Fumaça de queimadas no Pantanal chega a Minas e resto do Sudeste
A fumaça das queimadas que assolam há mais de um mês o Pantanal do Mato Grosso do Sul deve chegar ao Sudeste já a partir desta quinta-feira (17). A previsão é que as cinzas atinjam São Paulo primeiramente e depois cheguem a Minas Gerais e Rio de Janeiro a partir da próxima sexta-feira.
Segundo o meteorologista Heriberto dos Anjos, do Clima Tempo, a expectativa é que principalmente o Triângulo Mineiro seja afetado pelas queimadas no Pantanal. A fumaça deverá trazer consigo partículas de poluição que pairam no ar e deverão afetar até mesmo a umidade na região, que já está muito baixa, em torno de 15%.
Porém, não está descartada a chegada da poluição à capital mineira. Segundo Heriberto, tudo vai depender da direção e da intensidade dos ventos.
TEREMOS CÉU ALARANJADO?
Há a possibilidade, inclusive, de mudança de coloração do céu, mas não com a mesma intensidade da observada na Califórnia, bos Estados Unidos, na última semana, também em decorrência da queima de um bioma.
Segundo Heriberto, o fenômeno ocorre quando os raios solares encontram as particulas das queimadas. Ele pode ser visto no nascer e no pôr do sol.
PREVISÃO DE CHUVA NO PANTANAL E EM MINAS GERAIS
Há previsão de mudança no padrão dos ventos no Sudeste no final de semana e, com isso, não deve mais ocorrer o fluxo de transporte da fumaça. Além disso, no sábado deve começar a chover no Mato Grosso do Sul, incluindo a região do Pantanal, segundo o Inmet.
Em Belo Horizonte, teremos temperaturas altas com massa de ar seco até domingo, quando há possibilidade de chuvas. Porém, segundo Heriberto, a partir da terça-feira, quando a Primavera terá início às 10h31, a temperatura deve ficar mais branda.
QUAIS SÃO OS EFEITOS DA FUMAÇA?
Fuligens, poeira e pequenas partículas carregadas pelas queimadas podem desencadear vários problemas respiratórios – como asma e bronquite –, além de complicar inflamações até mesmo no coração.
“O ar seco afeta as mucosas e o trato respiratório. Essa fumaça ainda pode aumentar a atividade inflamatória no organismo, podendo proporcionar eventos coronarianos. Nesta época do ano temos aumento do risco de enfartes”, explica o clínico geral e cardiologista Gilmar Reis, coordenador do curso de medicina na PUC.
Segundo o especialista, as máscaras, tão usadas da pandemia, são aliadas no tempo seco e de queimadas, pois barram as impurezas do ar de chegarem ao organismo.
Fonte: O Tempo