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Consumo de carne bovina é o menor no Brasil em três décadas

Redação4 de agosto de 20225min0
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Cortes de carne de boi ficaram mais caros, enquanto o preço da carne de porco diminuiu, em geral

O consumo de carne bovina chegou ao menor patamar em 26 anos no Brasil em 2022, segundo as projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados nesta quinta-feira (3). A oferta de carne bovina per capita no país é, hoje, de cerca de 24,8 kg por ano. Em 1996, quando a série histórica de estimativas começou, era de 38,7 kg, portanto a atual é 36% menor. O consumo de carne de porco, porém, escalou, enquanto o mercado assiste à queda de preço da alternativa.

A oferta de carne de boi no Brasil está em queda desde 2008 e, durante a pandemia, ficou abaixo de 30 kg anuais pela primeira vez desde que começou a ser mensurado. Em 2020, chegou a 27,7 kg, variando para 27,8 kg em 2021 e, agora, caiu ainda mais. A Conab mede a disponibilidade de carne para consumo interno por pessoa, número que, explica, aproxima-se bastante do consumo, mas não o reflete exatamente.

A nutricionista e mestranda em nutrição e saúde pública Jennifer Santos avalia que a deterioração das finanças dos brasileiros, cuja renda média não para de cair, é um dos fatores que explicam a diminuição da compra de carne de boi. “As classes mais baixas compram cada vez mais alimentos ultraprocessados, as carnes mistas que têm um preço um pouco mais baixo, mas, na maioria das vezes, não têm um valor nutritivo tão bom”, pondera. Uma mudança cultural, de jovens que repensam o consumo de carne, também pode acelerar o processo, na perspectiva dela.

O consumo de carnes em geral no país também caiu em 2022 e chegou ao menor patamar desde 2010. Hoje, a oferta é de, em média, 90,9 kg de carne — em 2021, foram 95,1 kg. Em 2010, ela foi de 93,9 kg per capita. O consumo de carne suína é o único em crescimento e atingiu o maior nível desde o começo do acompanhamento, com oferta de 17,5 kg.

A carne suína é um substituto para a ingestão de proteínas, explica a nutricionista Jennifer Santos, embora ressalte que ela costuma ter mais gordura. Já outras alternativas, como o ovo, têm se tornado mais caras. “O feijão também é uma fonte proteica. Como profissional, fico bem triste em ver como a insegurança alimentar está aumentando demais. Fica difícil sugerir trocas de alimentos, porque até alimentos que eram tidos como básicos, o arroz com feijão, o café com leite, estão ficando muito mais caros”, pontua.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a carne de porco ficou, em geral, 5,2% mais barata nos últimos 12 meses, considerando os dados mais recentes da instituição, de junho deste ano. Em contrapartida, alguns cortes bovinos ficaram mais caros, como o contrafilé (11,12%) e a alcatra (9,2%). Já a carne de frango aumentou acima da inflação geral: o frango inteiro, por exemplo, ficou 16,18% mais caro.

Fonte: O Tempo

Redação


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