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Inflação vai além dos supermercados e chega a eletrônicos e roupas no Brasil

Redação29 de abril de 20226min0
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Economistas afirmam que a pressão sobre os preços ocorrem pela guerra entre Rússia e Ucrânia e políticas de controle à Covid-19 na China

Não é novidade para ninguém que os preços dos alimentos e dos combustíveis estão nas alturas. Mas a inflação também atinge outros produtos presentes na rotina diária dos brasileiros. Eletrodomésticos, móveis, materiais de construção, produtos de limpeza e até cuecas e bijuterias estão na lista de produtos que encareceram desde o início do ano.

O cenário decorre de um avanço de 3,13% nos custos industriais em março, conforme o Índice de Preços ao Produtor (IPP), medido pelo IBGE, e divulgado ontem. O indicador apontou que 16 dos 24 segmentos industriais pesquisados apresentaram alta nos preços produtivos em relação a fevereiro.

As quatro atividades com maiores variações, em março, foram refino de petróleo e biocombustíveis (10,84%), indústrias extrativas (10,69%) e outros produtos químicos (5,75%). Levantamento feito pela reportagem no Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra), que acompanha o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), identificou um aumento de 9,23% nos preços de refrigeradores entre janeiro e março deste ano.

Outros eletrodomésticos que subiram foram o fogão, que chegou a 7,35%, e a máquina de lavar roupa com avanço de 6,23%. Segundo o analista de assuntos econômicos da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Marcos Marçal, os eletrônicos estão sendo impactados pela crise de oferta de chips semicondutores que já é vilã no setor automotivo desde 2021.

Outro fator que pesa na balança, segundo ele, é a política do governo da China de zerar casos de Covid-19 com a realização de lockdowns que paralisam indústrias no país. “Hoje nós temos muitos produtos que dependem de semicondutores e quando há uma escassez isso acaba afetando diversos segmentos da indústria que têm produtos que dependem de alguma central eletrônica”, explica Marçal.

Ele cita ainda reflexos da guerra entre Rússia e Ucrânia, que encareceu o barril de petróleo no mercado internacional e, por consequência, inflacionou produtos que dependem de plásticos e da indústria têxtil. Como exemplo disso, os dados do IBGE apontam para um crescimento de 4,82% no preço de pneus, 3,94% em roupas e um salto de 3,54% nos produtos de limpeza.

“Esses setores acabam tendo o gás como fonte de energia e quando a matéria prima sobe de preço vai ter um aumento do custo do produto”, acrescenta o analista. Para Marçal, há uma expectativa na indústria de desaceleração da inflação nos próximos meses, fator que pode ajudar a diminuir o impacto sobre a precificação dos produtos.

“A gente teve o fim da tarifa de escassez hídrica na conta de luz, foi feito um aumento substancial da taxa de juros. Tudo isso deve ter efeito na economia e reduzir os custos. Mas ainda tem a incerteza de cenários porque o conflito na Ucrânia parece não estar perto do fim e não sabemos se as questões políticas da China de ‘Covid zero” podem fechar novas cidades e afetar a produção industrial e transporte de mercadorias”, complementou.

Atualmente, a taxa básica de juros, a Selic, está em 11,75% para tentar frear a inflação. Todavia, as projeções divulgadas nesta semana pelo boletim Focus apontam que o índice possa ser elevado até o final deste ano para 13,25%.

Consumidor deve protelar gastos 

Com o preço de eletrodomésticos e mobiliários em alta, a indicação do economista-chefe da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG), Guilherme Almeida, é tentar protelar a troca de produtos em casa. Ele lembra que, naturalmente, em períodos de crise a população abre mão do consumo de produtos não essenciais e prioriza o que é de fato necessário.

“Existe a alternativa de manutenção do produto ou a compra de um usado que possa promover a mesma satisfação para esse consumidor. É avaliar a necessidade da troca e, dessa forma, fazer consumo consciente”, sugere. Almeida salienta que a pesquisa e sair das marcas tradicionais também são medidas que podem aliviar o orçamento. “O consumidor também pode procurar em lojas diferentes. Cada varejista tem sua política de preços e lucros que acabam incluindo nos preços dos produtos”, reforça o economista.

Ainda segundo Guilherme, caso seja viável, o cidadão também pode contratar uma linha de financiamento específica para aquisição de determinados bens em que o custo da taxa de juros vai ser inferior a de outras modalidades de parcelamento.

Fonte: O Tempo

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