Vacina contra gripe pode prevenir Covid? Proteção é possível, mas breve
Ainda em 2020, quando as vacinas contra a Covid-19 não estavam disponíveis em massa, pesquisadores do Catar, no Oriente Médio, avaliaram o histórico de 30 mil profissionais da saúde para entender se a vacinação contra a gripe poderia reduzir os riscos de casos graves da infecção pelo coronavírus. Os resultados preliminares, publicados em maio de 2022, foram promissores e indicaram que aqueles que receberam a vacina contra a gripe tiveram 30% menos chance de testar positivo para Covid-19 e 89% menos chances de desenvolver um quadro grave, comparados aos não vacinados.
As conclusões foram repercutidas pela revista científica “Nature” e pelo Boletim Matinal da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desta quarta-feira (1º). “Esses resultados, embora promissores, também mostraram que o limite de tempo dessa proteção ainda não é claro. O pesquisador responsável, Mihail Netea, acredita que esse efeito de proteção não deve durar muito, estimando que os benefícios podem durar de seis meses a dois anos”, resume o boletim.
Os pesquisadores que conduziram a pesquisa não sabem como a vacina contra a gripe diminuiria, na prática, as infecções pelo coronavírus. Uma das hipóteses é que ela ajuda a aumentar as defesas antivirais do organismo. Agora, a equipe também conduz um estudo no Brasil para verificar indícios de proteção contra a Covid-19 após a vacinação contra a gripe e com a vacina BCG — cuja oferta está em queda em todo o país e caiu 71,4% só em Belo Horizonte.
A cobertura da atual campanha contra a gripe em BH está mais baixa do que a de Covid-19 e não chegava a 40% no final de maio, segundo a prefeitura. A vacinação contra a gripe não substitui a vacina contra a Covid-19.
Fonte: O Tempo