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Após quase duas semanas na Onda Roxa, índices da pandemia não melhoraram

Redação2 de abril de 20218min0
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Taxa de incidência da Covid por 100 mil habitantes no Estado cresceu quase 47% entre os dias 15, antes do anúncio das medidas restritivas, e 29 de março

Os índices da pandemia do coronavírus em Minas Gerais crescem a cada semana sem sinal de trégua. Mesmo com todas as 14 macrorregiões na Onda Roxa, que permite o funcionamento apenas das atividades essenciais e impõe toque de recolher das 20h às 5h, há quase duas semanas, dados do programa Minas Consciente apontam que a situação não melhorou na maioria das cidades – somente Triângulo Norte e microrregião de Patos de Minas puderam avançar para a Onda Vermelha, menos restritiva, a partir de segunda-feira (5).

Conforme os números, a incidência de casos confirmados de Covid-19 por 100.000 habitantes no estado saltou de 235 no dia 15 de março, antes da implementação da Onda Roxa, para 330 nesta semana, um aumento de 47%. Já o grau de risco geral, que mede a situação da doença em uma escala de 0 a 32, permaneceu em 26. Outro dado preocupante é em relação às vagas de internação: no estado, há apenas três leitos de UTI para tratamento de pacientes contaminados a cada 100.000 habitantes.

Ainda há duas regiões com grau de risco máximo para a pandemia. Nos municípios do Sul de Minas, a incidência da Covid-19 saltou de 217 para 353 casos confirmados por 100.000 habitantes nas últimas duas semanas – uma alta de 62%. Ainda não ocorreu nenhuma mudança na ocupação dos leitos de tratamento intensivo, que permanecem em 97%, segundo balanço do Minas Consciente. Na região Leste do Sul, que integra cidades como Ponte Nova, Manhuaçu e Viçosa, na Zona da Mata, onde também há grau crítico, houve uma alta de 16,9% na incidência de casos – existem apenas 1,3 leitos de UTI Covid-19 disponíveis para cada 100.000 habitantes.

Área com a principal estrutura hospitalar do estado e que abriga os municípios da Grande BH, a situação da região Central piorou desde o início da Onda Roxa. Os dados apontam que a ocupação dos leitos saltou de 91% para 95% e a taxa de incidência da Covid-19 cresceu 50% na comparação com a última semana. Na última quarta-feira (31), o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, enfatizou que as restrições só vão ajudar a reduzir novos casos e óbitos com o apoio da população e dos gestores locais.

“Nas regiões em que há maior sensibilização da população e maior empenho da gestão municipal, a gente vê que os frutos são colhidos de forma mais rápida. A Onda Roxa como medida isolada não surte efeito, a gente precisa de todo o comprometimento da população”, disse. Como exemplo, o dirigente citou a macrorregião Noroeste, que entrou na fase mais restritiva no mesmo período que a maioria das cidades mineiras. A incidência do vírus na localidade teve uma leve alta de 7%, o que é considerado pelo programa como estabilidade da transmissão.

Melhores resultados

No início de março, o avanço da pandemia levou o governo estadual a criar a fase mais restritiva do Minas Consciente, com a inclusão dos municípios da macrorregião Triângulo Norte – a ocupação dos leitos acima de 85% e o colapso na rede da principal cidade da região, Uberlândia, incentivou a medida. Além de proibir qualquer evento público ou privado, a Onda Roxa não permite reuniões presenciais com pessoas fora do núcleo familiar e permite o funcionamento de serviços essenciais, como saúde, alimentação, banco, transporte, energia, construção civil e interesse público.

Desde então, os resultados foram positivos e a incidência da Covid-19 caiu 18% nos municípios depois de quase um mês. Já a taxa de leitos de UTI livres por 100.000 habitantes saltou de 2,3 no dia 15 de março para 4,5 nesta semana, um dos melhores índices de Minas Gerais. Após o avanço da região para a Onda Vermelha, o secretário ressaltou que o resultado mostra o sucesso do programa estadual.

Baixo índice de isolamento social

Quando a fase mais restritiva foi retomada em Minas, no dia 17 de março, o índice de isolamento social estava na casa dos 35%. E mesmo com o funcionamento apenas dos serviços essenciais, a estatística registrou uma leve alta e passou para 46% – o número é menor que a média nacional, que está em quase 50%.

Já epidemiologista computacional e professor da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), Alexandre Celestino Almeida, lembra que os efeitos das medidas de restrição só começam a surtir efeito após um período. “O problema da epidemia é que demora para ver um resultado. Se fechar o comércio hoje, só consegue ver uma redução das pessoas infectadas e de óbitos a partir de 20 dias. Ainda não foi possível ver os efeitos da Onda Roxa na maioria das regiões por conta disso”, enfatizou.

Segundo o especialista, outro ponto que merece atenção é a ocupação dos leitos. “Uma pessoa costuma ficar internada por 45 dias. Então vai demorar a ter a vaga desocupada e por isso os números não abaixam rápido”, disse. Porém, ele lembrou que só um isolamento social bem realizado é que pode trazer melhores resultados “Não adianta a pessoa ficar uns dias isolado e depois ir para uma festa. E ainda tem a questão financeira, muitos não podem ficar em casa sem trabalhar se não passam dificuldade. É uma questão complexa e precisa de mais atenção dos governantes”, finalizou.

Uma carta aberta assinada por mais de 30 economistas, cientistas e pesquisadores defendeu um lockdown de três semanas em todo o país. O objetivo da medida, segundo o movimento, é evitar pelo menos 22.000 mortes pela Covid-19. A campanha #abrilpelavida ainda coleta assinaturas de forma online para ampliar o apoio do pedido. Conforme o texto, no atual ritmo da pandemia, o país pode alcançar a marca de 5.000 óbitos em um único dia. O documento foi encaminhado para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), governadores e prefeitos.

Fonte: O Tempo

Redação


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