Covid: Veja as diferenças entre as vacinas Pfizer, Coronavac e Astrazeneca
Minas Gerais recebeu nesta segunda-feira (3) as primeiras doses da vacina Pfizer. Além dela, outra duas são usadas na campanha de vacinação, a da Astrazeneca e a Coronavac. Veja as diferenças entre elas:
Coronavac
– Tecnologia: é feito com o vírus inteiro, só que inativado (“morto”). A vacina tem todas as proteínas do vírus, não só a proteína S, que ele usa para infectar as nossas células. Com isso, o corpo que recebe a vacina com o vírus —já inativado— começa a gerar os anticorpos necessários no combate da doença
– Eficácia: a eficácia para casos sintomáticos é de 50,7%, sendo que pode se chegar a 62,3% se houver um intervalo de mais de 21 dias entre as duas doses da vacina
– Intervalo: entre as doses: a segunda dose precisa ser aplicada de 14 a 28 dias após a primeira. Caso haja atraso na aplicação, a segunda dose deve ser tomada o mais rápido possível. Segundo a prefeitura de BH, a aplicação da segunda dose 15 a 21 dias após o prazo ideal não compromete a eficácia do imunizante. Quem tomou a Coronavac deve aguardar a segunda dose do mesmo fabricante e não tentar receber a vacina da AstraZeneca/Oxford, por exemplo
– Efeitos colaterais: até o momento, não há relatos de efeitos colaterais graves, apenas inchaço e dor no local da injeção, além de fadiga e dor de cabeça em algumas pessoas
– Armazenamento: depende de uma rede de frio de 2 a 8 graus, média que os freezers disponíveis no Brasil utilizam para outras vacinas
– Testes: no Brasil, os testes para estudos clínicos começaram em julho de 2020 em oitos estados brasileiros. O estudo foi realizado com 13 mil voluntários, todos profissionais da saúde
AstraZeneca
– Tecnologia: produzida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, a vacina usa um outro vírus (adenovírus) para carregar parte do material genético do coronavírus dentro do corpo. Este adenovírus carrega em si as instruções para a produção de uma proteína característica do coronavírus, conhecida como espícula. Ao entrar nas células, o adenovírus faz com que elas passem a produzir essa proteína e a exiba em sua superfície, o que é detectado pelo sistema imune, que cria formas de combater o coronavírus e cria uma resposta protetora contra uma infecção
– Eficácia: tem eficácia de 76% contra casos sintomáticos
– Intervalo: entre as doses: o prazo para aplicação da segunda dose é de até 90 dias
– Efeitos colaterais: febre, dores musculares e de cabeça, efeitos similares aos de uma gripe
– Armazenamento: depende de uma rede de frio de 2 a 8 graus, média que os freezers disponíveis no Brasil utilizam para outras vacinas
– Testes: cerca de 10 mil voluntários, de cinco Estados, participaram da fase de testes
Pfizer
– Tecnologia: usa o material genético do coronavírus (RNA), que é o que vai dar as instruções para que a célula faça a proteína S do vírus. Diferente das outras, esse material genético não é levado por outro vírus, e sim por outros tipos de transportadores, que podem ser “sacolas de gorduras”, os lipossomas. Os imunizantes criados a partir da replicação de sequências de RNA torna o processo mais barato e mais rápido. A Pfizer pode, inclusive, ser aplicada em pessoas a partir de 16 anos de idade
– Eficácia: os estudos de fase 3 apresentaram eficácia global de 95% de eficácia em toda população, incluindo análise em diferentes grupos étnicos e pacientes com condições clínicas de risco. As empresas Pfizer e BioNTech relataram que a vacina contra covid-19 funciona contra a variante sul-africana
– Intervalo: entre as doses: o prazo de aplicação para a segunda dose é de 21 dias
– Efeitos colaterais: algumas pessoas podem ter reações alérgicas, dor local, febre e moleza, eventos adversos leves que podem acontecer com qualquer vacina tomada em até 48 horas
– Armazenamento: a orientação do Ministério da Saúde é de que as doses sejam armazenadas entre -25°C e -15°C, temperatura ideal para que a vacina fique em estoque por até 14 dias. A vacina possui um prazo de validade de seis meses quando armazenada em temperatura de -75°C
– Testes: no Brasil, os testes foram feitos em São Paulo e Bahia com 3,1 mil voluntários
*Apesar de 14 dias após a primeira dose já ser possível haver uma redução de risco de infecção e da doença grave, para qualquer uma das vacinas, o indivíduo é considerado plenamente imunizado 14 dias após a segunda dose.
Fonte: O Tempo