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Minas tem 19 crianças e adolescentes abusadas sexualmente todos os dias; denuncie!

Redação6 de novembro de 202010min0
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Polícia Civil divulga levantamento com números do crime que rouba a infância de milhares de pessoas no estado e refirma que denúncias podem ser anônimas

Denunciar. Essa é a atitude que promete minimizar o sofrimento de milhares de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. Levantamento da Polícia Civil aponta que, todos os dias, 19 delas sofreram algum tipo de abuso sexual em Minas Gerais neste ano.

Durante esta semana, a instituição deflagrou a Operação “Eu acredito em você”, com a intenção de responsabilizar os autores de crimes sexuais. Três mandados de prisão foram cumpridos, entre eles um sargento reformado da Polícia Militar suspeito de abusar sexualmente da filha dos 13 aos 16 anos.

“Sabemos que, infelizmente, esses casos acontecem todos os dias. A operação foi batizada com esse nome para estimular as vítimas a denunciar os autores”, explica a delegada Elenice Cristine Batista Ferreira, chefe da Divisão Especializada em Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad).

Ao todo, são oito mandados de prisão e dois de busca e apreensão. Outros cinco suspeitos estão sendo procurados. As investigações apontam que eles estão na Bahia, no Norte de Minas e na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Dados levantados pela Polícia Civil até outubro indicam que 5.835 crianças e adolescentes perderam a infância vítimas de algum crime sexual.

“Esses são os casos efetivamente denunciados. Sabemos da subnotificação”, ressalta a delegada sobre a necessidade de denúncia. “Importantíssimo frisar que nós, da Polícia Civil, acreditamos nessas vítimas. Elas devem se sentir à vontade para procurar uma unidade policial.”

Vítimas da crueldade

De acordo com os dados mais recentes, as meninas são os maiores alvos dos abusadores. Elas estão no centro de 84,64% dos registros. A idade de maior ocorrência é entre 12 e 17 anos – representam 61,9%. Os meninos também sofrem, e a idade mais vulnerável entre eles não é a mesma. Pode ser ainda mais cruel: entre 0 e 11 anos.

Para Elenice Ferreira, esses dados refletem um problema estrutural da sociedade, que clama por solução. “Isso demonstra um problema social grave que precisa ser enfrentado por todos os órgãos num todo. Por isso é de extrema importância que a sociedade seja informada, que as pessoas conversem com seus filhos sobre a necessidade de respeito ao corpo do outro”, disse a delegada.

Já o perfil dos abusadores é bastante heterogêneo, desde muito jovens até idosos. A polícia registrou recentemente a prisão de um idoso de 80 anos e um policial militar de 51.

“O perfil dos abusadores não tem um alinhamento específico. Ele (o crime) pode ser praticado por qualquer pessoa, em qualquer classe social e em qualquer nível cultural. A gente tem desde desempregados até profissionais, inclusive da segurança”, destacou Elenice Ferreira.

Como denunciar

As denúncias podem ser realizadas de forma anônima pelos telefones Disque 100 e Disque-Denúncia 181.

Outra possibilidade, em Belo Horizonte, é comparecer à Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, na Avenida Nossa Senhora de Fátima, 2175, Bairro Carlos Prates, Região Noroeste de BH.

“A delegacia está de portas abertas. Não precisa necessariamente ser um familiar. Um vizinho, educador, alguém que tenha contato, que viu suspeita de algo estranho, pode se dirigir e, se quiser, o sigilo será mantido”, reafirmou a delegada Iara França Camargos, chefe da unidade.

Policial criminoso

Uma das prisões fruto dessa operação de combate a exploração sexual infantil é de um sargento reformado da Polícia Militar que foi preso no Bairro Planalto, Região Norte de Belo Horizonte, nessa quinta-feira (5).

Ele é suspeito de ter aliciado e abusado sexualmente da própria filha ao longo de três anos. Segundo as investigações, os abusos tiveram início quando a menina, que morava em Brasília, veio para a capital mineira, aos 13 anos, para viver com o pai.

Além de cometer atos libidinosos com a adolescente, o pai da jovem deixava de comprar itens de necessidade para chantageá-la com dinheiro em troca de vídeos e fotos íntimas.

Um celular e dois computadores foram apreendidos na casa do suspeito. O conteúdo desses equipamentos será verificado a fim de constatar se as imagens eram compartilhadas em alguma rede de pedofilia.

Crime virtual

Uma denúncia anônima levou à prisão em flagrante de um mecânico, de 48 anos, que mora em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele é suspeito de incentivar crianças e adolescentes a praticar atos libidinosos em salas de bate-papo e redes sociais.

A investigação também aponta que o homem mantinha um relacionamento com uma adolescente da capital. As outras vítimas aliciadas virtualmente por ele eram de Minas Gerais e de outros estados do país.

Conversas entre o suspeito e as vítimas mostram que ele encaminhava vídeos pornográficos de outras crianças para incentivá-las e afirmava que era ele quem estava nas imagens praticando os atos. Ele, inclusive, chegou a pedir para que as menores praticassem atos libidinosos com animais.

Com o homem foi encontrada grande quantidade de material contendo pornografia infantil. Nas imagens, algumas das vítimas eram bebês. O celular dele e diversos pen drives foram apreendidos.

Também de acordo com a PCMG, ele assumiu a posse do material, confessou que sabia que estava mantendo as conversas com as crianças, mas disse que não cometeu os abusos presencialmente.

Números da crueldade

Crianças e Adolescentes Vítimas de Crimes Sexuais

(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press. Brasil.)

Em 2020, de janeiro a outubro, 5835 crianças/adolescentes foram vítimas de algum crime sexual. A cada dia, 19 crianças/adolescentes sofreram algum abuso sexual.

Em 2019, 8.909 crianças/adolescentes foram vítimas de algum crime sexual. A cada dia, 24 crianças/adolescentes sofreram algum abuso sexual.

Em 2018, 8.484 crianças/adolescentes foram vítimas de algum crime sexual. A cada dia, 23 crianças/adolescentes sofreram algum abuso sexual.

Perfil das vítimas

MENINAS = 84,64%
12 a 17 anos = 61,9%

0 a 11 anos = 38,1%

MENINOS = 14,58%
12 a 17 anos = 36,9%
0 a 11 anos = 63,1%

*Em 0,84% dos casos não foram informados os sexos

Naturezas com maior número de vítimas

  • Estupro de vulnerável = 43,3%
  • Outras infrações contra dignidade sexual e a família = 28,8%
  • Estupro = 6,2%
  • Importunação ofensiva ao pudor = 5,2%
  • Importunação sexual = 4,4%

Fonte: Estado de Minas

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