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Cafeicultores de Muzambinho apostam na qualidade para negociar a safra 2020

Redação14 de agosto de 20209min0

Suzana Santos começou a colheita desta safra mais tarde que o habitual, seguindo os protocolos sanitários fez seminários de orientação para os profissionais que prestam serviços na Fazenda São Domingos. “ Na lavoura o distanciamento já ocorre, reforçamos a importância dos equipamentos de proteção e a higienização dos veículos tem sido rigorosa”, disse. Com os terreiros cheios a cafeicultora tem certeza que a bebida este ano será excelente. “Tivemos chuva na hora certa, sol em abundância durante a maturação, grãos com desenvolvimento perfeito, é uma colheita de encher os olhos e as xícaras”, revelou.

Na fazenda Santa Rita das Paineiras, no Bairro do Moçambo, de propriedade da cafeicultora Maria Julia Pereira, a colheita foi em quatro etapas. “Começamos no dia de Santa Rita, 22 de maio com colheita seletiva, passamos para a manual, depois com as derriçadeiras e por último com a máquina, as etapas são importantes por conta do tempo de maturação dos grãos que são diferentes”, declarou.

Já o casal Nilza e Waldir Goulart, do Bairro da Cachoeira do Cambuí, os dois realizam a colheita . As lavouras do casal estão localizadas em altitude acima de mil metros. “Aqui somos nós dois, não contratamos ninguém e ainda temos duas semanas retirando os frutos nos pés que estão carregados este ano”, conta Waldir. O trabalho começa antes do raiar do sol  e termina depois das dez da noite. Temos uma rotina dura durante a colheita e este ano com a boa safra estamos trabalhando dobrado para conseguir tirar os frutos dos pés no tempo certo. Quando precisamos, a ajuda vem da família para concluir a panha”, explica Nilza.

No bairro do Morro Preto, o casal Arlinda e Avelino também fazem a colheita sem contratar mão de obra. “A lavoura tem oito anos e este ano a carga surpreendeu”, explica Seu Avelino. Quando se escolhe um trabalho que gosta é prazer nos conta dona Arlinda que embaixo de um abrigo construído em meio aos pés de café aproveita a hora do almoço para apreciar a paisagem. A lavoura fica localizada em um dos pontos mais altos do município, onde é possível admirar a natureza e ouvir o ronco das derriçadeiras ao longe.

De olho em melhoria na qualidade os cafeicultores investiram para conseguir melhores preços na hora de negociar a safra. Para o extensionista da Emater, Marcos Ferreira, o crédito rural ficou mais acessível e com os juros mais baixos, o processo de tomada de crédito ficou menos burocrático. “Com 74 anos de serviços prestados a Emater tem idoneidade para realizar o trabalho exigido para que o cafeicultor tenha acesso as linhas de crédito do Pronaf”, enfatiza. Em Muzambinho, de acordo com Marcos, o cafeicultor familiar conseguiu fazer a ampliação de terreiros de café, comprar limpador, secador. Investiu em maquinário e implementos além de beneficiadoras de café, equipamentos que melhoram a qualidade do grão e aumentam a rentabilidade da safra. O Pronaf tem uma linha de crédito do plantio, custeio e compra de equipamentos como o trator”, explica o extensionista. 

Com estes investimentos a qualidade da safra é nítida, revela Clovis Pizza que pertence a equipe do Certifica Minas da Regional da Emater de Guaxupé.

O cafeicultor tem passos para entrar no mercado de cafés especiais, primeiro precisa aprender a qualificar o café, fazer capacitação e fazer ele próprio a prova básica, identificar o nicho da sua produção e fidelizar o seu comprador e ter regularidade na oferta.

De acordo com Clóvis,  a certificação ajuda o produtor a ter uma visão diferente do mercado e começa a ter um registro diferente do seu potencial de qualidade e o selo de certificação funciona como porta de entrada para a comercialização, a sustentabilidade, que é uma exigência do processo de certificação. Melhora a visão do consumidor final com relação ao café e a forma como ele é produzido faz diferença para quem compra café. A idoneidade de um Selo como o Certifica Minas, já é exigido por compradores internacionais.

Wilson Jose de Souza, pequeno produtor no Bairro Santa Maria, mantém uma produção de 35 sacas por hectare, uma estabilidade com média quadrienal (nos últimos 4 anos tem conseguido manter essa produção sem anos de baixa produtividade). Resultado de cuidados minuciosos com os tratos culturais, inclusive utilizando o sistema de podas seletivas, que são viáveis na agricultura familiar. Essa estabilidade na produção é muito importante, pois auxilia a manutenção da renda familiar.

“Em Muzambinho, há cinco anos o concurso municipal mostra que os cafeicultores perceberam que qualidade faz diferença na hora de comercializar a safra e tem importância de unir a cadeia do café especial para agregar valor. Os cafeicultores das cidades da região estão sempre trocando informações, isso torna o setor mais forte, com o desafio de vender para o mercado de cafés especiais”, enfatizou Clovis que reforça que o concurso da Emater esta com as inscrições abertas até o próximo dia 8 de setembro.

Para Raquel Souza, da fazenda Santo Antônio do Campestre, pioneira na região em beneficiar e produzir marca própria, os cuidados com o pós-colheita fazem muita diferença. “É um desafio constante manter a qualidade da lavoura no terreiro e fazer essa qualidade chegar na xícara do consumidor, que exige um trabalho permanente e comprometimento com a qualidade”, disse.

Para Alfredo Eduardo Gonçalves, os cafés especiais estão em alta e exigem um padrão, já que o comprador quer ter a certeza que vai ter sempre a mesma bebida.

A Fazenda Harmonia, tem um trabalho constante de investimento em qualidade. O produtor Rodrigo Machado este ano apostou no desafiador mercado de cafés fermentados. Um nicho de mercado muito exigente que tem um perfil, o comprador de café fermentado quer uma bebida exótica, que exige muito conhecimento de quem o produz.  Para Rodrigo, que também é o Presidente do Sindicado dos Produtores Rurais de Muzambinho, 2020 é um ano desafiador: “com uma qualidade de safra excepcional, tivemos em Muzambinho um comprometimento sanitário muito grande. Os cafeicultores entenderam que era importante seguir as orientações, o que trouxe uma tranquilidade para nossa produção. Temos qualidade de safra produzida dentro das normas de segurança alimentar e a nossa colheita está sendo  realizada seguindo as orientações do protocolo do Comitê Municipal do Café, e o decreto municipal nos deu esse amparo legal”, declarou o produtor.

COLABOROU: VALÉRIA VILELA 

Fonte: A Folha Regional

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