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Dez animais foram maltratados diariamente em MG no ano passado

Redação19 de janeiro de 20239min0
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De janeiro a novembro, 3.222 casos foram contabilizados; enquanto alguns ‘descartam’ os pets, há quem os acolha e dê condições dignas de vida

Dez ocorrências de maus-tratos a animais foram registradas todos os dias, em média, em Minas Gerais, de janeiro a novembro de 2022. No período, foram contabilizados 3.222 casos, de acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). A Lei Sansão, sancionada em setembro de 2020, é a esperança para a diminuição do número de ocorrências criminosas. Enquanto alguns ‘descartam’ os pets, há quem os acolha e dê condições dignas de vida.

Os registros de maus-tratos a animais tiveram um aumento de 49% quando comparados os dados de 2020 e 2021, avançando de 2.538 para 3.777. “É de se lamentar o aumento no número de ocorrências. É inadmissível. Os dados refletem a realidade em que vivemos de desrespeito à vida”, afirma o deputado federal Fred Costa (Patriota).

Desde 2020, a pena para quem maltratar ou praticar abusos contra cães e gatos foi aumentada, passando a ser de dois a cinco anos de reclusão, multa e perda da guarda do animal. Antes, a pena era de detenção de até um ano. O deputado Fred Costa é o autor da lei e acredita que a legislação fez com que a impunidade deixasse de ser uma certeza para os agressores a pets. “Quando tivemos a sanção da lei, já prevíamos que aumentariam os casos. Antes não tinha penalidade, e isso desestimulava as pessoas a denunciarem”, diz.

As prisões resultantes das denúncias farão, na análise do parlamentar, que nos próximos anos haja a redução de maus-tratos. “Cada vez mais, teremos maior número de simpatizantes e/ou de protetores e mais educação no convívio com os animais. Com isso, teremos mais pessoas indignadas ao se depararem com maus-tratos”, destaca Costa.

O noticiário é tomado, com frequência, de casos de abandono. Somente nesta semana, por exemplo, O TEMPO reportou o caso de dois gatinhos encontrados dentro de um saco de lixo e resgatados por garis. Outro registro foi o de uma cachorrinha que morreu após ser abandonada pela tutora também em saco de lixo. Ambos os casos foram registrados na cidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

“O abandono é um dos modelos mais covardes de maus-tratos. O animal não abandona seu tutor. É absolutamente incompreensível. Quem é ruim com animais é ruim com as pessoas. Criar vínculo com o pet e ter coragem de abandoná-lo é não ter respeito e amor ao próximo”, diz o deputado federal, repudiando o abandono.

Acolhimento que transforma

“Em três anos, já resgatamos mais de 300 animais”. O relato é da contadora Priscila Carvalho, de 40 anos. À frente do projeto Amor para Recomeçar, ela tira pets que foram deixados nas ruas e busca devolver a dignidade aos bichinhos. A ideia de atuar na causa veio após ela ser diagnosticada com uma doença autoimune e sem cura. “Foi um momento difícil na minha vida em que me questionei sobre qual era meu papel no mundo”, relata.

Priscila não sabia que uma ligação faria toda a diferença na vida dela após ser chamada para resgatar um cãozinho que estava em péssimas condições de saúde. “O pedido era para buscar um animal em Ribeirão das Neves. Ofereci para ajudar financeiramente, mas a pessoa disse que precisava mesmo do resgate e não do dinheiro”, conta.

Com a ajuda de um amigo, Priscila buscou o cão e até hoje se lembra da situação que ele estava. “O animal estava literalmente sendo comido por bichos e tinha um cheiro muito ruim. Levamos para o veterinário. Foi uma das piores imagens. Por quase um mês ele ficou internado”, conta.

Diversos voluntários, até mesmo de São Paulo, Recife e Rio de Janeiro, se propuseram a ajudar nos custos do tratamento. Assim que recebeu alta, Simba foi para a casa de Priscila e está com ela até hoje. “Ele me fez esquecer as terríveis dores que eu sentia e, desde então, me propus a criar o projeto. Não foi eu que resgatei o Simba, mas ele que me resgatou para a vida”, diz.

A idealizadora do Amor para Recomeçar recebe diariamente cerca de 40 pedidos de resgate de animais vítimas de maus-tratos, sendo o abandono a maior parte. “Não consigo ajudar todos, mas sei que aquilo que faço é uma gota no oceano que faz a diferença. É isso que me motiva”, destaca.

Respeito é tudo

A defesa pela causa animal une as histórias de vida de Priscila e do deputado federal Fred  Costa. O que eles pedem é para que todos possam respeitar os animais, mesmo que não tenham amor pelos pets. “Não faça com o próximo o que não gostaria que fizesse com você ou sua família. Os animais são vidas. Eles têm sentimento, sentem dor e tristeza”, destaca Costa.

O egoísmo é, para Priscila, o motivo de tanta violência praticada contra os animais. “No mundo atual onde tudo é descartável, muitos pensam que os pets também são. Não é assim que funciona”, diz, ressaltando que, somente neste início de ano, já resgatou seis animais. “Sonho com um mundo onde todos se respeitem mutuamente e também acolham os pets”, finaliza.

O que é considerado maus-tratos

  • Manter os pets em lugares anti-higiênicos ou em locais que impeçam sua respiração, movimento ou descanso;
  • Deixar o cão ou gato exposto ao sol por longos períodos de tempo, ou, ao contrário, sem qualquer tipo de iluminação;
  • Obrigar o pet a trabalhos excessivos, inclusive em competições que possam causar pânico, estresse ou esforço acentuado;
  • Golpear, mutilar ou ferir voluntariamente qualquer órgão do pet (com exceção do procedimento de castração);
  • Não providenciar assistência veterinária em casos de acidentes ou de doença;
  • Não garantir alimento e água para o pet.

Lei Sansão

A criação da Lei Sansão foi motivada pela morte de uma cadela que foi espancada e envenenada pelo segurança de um supermercado, na porta do estabelecimento situado em Osasco (SP) em 2020. Outro caso de violência, a morte de um cão da raça pitbull conhecido como Sansão, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, após ter sido brutalmente agredido, serviu de inspiração para o nome pelo qual a lei ficou conhecida. Após os episódios de violência, o deputado Fred Costa reuniu mais 1 milhão de assinaturas em um abaixo-assinado que pressionava a aprovação da nova lei.

Violência em números

Registros de maus-tratos a animais em Minas Gerais:

  • 2020 – 2.538
  • 2021 – 3.777
  • Jan/nov de 2020 – 2.271
  • Jan/nov de 2021 – 3.480
  • Jan/nov de 2022 – 3.222

Fonte: Sejusp

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