde dos moradores da região sob a alegação de que as doenças apresentadas por eles nada teriam a ver com a barragem. Os convidados disseram não ter informações sobre isso, já que estão afastados das atividades da empresa desde a sua detenção, em fevereiro.

Prisões – Os dois executivos chegaram a ser presos em fevereiro, em função do rompimento da barragem, mas depois conseguiram autorização judicial para responder ao processo em liberdade. Um deles, Alexandre Campanha, teria sido acusado por um dos engenheiros da empresa Tüv Süd, Makoto Namba, à Polícia Federal de ter pressionado os consultores para assinar o laudo de estabilidade. Ele negou a acusação e disse que o próprio Makoto Namba afirmou não ter sido pressionado em outros interrogatórios.

A confusão teria se dado, de acordo com Alexandre, porque ele questionou, durante uma reunião, se já havia um posicionamento da Tüv Süd sobre as condições de estabilidade da barragem. Sua indagação não subentendia que a empresa deveria atestar as boas condições da estrutura, conforme relatou.

Ao contrário de funcionários da Tuv Sud, que permaneceram em silêncio durante o interrogatório na CPI, os funcionários da Vale responderam a todas as questões, com exceção das que buscavam esclarecimentos sobre os valores dos seus salários ou das gratificações recebidas em forma de divisão de lucros.

“Só as remunerações poderiam explicar as razões de tanta blindagem em relação à Vale”, disse a deputada Beatriz Cerqueira (PT), que ressaltou que, apesar de estarem afastados das atividades desde a sua prisão, eles continuam recebendo salários.

Fonte: almg.gov.br

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