Preço da cesta básica chega a R$ 773 no Brasil, diz associação de supermercados
O preço da cesta básica no Brasil está com uma alta acumulada de 10,41% e contabiliza um preço médio de R$ 773,44 em julho. O cálculo é da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) que divulgou um balanço do mês para o varejo à imprensa nesta quinta-feira (11).
Conforme a entidade, o encarecimento da cesta está relacionado ao desequilíbrio no preço de commodities agrícolas impulsionado pelo impacto gerado pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Também pesou a balança, adversidades climáticas e altos custos de produção e transporte. O valor médio estipulado pela Abras considera 35 produtos como alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza.
As altas mais expressivas no semestre foram puxadas pela batata (55,81%), cebola (48,13%), leite longa vida (41,77%), feijão (40,97%), queijo muçarela (36,10%). Apesar do alto custo, a Abras afirma que o consumo da população cresceu 2,20% no primeiro semestre deste ano. O maior volume de compras está relacionado com mais ofertas nos supermercados e ampla variedade de marcas, afirma a Abras.
A associação também argumenta que recursos extras, como os saques emergenciais do FGTS, e a queda na taxa de desemprego contribuíram para o aumento nos lares. Conforme a Abras, o consumidor diversificou as compras, trocando marcas e buscando promoções. “O varejo intensificou as negociações comerciais com os fornecedores, ampliou o número de marcas e fez mais promoções nas lojas”, afirma.
Para a Abras, as vendas de produtos de marca própria das redes de supermercados também contribuíram, devido aos preços, em média de 20% a 30% mais baixos do que das marcas líderes da categoria, para a alta de consumo.
“Com renda mais restrita, o consumidor não pode errar e, por isso, ele tem mais resistência a trocar de marca. Porém, o produto marca própria tem alta qualidade, preço competitivo e ajuda a compor a cesta de abastecimento”, analisa o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.
Para os próximos meses, o pagamento do pacote de benefícios aprovado pelo congresso nacional, a partir da PEC Kamikaze, deve aumentar o consumo nos lares. Neste ano, o setor supermercadista que – inicialmente previa crescimento de 2,80% no consumo nos lares – projeta uma alta entre 3,00% e 3,30%.
“Olhando para frente, o comércio tem ao menos três importantes datas para impulsionar as promoções e incentivar o consumo nos lares: a Black-Friday, a Copa do Mundo e as festas de fim de ano”, diz Milan.
Fonte: O Tempo