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Cresce a pressão para que aulas presenciais sejam retomadas

Redação16 de setembro de 20209min0
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OMS, Unesco e Unicef alertam para riscos à alimentação e saúde física e emocional dos alunos; em BH, pais organizam protesto para o próximo domingo (20) em favor da reabertura das escolas

A pandemia obrigou as escolas a se adaptarem para continuar ensinando, mesmo a distância. Mas nenhuma inovação tem conseguido suprir a troca de experiências que só a convivência diária pode proporcionar. E os pais estão cada vez mais preocupados com os impactos sobre a saúde mental dos filhos. Dessa preocupação, nasceu o movimento Pais pela Educação BH, que está organizando uma manifestação a favor da volta às aulas presenciais e esperam reunir cerca de mil pessoas na praça da Liberdade, no próximo domingo.

“O que nós queremos é mostrar para a sociedade e as autoridades que muitas famílias querem e precisam da volta às aulas por questão de socialização e saúde mental das crianças. As aulas podem voltar no formato híbrido: presencial para quem quer e virtual para quem não quer. E fica até melhor voltar com um contingente menor, pois é possível testar os protocolos de segurança”, explica a idealizadora do movimento, a gerente comercial Sheila Avelar.

O movimento surge no momento em que a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco) fizeram uma coletiva defendendo que os governos devem priorizar a continuidade da educação, mantendo as escolas fechadas somente quando não houver alternativas. Na segunda-feira, as entidades publicaram um guia com protocolos contra a Covid-19 na volta às aulas.
Diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus lembrou que as crianças têm sofrido de outras formas, como em sua alimentação, na perda do aprendizado e riscos como maior exposição ao trabalho infantil e à violência doméstica. Ele pediu que seja garantido o ensino a distância e também que o tempo de fechamento desses locais seja usado para colocar em vigor medidas para evitar e responder a transmissões na reabertura. A diretora geral da Unesco, Audrey Azoulay, citou na coletiva o risco de que 11 milhões de garotas não voltem à escola pelo mundo.

Em BH

Depois de viver um drama com a filha de 6 anos, Sheila criou o grupo para discutir a importância da retomada das aulas, e, em menos de uma semana, já tinha mais de 350 participantes engajados no movimento. “O isolamento não vinha sendo problema, até que minha filha apresentou sinais de ansiedade, parou de falar, comer, beber e precisou ficar internada durante cinco dias. Aí eu vi que não dá mais para esperar. As crianças precisam de interação social com urgência”, explica Sheila.

A conselheira nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Ângela Mathylde, ressalta que saúde mental não é só ir para a escola. “As pessoas querem voltar ao ritmo natural e estão esquecendo que estamos numa pandemia e esse vírus não é brincadeira. A escola é um espaço de aprendizagem, mas dentro de casa também pode ser”, destaca.

Segundo a especialista, a função dos pais é preservar a saúde dos filhos em todos os âmbitos e, diante da falta do convívio social, é possível investir no convívio familiar. “Para ajudar com a ansiedade, o melhor é organizar rotinas, combinar funções das crianças, traçar metas e dialogar”, destaca a psicopedagoga.

Escolha

Entre as bandeiras do movimento Pais pela Educação BH, que defende a reabertura das escolas estão os direitos à educação, ao convívio social e à escolha. “Se os adultos têm o direito de ir ou não a um shopping ou um bar, por que os pais e crianças não podem ter direito a voltar às aulas? A ideia não é obrigar ninguém, mas dar a opção”, avalia Sheila.

O presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano, afirma que a discussão é muito importante, mas que ainda não é o momento para arriscar uma reabertura imediata das escolas. “Do ponto de vista ideal, eu diria que todas as atividades que possam funcionar remotamente só deveriam voltar depois da vacina”, afirma.

Segundo Urbano, a condição ideal para garantir segurança na retomada das escolas seria uma taxa de 50 novos casos a cada 1 milhão de habitantes. Segundo dados da PBH, no fim de agosto essa taxa estava entre 200 e 250.

Sobre a manifestação programada para domingo, o infectologista alerta para os riscos de aglomeração. “Qualquer aglomeração pode causar vários casos e, inclusive, algumas mortes. Por mais que seja civilizada e com cautela, acho muito difícil juntar centenas de pessoas e não aglomerar. A manifestação poderia ser feita em outros fóruns”, alerta o infectologista.

Polêmica da máscara

Para provar a importância da interação das crianças, os pais prometem levá-las à praça da Liberdade no próximo domingo (20), na manifestação pela reabertura das escolas. Apesar da recomendação da organização do evento para que todos usem máscaras durante o ato, muitos pais já se manifestaram contrários ao uso EPI, questionando a eficácia do equipamento de proteção individual, em postagens no grupo do Telegram.

Em outras manifestações no mesmo grupo, uma participante chega a  chamar a máscara de focinheira e afirma ser contra os filhos usarem de maneira ininterrupta quando as aulas presenciais voltarem.

A todo momento, especialistas e autoridades das secretarias de Saúde do Estado e da Prefeitura de Belo Horizonte ressaltam a importância do uso da máscara e do distanciamento, para garantir a continuidade dos planos de reabertura das atividades.

Sem unanimidade

O movimento pela retomada imediata das aulas presenciais não é unânime. “A Associação de Mães e Pais de Alunos de Belo Horizonte e Região Metropolitana é contra o retorno prematuro e não planejado. Em assembleia no dia 30 de agosto, a maioria dos associados decidiu que, caso seja necessário, vamos entrar com um ação civil pública para garantir que o poder público não autorize o retorno sem que a segurança seja garantida para as crianças e todos os envolvidos, do porteiro aos professores”, afirma o presidente da associação, Marcelo Araújo. O alvo da ação seria a prefeitura de cada cidade, uma vez que o retorno precisa ser autorizado por decreto.

Fonte: O Tempo

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