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Tendência global é de diminuição das restrições contra Covid-19

Redação3 de fevereiro de 20228min0
França, Dinamarca, Espanha e Reino Unido já consideram tratar doença como endemia

Este ano de 2022 pode ser o último da pandemia? As principais agências de saúde do mundo ainda não têm uma resposta clara para essa indagação, mas, seguindo uma tendência global, países começam a afrouxar restrições contra a Covid-19 e a caminhar para um cenário em que ela possa ser tratada como endemia – uma doença como a gripe e a dengue, que é recorrente, mas sem uma explosão imprevista de casos. O coronavírus não desaparecerá, mas especialistas veem um cenário favorável para o fim de restrições ao comércio e a eventos ao longo do ano, com a convivência com o vírus e recuperação da economia.

Nesta semana, a Dinamarca abandonou o uso de máscara no transporte coletiv e não estabelece mais limite de participantes em eventos. A França continuará a exigir o uso de máscara e apresentação de comprovante de vacina, mas reabrirá casas noturnas, eliminará restrições de público em estádios de futebol e já não exige o trabalho remoto. O Reino Unido, que adotou lockdowns sistemáticos ao longo da crise, também estimula a volta ao trabalho presencial.

Professor de política internacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dawisson Belém Lopes avalia que os casos são emblemáticos do rumo que os demais países de alta renda e em desenvolvimento seguirão em 2022. “Existe, hoje, uma aproximação maior entre as estratégias de enfrentamento da Covid, sem tanta diferença entre elas, em uma tentativa de o Estado e a sociedade se adaptarem a uma nova configuração, a um novo estado de coisas. É o que tem se chamado internacionalmente de ‘estratégia de convívio com a doença’”, pontua. Ele chama atenção para a China e a Nova Zelândia, exceções que apostam em controle rigoroso de infecções para chegar ao patamar de “Covid zero”.

Em aula pública na UFMG nessa quarta-feira (2), o infectologista Unaí Tupinambás, membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), afirmou que há chances de este ser o último ano da pandemia. “Talvez tenhamos uma lua de mel em março, abril. Pode ser que o balizador da letalidade (que aceitaremos) seja o da influenza, com que convivemos desde sempre. Provavelmente, essa fase de transição para endemia será identificada posteriormente. Talvez agora estejamos nela”, ponderou.

O número de infecções pela variante ômicron nos países europeus ainda é alto em relação às ondas anteriores da pandemia. Mas, com o avanço da dose de reforço da vacina, o ritmo de internações e óbitos não acompanha esse crescimento. A infectologista Rosana Richtmann, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), avalia que o Brasil poderá iniciar a discussão sobre o comportamento endêmico e o fim de restrições após a atual onda de contágio.

Efeito cascata

“Provavelmente, até meados de março estaremos discutindo o que a Europa discute hoje, sem restrições como fechar comércio. Mas uma doença se tornar endêmica não quer dizer que se tornará leve. Vamos continuar tendo casos graves entre os pacientes vulneráveis e, como ocorre com a gripe e com a dengue, teremos anos com muitos casos, que demandarão reabertura leitos”, explica Dawisson Belém Lopes.

Sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Christovam Barcellos concorda que o final da atual onda da pandemia sinalizará um novo momento da crise sanitária. “Só podemos pensar (em endemia) quando passar essa grande pressão sobre o sistema de saúde. Após essa onda maior, precisaremos conversar e estabelecer políticas públicas”, diz.

Ele defende que, mesmo que se considere a crise uma endemia, a vigilância sobre o vírus deverá permanecer, com uso contínuo de testes, por exemplo.

Trabalho remoto obrigatório é abolido na França

Paris. O primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciou no fim de janeiro a suspensão da maior parte das restrições no país. Além do uso de máscaras, o trabalho remoto também deixa de ser obrigatório. Espaços culturais e esportivos, como estádios de futebol, não sofrerão mais restrições de público.

O passaporte vacinal, que, nas palavras de Macron, foi pensado para “irritar os não vacinados”, segue em vigor. A partir de 16 de fevereiro, porém, começa ainda uma nova fase de alívio de restrições, quando casas noturnas, fechadas desde 10 de dezembro, poderão reabrir, e os franceses poderão voltar a beber nos balcões dos bares.

A medida francesa, por um aspecto, está de acordo com o que preconiza a OMS. “Agora não é hora de suspender tudo de uma vez. Nós sempre insistimos: sejam sempre cautelosos em aplicar as intervenções, bem como em suspender essas intervenções de forma constante e lenta, peça por peça. Porque este vírus é bastante dinâmico”, disse Maria van Kerkhove, da OMS.

Finlândia vai flexibilizar 

Na Finlândia, a primeira-ministra Sanna Marin anunciou ontem que vai começar a relaxar as restrições a partir de 14 de fevereiro. Nessa etapa, restaurantes e bares vão poder voltar a abrir até meia-noite e reuniões públicas serão permitidas.

Alívio na Dinamarca

A Dinamarca retirou restrições no início da semana. O país registrou no final de janeiro apenas 8.000 casos de Covid-19. O índice de mortes está na faixa dos três óbitos por dia. Mais de 81% da população completou o primeiro ciclo de vacinas, e 61% recebeu a dose de reforço.

Fonte: O Tempo

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