FGTS: sacar ou não sacar?
A partir do mês de setembro de 2019, trabalhadores poderão sacar R$ 500 de cada conta do seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), de acordo com calendário anunciado pela Caixa Econômica Federal. Em 2020 também passa a valer o saque-aniversário, por meio do qual os trabalhadores poderão retirar uma porcentagem do seu FGTS no mês do próprio aniversário.
Ao aderir a essa segunda modalidade, o cidadão perde o direito, por dois anos, de retirar o valor integral do fundo se for demitido. Desde o anúncio da medida, trabalhadores em todo o país estão analisando se vale a pena ou não ter acesso ao próprio dinheiro.
“No caso dos R$ 500, o saque é vantajoso para todos os trabalhadores. O dinheiro pode ser usado para quitar dívidas, iniciar uma reserva financeira ou então ser reinvestido, pois existem vários tipos de investimentos que rendem melhor que o do FGTS”, avalia o professor de Gestão Financeira do Centro Universitário Internacional Uninter, Daniel Cavagnari.
O especialista assegura que retirar esse valor não afeta outros usos do FGTS, como o saque integral em caso de demissão — diferentemente do saque-aniversário, que impede que o trabalhador tenha acesso aos valores do fundo pelo período de dois anos.
“Antes de fazer o saque-aniversário, é preciso analisar cada caso. Trabalhadores que estão seguros em seus empregos e possuem reserva financeira para emergências podem retirar seu dinheiro sem medo. Já quem não tem dinheiro guardado e está em um emprego instável, do qual poderá ser demitido, só deve fazer o saque caso realmente precise”, recomenda Cavagnari.
O cenário em que a retirada do dinheiro é mais indicada é para os cidadãos que estão endividados, com juros crescentes incidindo sobre o valor que devem. Para estes, vale a pena fazer o saque-aniversário e quitar as dívidas, sempre lembrando de negociar o valor com o banco. Assim têm uma chance de sair da condição de inadimplentes.