Mortes por COVID-19 podem ser três vezes superiores a números oficiais
Desde que a COVID-19 foi identificada, em dezembro de 2019, mais de 18 milhões de pessoas morreram devido à doença. O número de vítimas da infecção provocada pelo SARS-CoV-2 é três vezes superior ao que indicam os números oficiais. A conclusão conta de estudo publicado nesta sexta-feira (11/3) na revista científica Lancet.
Até 31 de dezembro de 2021, a COVID-19 causou a morte a 18,2 milhões de pessoas em todo o mundo, mais que o triplo dos dados notificados pelos governos e as autoridades de saúde, diz a pesquisa.
“Embora o número de mortes por COVID-19 registradas entre 1º de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2021 seja de 5,94 milhões em todo o mundo, estima-se que tenham morrido 18,2 milhões de pessoas (com intervalo de incerteza de 95% entre 17,1 e 19,6) nesse período”, diz o artigo, feito em colaboração internacional entre 97 cientistas de 20 instituições.
Morte por COVID-19
A análise foi feita com base em dados de 191 países sobre “óbitos excedentes”, ou seja, a quantidade de mortes que teriam ocorrido entre 2020 e 2021, comparada com o número previsto.
Para criar parâmetro de comparação, os cientistas estabeleceram como base os dados de mortalidade dos 11 anos anteriores à pandemia, sem contar com eventos como guerras e situações semelhantes.
“O impacto total da pandemia foi muito maior do que o indicado pelos registros de mortes devido apenas à COVID-19”, afirmam os autores da pesquisa, acrescentando que os sistemas de notificação de mortes no mundo precisam melhorar. o que é “fundamental para uma estratégia global de saúde pública”.
Para os pesquisadores, serão necessárias mais investigações para distinguir a proporção de excesso de mortalidade causada diretamente pela infecção pelo SARS-CoV-2 e as causas de mortes em consequência indireta da pandemia.
“Entender o verdadeiro número de mortes é vital para uma decisão eficaz em saúde pública. Estudos de vários países, incluindo a Suécia e os Países Baixos, sugerem que a COVID-19 foi a causa direta da maioria das mortes em excesso, mas atualmente não temos dados suficientes sobre a maioria dos locais”, adiantou Haidong Wang, do Institute for Health Metrics and Evaluation e autor principal do estudo.
A COVID-19 provocou pelo menos 6, 011 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo balanço da agência France Presse.
Fonte: Estado de Minas