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Pesquisadores da UFV desenvolvem filtro capaz de destruir o coronavírus em esgoto hospitalar

Redação20 de maio de 20216min0
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Se os hospitais do mundo inteiro estão repletos de doentes infectados pelo coronavírus, o que é feito com o esgoto contaminado que sai destes hospitais?

Algumas pesquisas já comprovaram a existência do Sars-CoV-2 nestas águas residuais e o risco de contaminação é ainda mais grave em países com ausência ou insuficiência de tratamento de esgoto, o que poderia agravar a pandemia e manter o vírus circulando. Agora, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa desenvolveu uma técnica simples e muito barata para destruir o vírus antes mesmo que ele chegue às estações de tratamento. E o que é melhor, a técnica tem potencial para eliminar também outros patógenos e até mesmo outros compostos químicos como antibióticos ou agrotóxicos que causam contaminação das águas e danos ambientais.

As pesquisas foram realizadas no laboratório de Biotecnologia Molecular da UFV e encomendadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para estratégias de combate à covid-19 no Brasil. Este laboratório já tem larga experiência em desenvolvimento de tecnologias para eliminação de microrganismos em efluentes e abordagens de controle de resistência de bactérias a antimicrobianos. Desde 2018, o grupo, liderado pelo professor Tiago Antônio de Oliveira Mendes, já publicou pelo menos três trabalhos de alto impacto sobre o tema.

Para destruir o coronavírus em rejeitos hospitalares, os pesquisadores desenvolveram uma membrana capaz de adsorver, ou seja, atrair e reter partículas do vírus. Este filtro é feito de um material derivado da celulose, de baixo custo e alta capacidade de produção a partir de biomassas de resíduos vegetais, que poderiam virar contaminantes ambientais, mas podem ser bem aproveitados.  A grande contribuição científica do trabalho foi desenvolver uma tecnologia para adicionar cargas elétricas específicas à estas membranas, tornando-as adequadas para atrair e reter as partículas virais.

A pesquisadora Thaís Viana Fialho Martins explica que o filtro funciona como se fosse um cano para a passagem do esgoto hospitalar. Dentro dele está a membrana que segurou o vírus e uma lâmpada ultravioleta (UV) que aumenta o tempo de contato entre a radiação esterilizante e o patógeno, contribuindo para elevar a eficiência do processo de desinfecção. “A luz UV é prejudicial à saúde, por isso, nossa técnica faz com que ela fique retida e não entre em contato nem mesmo com os responsáveis pela substituição da membrana”, explicou a pesquisadora.

Segundo o professor Tiago, a junção da de luz UV à membrana desenvolvida na UFV, deu ao processo 100% de eficácia na remoção do material genético em apenas 30 minutos de exposição. “Este tempo parece ser importante para acelerar o processo de tratamento do esgoto hospitalar ou mesmo nas estações de tratamento das cidades”, disse ele.  A técnica já está sendo testada também para atrair e destruir outros patógenos como bactérias que causam disenteria (Escherichia coli) e febre tifoide (Salmonella typhi).

Para realizar os ensaios que comprovaram a eficiência do processo, a equipe de pesquisadores também desenvolveu uma espécie de coronavírus sintético, que permite facilmente a realização dos estudos em um ambiente seguro. Para isso, eles isolaram o material genético do vírus retirando dele a molécula que tem capacidade de gerar infecção. Este material foi colocado dentro de outro vírus que não causa doença e emite uma luz facilmente detectada durante o processo de infecção de células em laboratório. Assim, a eficiência da inativação do vírus em esgotos pode ser detectada pela redução da produção do sinal luminoso das amostras em experimentos seguros e controlados em laboratório. Este material também pode ser utilizado em pesquisas que estudam outros métodos de controle do vírus e novas abordagens de tratamento para covid-19.

A tecnologia de desinfecção de águas residuais será patenteada pela UFV e já está em fase de escalonamento da produção das membranas e do filtro para viabilizar a industrialização. Enquanto isso, a equipe do laboratório de Biotecnologia Molecular já está testando a tecnologia para remover outros vírus e patógenos, incluindo o vírus da hepatite, rotavírus, adenovírus e bactérias causadoras de leptospirose e cólera.

Fonte: Portal Amirt

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