Apenas 8% do dinheiro esquecido foi sacado, diz Banco Central
Apesar de ter levado a página do Banco Central (BC) a sair do ar por excesso de procura, o Sistema Valores a Receber (SVR) terminou sua primeira fase com poucos saques. Segundo a autoridade monetária, apenas R$ 321 milhões dos R$ 3,9 bilhões do “dinheiro esquecido” foi para as mãos da população. Isso equivale a 8,2% do total disponível nesta fase.
A autoridade monetária respondeu ao GLOBO no dia 28 de abril que “até o momento”, 3,6 milhões de brasileiros e 19 mil empresas já haviam solicitado o saque dos valores esquecidos. O maior volume de saques é para as pessoas físicas, que pediram de volta R$ 306 milhões.
Para empresas, o montante é de R$ 15 milhões. A primeira fase do SVR permitiu a consulta de R$ 3,9 bilhões para 28 milhões de pessoas ou empresas que tinham saldos residuais em contas-correntes, por exemplo.
O desinteresse pelo sistema aumentou quando as consultas mostraram que muitas pessoas tinham valores irrisórios para resgatar. Levantamento do BC mapeou 32,4 milhões de contas – o número é maior porque pode haver mais de uma por CPF – e 42,6% dessas contas, ou 13,8 milhões, tinham menos de R$ 1.
Em contrapartida, 1.318 brasileiros tinham mais de R$ 100 mil para recuperar no sistema.
Um dos maiores valores maiores valores a serem recuperados no sistema era de R$ 1,65 milhão, segundo o BC. O diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC, Mauricio Moura, contou que a pessoa tinha uma série de cotas de consórcio que tinham acabado e não verificou como os grupos foram encerrados.
A segunda etapa do SVR, que teria as consultas liberadas no dia 2 de maio, foi adiada e não há nova data prevista para entrar em operação. A greve dos servidores do BC prejudicou o cronograma de desenvolvimento das melhorias do SRV.
“O cronograma, a estimativa de valores e as demais informações sobre a nova etapa do SVR serão divulgados oportunamente, com a devida antecedência. As equipes técnicas do BC estão promovendo melhorias no sistema”, informou a autoridade monetária em nota.
Fonte: Brasil Econômico